«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 23 de janeiro de 2021

3º Domingo do Tempo Comum – Ano B – HOMILIA

 Evangelho: Marcos 1,14-20 

Para ouvir a narração deste Evangelho, clique sobre a imagem abaixo: 

 Alberto Maggi

Frade da Ordem dos Servos de Maria (servitas) e renomado biblista italiano 

Jesus nos comunica sua própria capacidade de amar 

A vida, a verdade e a luz serão sempre mais fortes e vitoriosas do que a morte, as mentiras e as trevas. Por isso, o evangelista no primeiro capítulo, versículo 14, nos apresenta a estupidez do poder. O poder pensa que sufoca a voz da vida, da verdade e da luz, mas não sabe que, sempre que acredita que sufocou essa voz, o Senhor levanta outra ainda mais poderosa. Na verdade, o Evangelho de Marcos no versículo 14 diz que depois que João foi preso, João era incômodo, ele havia convidado [o povo] para uma mudança e por isso é eliminado, então, o Senhor suscita uma voz, uma força ainda mais poderosa que João Batista, aquela de Jesus, o Filho de Deus. 

Jesus foi à Galileia pregando o evangelho de Deus, a boa notícia de Deus. E quais são as boas novas de Deus que o evangelista nos fará descobrir em seu evangelho? Que Deus não é como foi ensinado, como se acreditava; o Deus de Jesus é um Deus de um amor completamente novo, que se descobrirá nas páginas do Evangelho, porque é um amor que não olha, não é atraído pelos méritos das pessoas, mas pelas suas necessidades. Esta é a boa notícia de Deus. 

E ele dizia: o tempo se cumpriu, era o tempo da aliança com o seu povo e o Reino de Deus está próximo. Por “Reino de Deus” não devemos entender o território, a extensão do reino, mas o governo do rei; em português, talvez devêssemos usar a expressão “senhorio de Deus, governo de Deus”. É Deus quem quer governar, ele mesmo, seus homens e como Deus exerceria esse governo? Não emitindo leis que o homem deva observar, as leis são externas ao homem, mas comunicando ao homem a sua própria capacidade de amar. É por isso que João havia dito de Jesus “foi aquele que batizava no Espírito Santo”, comunicava aos homens a mesma capacidade de amar. 

O Reino de Deus está próximo, mas para que se torne realidade é necessária uma CONVERSÃO, mas a conversão também foi pregada e anunciada por João Batista, mas são duas dimensões diferentes. É por isso que Jesus é, ainda, mais perigoso do que João Batista. 

João estava na esfera da religião e da conversão, a mudança de vida visava Deus, era para obter o perdão dos pecados; aqui, com Jesus, não se fala em perdão de pecados, conversão é crer nesta Boa Nova e realizar o Reino de Deus. Jesus veio para inaugurar uma sociedade completamente nova; uma sociedade onde, em vez de acumular egoisticamente para si mesmo, compartilhe-se generosamente com os outros; uma sociedade na qual, em vez de se elevar acima dos outros, se desce ao lado dos últimos, e um mundo onde, em vez de pretender comandar, liderar os outros, passa-se a servir. Este é o Reino de Deus. 

Mas para fazer isso, Jesus precisa de colaboração; por isso, continua o evangelista, passou junto ao mar da Galileia, é o lago de Tiberíades, chama-se mar para lembrar o mar do Êxodo, o caminho para a liberdade e, sobretudo, a fronteira para os povos pagãos, viu Simão e André, são dois irmãos, que lançam as suas redes ao mar e aqui está o convite de Jesus: Vinde após mim, eu vos farei pescadores de homens. 

Qual é o significado do convite de Jesus? Já dissemos que Jesus quer inaugurar um novo mundo onde, em vez de acumular para si, se compartilhe generosamente com os outros; então o que o pescador faz? Ele captura peixes para seu próprio interesse, para seu próprio ganho.

Pescar homens, isto é, tirar os homens do mar, do âmbito que pode causar a morte, onde eles podem afogar, significa realizar essa atividade não para o próprio interesse, mas para o interesse das pessoas que se salvam.

Portanto, é uma mudança radical e completa de orientação de vida. Vinde atrás de mim, é o mesmo que dizer: desistam dos seus interesses e isso lhes dará a oportunidade de trazer para fora as pessoas que estão se perdendo e recuperar a plenitude da vida. 

Traduzido do italiano por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

 

Reflexão pessoal (Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo):

Se João Batista era um profeta incômodo, Jesus o será ainda mais! A meta de Jesus é bem mais audaciosa daquela do Batista. Trata-se, para Jesus, de mudar o mundo, transformar a sociedade egoísta, acumuladora, injusta, desigual em um mundo onde os seres humanos sejam tratados com dignidade e respeito.

Portanto, a missão que Jesus confiará aos que o seguirem (irem após ele, literalmente) não é, meramente, religiosa! Sim, é preciso termos isso bem claro diante de nós! O Cristianismo não é uma religião a mais! O Cristianismo não busca, somente, orientar o olhar humano para a divindade, mas para aqueles que estão ao seu lado, para o PRÓXIMO.

Portanto, a questão principal que nos é apresentada pelo Evangelho deste domingo é:

Você está disposto a seguir Jesus, renunciando aos seus interesses, disponível a servir e não a ser servido, combatendo tudo que possa trazer morte e indignidade aos seres humanos, ficando sempre ao lado dos últimos, dos mais pobres, dos descartados pela sociedade?

A conversão e o seguimento de Jesus têm a ver com isso, o restante são detalhes. 

Fonte: CENTRO STUDI BIBLICI “G. VANNUCCI” – Videomelie e trascrizione – III Domenica del Tempo Ordinario – 24 gennaio 2021– Internet: clique aqui (acesso em: 23/01/2021).

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