«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Você quer compreender o Brasil?

 Então, leia este livro, sem falta!

 Gilberto Costa

Agência Brasil 

A cada dia fica mais claro o seguinte: alguns, neste País, dão certo devido à família e às condições em que nascem, outros estão destinados a serem a “ralé”, ou seja, os que sempre vão perder!


A desigualdade social que se desdobra nas diferenças de classe, gênero, cor e idade, é, para alguns cientistas sociais, o principal problema a ser pesquisado na sociedade brasileira. 

Essa é a opinião do sociólogo Jessé Souza, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que está [re]lançando o livro “A Ralé Brasileira” (Editora Contracorrente, 2020 – 3ª edição ampliada com nova introdução), que organizou com artigos seus e de outros autores. 

“A ralé é a grande questão esquecida. O Brasil não tem 500 problemas, mas um grande problema, que é essa desigualdade abissal do qual decorre mais de mil problemas”, afirmou. 

De acordo com levantamento estatístico contido no livro, um terço dos brasileiros vivem sob condições precárias e excluídos socioculturalmente. 

Para Jessé, o problema da ralé é “a questão mais importante no Brasil moderno” e está associado a outros problemas:

* como a segurança pública,

* o trabalho informal [os “bicos”, serviços temporários etc.],

* o racismo e

* o preconceito regional.

Apesar da importância social que tem, “a desigualdade não é nem percebida enquanto tal. Nós a naturalizamos”, na avaliação do sociólogo. Ele, no entanto, acredita que esse pensamento não é algo racional, mas tem uma função mais eficiente justamente por ser “pré-reflexivo”. 

“As ideias estão dentro da cabeça para justificar nosso comportamento”, assinala.

«Queremos que matem a ralé, mas ninguém vai dizer “eu odeio pobre, eles têm mais é que morrer”. O comportamento efetivo, a ação do brasileiro, porém, vai ser de bater palmas»,

disse referindo-se ao episódio em que um policial militar matou um homem que fazia uma mulher refém, em Vila Isabel, Rio de Janeiro, há cerca de um mês. 

Segundo Jessé, a imagem do policial militar dando um tiro certeiro no homem – repetida várias vezes na televisão – dá margem a críticas à mídia brasileira que, para ele, “é conservadora” e pautada pelo interesse econômico. Na sua avaliação, a mídia reproduz um comportamento predominante no país, “mesquinho, medíocre, avesso ao debate”. 

O professor critica os seus pares, inclusive autores da sociologia clássica brasileira, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda, Raimundo Faoro, Fernando Henrique Cardoso, além do antropólogo Roberto Da Matta, que, na sua opinião, ajudaram a construir e perpetuar o mito da “brasilidade”, com conceitos sofisticados”. Para ele, a criação do mito foi extremamente eficiente, “está em todas as células dos brasileiros. Ela é uma verdadeira cegueira [por meio da qual] nós possamos nos perceber e nos autocriticar”. 

“A nossa ciência se construiu em continuidade e não em crítica. A ciência social foi montada para uma sociedade que é autoindulgente [tolerante com seus erros], que não é autocrítica”, opina. Em sua avaliação, “o debate científico, assim como o debate público e do senso comum, é pobre e fragmentário e não capta a totalidade. É exatamente isso do que o dinheiro precisa”. 

Além do mito da brasilidade e da baixa autocrítica, a sociedade também se caracteriza pela ausência de transformações políticas e revoluções sociais, segundo Jessé Souza.

“O Brasil é uma sociedade que se modernizou apenas economicamente. Não houve processo de aprendizagem coletiva por meio da luta”,

diz o professor ao lembrar o processo que ocorreu na Revolução Francesa, no século 18, quando a ralé teve voz ativa, diferentemente da população brasileira excluída. 

De acordo com ele, o livro também mostra como, em vez da luta, a ralé brasileira compartilha do consenso que legitima a desigualdade e a exclui. A importância do livro, na visão dele, é a possibilidade de reflexão. “Não existe crescimento de sociedade sem autocrítica”, acredita Jessé. 

Fonte: EcoDebate – Notícia –  28/10/2009 – Internet: clique aqui. 

Abrindo o Sumário do livro

 Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo 


Após a INTRODUÇÃO, o livro nos traz 15 capítulos divididos em duas partes, acrescidas de CONCLUSÃO (“A Má-Fé da Sociedade e a Naturalização da Ralé”), POSFÁCIO (“Sobre o Método da Pesquisa”), REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS e dois anexos: a) Posições de Classes Destituídas no Brasil e b) Os Números dos Destituídos no Brasil. 

Eis o título de cada uma das 2 partes e dos 15 capítulos que compõem essa obra: 

PARTE 1      O mito brasileiro e o encobrimento da desigualdade

Capítulo 1     A construção do mito da “brasilidade”

Capítulo 2     Senso comum e justificação da desigualdade

Capítulo 3     Como o senso comum e a “brasilidade” se tornam ciência conservadora?

Capítulo 4     A tese do patrimonialismo

Capítulo 5     Os limites do politicamente correto

 

PARTE 2      O Brasil além do mito – Novo olhar e novos conflitos

Capítulo 6     Como é possível perceber o Brasil contemporâneo de modo novo?

As mulheres da ralé

Capítulo 7     “Do fundo do buraco”

Capítulo 8     A miséria do amor dos pobres

Capítulo 9     A dor e o estigma da puta pobre

Os homens da ralé

Capítulo 10   O crente e o delinquente

Capítulo 11   O trabalho que (in)dignifica o homem

A má-fé institucional

Capítulo 12   A instituição do fracasso: A educação da ralé

Capítulo 13   “Fazer viver e deixar morrer”: A má-fé da saúde pública no Brasil

Capítulo 14   A má-fé da Justiça

O racismo no Brasil

Capítulo 15   Cor e dor moral: Sobre o racismo na ralé

 

CONCLUSÃO

A má-fé da sociedade e a naturalização da ralé

POSFÁCIO

Sobre o método da pesquisa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ANEXOS

Anexo I        Posições de classes destituídas no Brasil

Anexo II       Os números dos destituídos no Brasil

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