«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – Ano A

Evangelho: João 6,51-58

Clique sobre a imagem, abaixo,
para assistir à narração do Evangelho deste Domingo:


UM POUCO DE HISTÓRIA

A Solenidade de Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo ou Corpus Domini e generalizada em Portugal como Corpo de Deus, é uma comemoração litúrgica católica que ocorre na quinta-feira seguinte o domingo da Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes.

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. O papa Urbano IV, na época o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Por volta de 1264, em uma cidade próxima a Orvieto (onde o já então papa Urbano IV tinha sua corte), chamada Bolsena [Itália], ocorreu o Milagre de Bolsena, em que um sacerdote celebrante da Santa Missa, no momento de partir a Sagrada Hóstia, teria visto sair dela sangue, que empapou o corporal (pano onde se apoiam o cálice e a patena durante a Missa).

O papa determinou que os objetos milagrosos fossem trazidos para Orvieto em grande procissão em 19 de junho de 1264, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico de que se tem notícia. A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída por Urbano IV com a publicação da bula Transiturus em 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.

Fonte: Corpus Christi – Wikipédia – Acesso às 10h45 (11/06/2020) – Internet: clique aqui.

O PÃO DA VIDA

a) «O pão que eu darei é a minha carne oferecida para a vida do mundo». Isso significa que a eucaristia, para ser e antes de ser alimento, é sacrifício: perpetua e renova o sacrifício da cruz.

b) «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele». Troca maravilhosa! Cristo em nós e nós n’Ele! O Senhor desejou assim: o alimento que Ele dá, diviniza quem o recebe.

c) Alguma vez já meditamos sobre este mistério, mistério de fé e de amor? Recordamos frequentemente as palavras de São Paulo, ardente de amor por Cristo: «Não sou mais eu quem vivo, mas é Cristo quem vive em mim».

_ A eucaristia nutre a nossa alma. Cristo o proclama claramente: «a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida». Cada vida deve sustentar-se com alimentos apropriados, se não quiser declinar e morrer. Para a vida divina, que nós recebemos no batismo, vale a mesma lei. A eucaristia é este indispensável alimento: «se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós», são palavras do Senhor. E acrescenta: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna».

_ Unindo-nos intimamente a Cristo. Comungar com o corpo de Cristo na eucaristia, é comungar com o próprio Cristo; quer dizer, assimilá-lo e ser a Ele assimilado; isto é, ser uma só coisa com Ele. «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele». Nenhum sacramento, mais que a eucaristia, ajuda-nos a atingir o ideal da vida cristã. Viver para Ele, com Ele e n’Ele.

_ Une os cristãos entre si. Se estamos unidos a Cristo, necessariamente o estamos também entre nós: ao ponto de São Paulo nos dizer que formamos um só corpo em Cristo. É aquilo que o apóstolo chamará «o corpo místico de Cristo». A comunhão no mesmo pão eucarístico instaura, entre os cristãos, um movimento, um dinamismo de unidade que os fazem superar toda diferença e toda divergência, para tornarem-se verdadeiramente um só corpo e uma só alma, segundo a expressão dos Atos dos Apóstolos, quando falam das primeiras comunidades cristãs.

Traduzido do italiano por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: BRÈTHES, Charles. Liturgia della Festa – Anno A. SS.mo Corpo e Sangue di Cristo – 32 A – Il Pane del Cielo. Padova: Edizioni Messaggero, 1986, 3 ristampa (1995).
Como assistir as missas católicas pela TV, saiba os canais e horários 
José Antonio Pagola
Biblista e Teólogo espanhol

ESTAGNADOS

Papa Francisco tem repetido que os medos, as dúvidas, a falta de audácia... podem impedir, desde a raiz, a promoção da renovação que necessita, hoje, a Igreja. Em sua Exortação A Alegria do Evangelho (Evangelii gaudium) o papa chega a dizer que, se ficamos paralisados pelo medo, mais uma vez podemos nos tornar meros «expectadores de uma estagnação infecunda da Igreja».

Suas palavras fazem pensar. O que podemos perceber entre nós? Estamos nos mobilizando para reavivar a fé de nossas comunidades cristãs ou seguimos instalados nessa «estagnação infecunda», da qual nos fala Papa Francisco? Onde podemos encontrar forças para reagir?

Uma das grandes contribuições do Concílio Vaticano II foi impulsionar a passagem da «missa», entendida como uma obrigação individual pra cumprir um preceito sagrado, para a «eucaristia» vivida como celebração alegre de toda a comunidade para alimentar sua fé, crescer em fraternidade e reavivar sua esperança em Jesus Cristo ressuscitado.

Sem dúvida, ao longo desses anos, temos dado passos muito importantes. Ficaram para trás aquelas missas celebradas em latim, em que o sacerdote «dizia» a missa e o povo cristão vinha para «ouvir» a missa ou para «assistir» a celebração. Porém, não estaríamos celebrando a eucaristia de maneira rotineira e chata?

Há um fato inegável. As pessoas estão se distanciando de modo incessante da prática dominical, porque não encontram em nossas celebrações o clima, a palavra clara, o rito expressivo, a acolhida estimulante que necessita para alimentar sua fé débil e vacilante.

Sem dúvida, todos, presbíteros e leigos, temos de nos perguntar o que estamos fazendo para que a eucaristia seja, como quer o Concílio, «centro e cume de toda vida cristã». Como permanece tão calada e imóvel a hierarquia? Por que os fiéis não manifestam sua preocupação e sua dor com mais força?

O problema é grave. Temos de seguir «estagnados» em um modo de celebração eucarística tão pouco atrativo para os homens e mulheres de hoje? Esta liturgia que vimos repetindo há séculos é a que melhor pode ajudar-nos a atualizar aquela ceia memorável de Jesus, onde se concentra de modo admirável o núcleo de nossa fé?

Traduzido do espanhol por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: PAGOLA, José Antonio. La Buena Noticia de Jesús – Ciclo A. Boadilla del Monte (Madrid): PPC, 2016, páginas 131-132. 

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