«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 20 de dezembro de 2020

4º Domingo do Advento – Ano B – HOMILIA

 Evangelho: Lucas 1,26-38 

Para ouvir a narração deste Evangelho, clique sobre a imagem abaixo:


 José María Castillo

Teólogo espanhol 

Deus se Faz Presente nos Humildes 

O local: aquilo que se conta aqui, tão transcendental para a humanidade, ocorre na Galileia, a região dos que, em Israel, eram considerados ignorantes, impuros, com os quais não se podia relacionar-se. O desprezo dos antigos pelos galileus era tão forte, que, no ano 362, o imperador Juliano escreveu uma carta ao governador do Eufrates, Artabio, na qual mencionava «a estupidez dos galileus». Era famoso o dito do rabino Yochanan ben Zakkai [época do Segundo Templo]: «Galileia, Galileia, tu odeias a Torá». 

Pois bem, em um povoado perdido, de um tal lugar, Deus se faz presente. É o estilo de Deus que se revela em Jesus. Assim são os hábitos do Deus de Jesus. 

A pessoa: central no relato é Maria, uma mulher desconhecida e humilde, da qual se diz que era «virgem», uma palavra que, no judaísmo daquele tempo, designava uma menina, a partir de sua puberdade até sua primeira relação sexual. O relato de Lucas quer destacar que o fato prodigioso, que aconteceu em Maria, é muito mais importante que aquele de sua parente Isabel. 

O texto não fala da virgindade biológica de Maria, mas de sua fidelidade total a Deus. O Magistério da Igreja pregou sempre a virgindade biológica de Maria. Porém, uma virgindade assim, a pode ter uma mulher a qual se fez uma inseminação artificial e, em seguida, se lhe realizou uma cesariana. Essa mulher seria «mãe» e «virgem», segundo Karl Rahner [1904-1984: teólogo jesuíta alemão, um dos mais influentes do século XX]. É evidente que a virgindade de Maria refere-se a uma qualidade superior que Deus lhe concedeu, ao ser a mãe de Jesus. 

A mensagem: de Maria nascerá o Messias que Israel esperava. E muito mais do que esperava. Este texto do evangelho de hoje foi escrito quando já se tinha consciência do que disse São Paulo em Rm 1,3-4: o filho de Davi foi constituído, «por sua ressurreição», Senhor e Filho de Deus. Ainda que Lucas não conhecesse este texto de Paulo, o que diz o texto era já conhecido na Igreja. 

Comentário pessoal (Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo):

Quando o anjo Gabriel, o enviado de Deus, portanto, o próprio Deus, saúda Maria, ele lhe diz: «Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!» (Lc 1,28b). Mais adiante, complementa: «Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus» (Lc 1,30b). O substantivo «graça», que se repete, em grego χάρις (cháris), bem como, o verbo χαίρω (chairó), que significa «alegrar-se» refletem o amor, a paixão de Deus por Maria e, nela, por toda a humanidade! Por amar tanto aos seres humanos, Deus encarna-se, entrega-se, serve a humanidade, especialmente e preferencialmente, nos mais pobres, nos pequenos, nos humildes. A humilde Maria está no lugar de todos os humildes, pequenos e empobrecidos do mundo, aos quais Deus ama, pelos quais Ele é apaixonado!

Para encontrarmo-nos com Deus, precisamos encontrar-nos com os pobres, com os pequenos, com os humildes! Sem que isso aconteça, estaremos sempre distantes d’Ele! Isso é Natal! Deus encontrando-se com a humanidade e a humanidade encontrando-se com Ele, na pessoa dos mais desvalidos e desprezados do mundo! 

Traduzido do espanhol por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo. 

Fonte: CASTILLO, José María. La religión de Jesús: comentario al evangelio diario – 2020. Bilbao: Desclée De Brouwer, 2019, páginas 446-447.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.