«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 25 de março de 2014

ENSINO MÉDIO EM CRISE

Editorial
Ao avaliar a situação da rede pública de ensino médio, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou um déficit de 32,7 mil professores, especialmente nas áreas de física, química, biologia e sociologia. O levantamento também revelou que há 41 mil docentes sem formação específica em nenhuma das disciplinas desse ciclo educacional. E mostrou que 61 mil professores se encontram fora das salas de aula - 40 mil exercendo atividades administrativas, 5 mil cedidos a órgãos públicos sem qualquer relação com a área educacional e 16 mil em outros tipos de afastamento.
Iniciada em março do ano passado, a avaliação do TCU abrangeu a oferta de matrículas, taxas de evasão, fontes de financiamento, utilização dos recursos orçamentários, infraestrutura das escolas, gestão administrativa, atualidade dos currículos, nível de formação dos professores e qualidade dos projetos pedagógicos do ensino médio. Ao todo, foram visitadas 580 escolas municipais e estaduais e as auditorias foram realizadas com a colaboração dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal. Apenas os Tribunais de Contas de Roraima e de São Paulo não participaram do levantamento.
O ensino médio é reconhecidamente o elo mais problemático da rede pública de educação básica, mas a auditoria do TCU revelou que ele se encontra em situação muito pior do que se imaginava. Além da falta de professores para matérias especializadas e do elevado número de docentes não qualificados, o levantamento constatou outro grave problema: para substituir os 61 mil professores que estão afastados e contornar também a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe limites aos gastos com folha de pagamento dos Estados e municípios, as escolas passaram a contratar professores temporários.
Em média, 30% do corpo docente do ensino médio nas redes estaduais e municipais é constituído por professores temporários. Em alguns Estados, como Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o índice supera os 60%. "É um porcentual expressivo para um tipo de contratação que deveria ser excepcional", afirma o relator da auditoria do TCU, ministro Valmir Campello. Segundo ele, como ainda é preciso aperfeiçoar os métodos utilizados no levantamento, o déficit de professores e o número de contratos temporários podem ser maiores que os registrados. O ministro lembra ainda que, por falta de rigor nas informações contábeis da área educacional, o TCU encontrou muitas discrepâncias entre os dados enviados pelos Estados e municípios ao Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) e as estatísticas de outros órgãos federais.
Na avaliação qualitativa, o maior problema do ensino médio continua sendo o anacronismo do currículo de suas três séries - fator responsável pelas altas taxas de evasão desse ciclo educacional. As disciplinas oferecidas não preparam os alunos nem para os exames vestibulares nem para o mercado de trabalho. Vivendo num mundo cada vez mais competitivo e exigente, os estudantes tendem a perder a motivação de estudar matérias cujo conteúdo é basicamente definido pelo que costuma ser exigido pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De cada cem estudantes que ingressaram no ensino médio, em 2008, 35 repetiram a primeira série ou largaram a escola. E, entre os que ficaram, poucos aprendem o esperado em matérias fundamentais, como português e matemática. A maioria dos alunos não consegue fazer uma redação com um mínimo de rigor lógico, identificar a ideia central de um texto ou fazer contas mais complexas, que exigem conhecimentos de álgebra.
Em 2011, o Ministério da Educação incentivou as escolas públicas a elaborar currículos mais flexíveis, para atender às demandas do mercado de trabalho, sugerindo, inclusive, o agrupamento das 13 disciplinas do ensino médio em quatro áreas - trabalho, tecnologia, ciência e cultura. Mas, como mostrou a auditoria do TCU, essas medidas não foram suficientes para estimular os jovens a permanecer na escola e a formá-los apropriadamente.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Notas e Informações - Terça-feira, 25 de março de 2014 - Pg. A3 - Internet: clique aqui.

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