«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Você é feliz?

A constante busca pela felicidade

Jéssica Reis

A obsessão pela felicidade e a obsessão pelo sucesso, pela prosperidade causa muita ansiedade e depressão
Bahia.Ba
Luiz Felipe Pondé

Uma rápida pesquisa no dicionário pela palavra “felicidade” e as explicações são:
* sensação real de satisfação plena;
* estado de contentamento, de satisfação.
* Condição da pessoa feliz, satisfeita, alegre, contente.

Mas será que o dicionário pode responder tudo, inclusive definir o que é felicidade?
A felicidade é uma busca constante do ser humano e depende de vários fatores, aliás existem várias formas de felicidade, segundo Luiz Felipe Pondé, filósofo, escritor, diretor do laboratório de política, comportamento e mídia da PUC-SP, professor da FAAP e colunista da Folha de S. Paulo, em entrevista à revista Vida&Arte.

“Se você olhar para a história da Filosofia tem épocas em que se acha que não realizar muitos desejos é felicidade, manter o desejo longe deixa você mais feliz. Hoje, a gente acha que ser feliz é realizar o desejo. Eu acho que a busca da felicidade é uma das grandes causas de infelicidade do mundo contemporâneo. A obsessão pela felicidade e a obsessão pelo sucesso, pela prosperidade causa muita ansiedade e depressão, mas isso não vai melhorar, vai continuar assim, porque o sistema capitalista produz competição, superação, o tempo inteiro”, diz Pondé.

Em um vídeo, o professor fala que não gosta da discussão autoajuda em torno do tema felicidade e ele explica o porquê: “Autoajuda é um mercado, quem vendo autoajuda ganha milhões e as pessoas adoram, acham lindo falar palavras bonitas e confortáveis. Umas das características da felicidade é você se sentir mais calmo. Quando se sente mais calmo, produz uma menor ansiedade naquele momento. Mas a prova de que os esquemas de autoajuda não funcionam é que toda hora você tem que procurar um novo. É um mercado e nenhum deles funciona, porque o ser humano nunca é plenamente feliz. A felicidade é o estado de espírito, ele é atravessado por todo tipo de contingência, depende de pessoas, depende de dinheiro, depende de saúde que é uma variável extremamente contingencial”.

O professor ainda exemplifica e menciona o caso da pandemia, em que é necessário fazer escolhas, como, ficar em casa e se cuidar, ou sair porque precisa ganhar dinheiro. E continua: “Depende dos estados de espírito. Se você é uma pessoa mais depressiva, se você não é, se você tem uma história familiar pior ou melhor, se você é uma pessoa mais dada ou mais tranquila. Se você é mais generoso ou mais mesquinho. Eu acho que os mesquinhos são menos felizes. São tantas variáveis, por isso que eu acho que toda discussão de felicidade é mentirosa. Aliás tem um tema interessante também que é o seguinte: a ideia da felicidade associada ao encontro do significado da vida. No nosso tempo, eu acho que uma das forças mais ativas em você ter um estado de espírito mais feliz é ter significado o trabalho que você faz, porque se passa muito tempo trabalhando”, afirma o filósofo.

Mas a pergunta que todos devem se fazer é por que o ser humano busca incansavelmente pela felicidade, por que tanta obsessão?

“Porque a vida é infeliz em grande parte. É normal em certa medida. Você adoece, você morre e você perde pessoas que você ama, você fica pobre, você é traído, te passam para trás, você tem um governo que te rouba, ou você tem um governo que é injusto ou no trabalho não consegue chegar onde você quer, ou você é obrigado a trabalhar no que não gosta. [...] São muitos os motivos para a infelicidade, então é natural que a gente tente ter uma vida um pouco menos sofrida. Agora, hoje eu acho que essa obsessão de felicidade já é um produto: ser feliz em tudo. Ter os sentimentos certos, a comida certa, ter o filho certo, o relacionamento perfeito, o rosto perfeito, aí já é uma doença”, finaliza Pondé.

Fonte: Vida&Arte – Diário da Região (São José do Rio Preto – SP)Ano 15 – Nº 186 – 5 de setembro de 2020 – Página 26.

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