«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 12 de março de 2019

Alucinação pura!

Miragem conservadora produz
«gramscismo de direita»

Pablo Ortellado
Professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, é doutor em filosofia

Fantasma do “marxismo cultural” autoriza aparelhamento, perseguições
e doutrinação de direita
PROFESSOR PABLO ORTELLADO

Bolsonaro resolveu retomar o papel de agitador das mídias sociais. Nos últimos dias criticou excessos no Carnaval, atacou jornalistas e acusou a universidade de fazer proselitismo político. A agitação faz parte de uma estratégia de mobilização permanente, que não deixa seus apoiadores pararem para refletir, submetendo-os a um fluxo constante de propaganda.

O que há de comum na estratégia contra a comunidade LGBT no Carnaval, os jornalistas que apuram corrupção no seu governo e os acadêmicos que lecionam na universidade é que, para o bolsonarismo, todos são extremistas em relação aos quais seu conservadorismo seria um centro sensato e equilibrado.

[Comentário pessoal: Alguém consegue, ainda, enxergar bom senso e equilíbrio neste homem??? Com tantos problemas que o nosso país possui, gastar tempo produzindo polêmicas, dando uma de “guardião da moral e dos bons costumes”, alguém que já se encontra no terceiro matrimônio! Um pai que educou seus filhos para serem arrogantes, prepotentes, assim como ele! Isso tudo somente tem um objetivo: desviar o foco! Desviar a atenção do povo brasileiro da inércia, da incompetência, da falta de ação e projetos autênticos de seu governo!!!
Enquanto isso, o povo brasileiro vai convivendo com: Brumadinho, enchentes em São Paulo e Rio de Janeiro, inflação voltando, remédios faltando na Farmácia Popular, desemprego aumentando, economia ainda estagnada etc. etc. etc.]

Há uma estratégia dupla de exorbitar e sobrerrepresentar o viés de adversário, enquanto minimiza ou simplesmente faz desaparecer o próprio viés.

O que para a liderança é estratégia má intencionada para gerar alvoroço e confusão, para a base se torna uma espécie de psicose coletiva na qual o consumo excessivo de propaganda faz com que as representações se descolem do real.

Jornalistas tornam-se oposicionistas mal-intencionados que querem derrubar o governo; professores viram propagandistas maliciosos que querem doutrinar a juventude com socialismo e o movimento LGBT e as feministas surgem como ativistas histéricos que querem mudar a identidade e a orientação sexual das crianças.

O caráter ardiloso e insidioso do adversário justificaria a virulência da resposta.

Embora a tese de que professores, ativistas e jornalistas participam de uma conspiração «marxista cultural» seja completamente alucinada, sua resposta é real e concreta. Não existe uma estratégia coordenada da esquerda para aparelhar as instituições, mas a crença de que essa conspiração existe gera uma reação que poderíamos chamar, com alguma ironia, de «gramscismo de direita». 

Aquilo que acusam os outros de fazerem, eles fazem

A nova direita no poder passa a praticar o aparelhamento, as perseguições e a doutrinação que atribuía à esquerda. Ela alega, no entanto, que se trata de uma atitude meramente defensiva e que não está fazendo o que condenava no adversário, com sinais invertidos.

Apesar disso, persegue professores de filosofia que ensinam Marx, mas não se importa com aqueles que ensinam religião (desde que sejam cristãos); acusa de partidarismo jornalistas qualificados que investigam corrupção, mas considera neutros e equilibrados sites de notícias amadores e hiperengajados.

Construída em oposição ao fantasma da conspiração marxista, sua visão de mundo é portadora de uma distopia totalitária.

[Comentário pessoal: onde mais se vê isso, de modo concreto no governo, é no Ministério das Relações Exteriores, cujo ministro Ernesto Araújo, até hoje, não provou para o que veio! Perseguindo e demitindo diplomatas não alinhados à sua ideologia, bem como, dando declarações totalmente desnecessárias e prejudiciais à verdadeira diplomacia que necessitamos para o Brasil. Outro caso escandaloso, é o ministro da Educação, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez. O qual está no governo por escolha pessoal de um dos filhos de Bolsonaro com o qual compartilha o fato de serem discípulos de um falso “intelectual” chamado Olavo de Carvalho. Um brasileiro que enxerga o Brasil através das lentes e ideologia norte-americana. Aliás, ele nem quer viver no Brasil, apesar de dizer que “ama” muito o nosso país! Deve ser um típico “amor platônico”, pelo visto! Até hoje, o Ministério da Educação não tomou nenhuma providência no sentido de melhorar o ensino público neste país, motivo pelo qual existe este ministério pago com o nosso dinheiro!]

Fonte: Folha de S. Paulo – Colunas e Blogs – Terça-feira, 12 de março de 2019 – 02h00 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui.

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