«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 20 de outubro de 2019

29° Domingo do Tempo Comum – Ano C – Homilia

Evangelho: Lucas 18,1-8

Naquele tempo:
1 Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre,
e nunca desistir, dizendo:
2 «Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum.
3 Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: “Faze-me justiça contra o meu adversário!”
4 Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: “Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. 5 Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!”»
6 E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz este juiz injusto.
7 E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?
8 Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?»

José María Castillo
Teólogo católico espanhol

A incrível força da oração de súplica

Para entender esta parábola, o que interessa é ter presente que o que se relata não pertence ao mundo do direito, mas ao da moral: a consciência e a ética profissionais do juiz estão ao nível zero. O juiz, de fato, não teme a Deus, nem respeita ninguém. Eis aqui o ponto de partida para compreender a força que tem a oração de petição (= pedido), quando é insistente e não cede ao cansaço nem se rende à exaustão.

Por isso, Jesus nos propõe um caso, no qual as circunstâncias são, pouco menos, que desesperadoras. Trata-se de um juiz que não lhe importa a lei, não lhe importa Deus e não lhe importa aquilo que se diga ou se pense dele. É um caso extremo de sem vergonha judicial. E, diante de semelhante desavergonhado representante da justiça, uma viúva que solicita uma coisa justa.

Porém, não nos esqueçamos que uma viúva era o modelo da pessoa desvalida e sem capacidade de influência social e, menos ainda, jurídica. Ademais, a situação se agrava se levamos em conta que, em Israel, a única lei que existia era a «lei religiosa». E que os juízes eram os competentes nesse tipo de lei, os sacerdotes ou os letrados.

Pois bem, estando assim as coisas, a parábola leva a situação até tal extremo de extravagância narrativa, que esse juiz tão desonesto fica com medo da viúva. Ele teme que ela possa, até mesmo, dar-lhe na cara. Sem dúvida, com este detalhe tão surpreendente, a parábola pretende realçar que a força da oração de súplica supera todo o imaginável. E, efetivamente, a petição da viúva termina sendo ouvida.

A força desta história extravagante está em que Jesus não compara Deus a um juiz «bom», mas a um juiz tão «mau» e tão «desonesto», que torna-se difícil imaginar algo pior. Pois, se até o mais desonesto não resiste à súplica insistente, quanto mais o Deus que, por definição, é amor e bondade? Isso suposto, seguramente o ensinamento mais forte desta parábola consiste em colocarmos o problema de nossa confiança em Deus.

Confiamos, realmente, nele? Onde mais e melhor se observa esta fé é nas situações mais desesperadoras que nos apresenta a vida, quando não vemos solução e, no entanto, seguimos firmes nessa fé.

Traduzido do espanhol por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: CASTILLO, José María. La religión de Jesús: comentario al Evangelio diario – Ciclo C. Bilbao: Desclée De Brouwer, 2018, páginas 390-391.

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