«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

A CENSURA voltou!

Censura e ameaças atingem jornalistas que criticam Bolsonaro

Lu Sudré

Paulo Henrique Amorim foi afastado do “Domingo Espetacular” 
da Record; Sheherazade, do SBT,
 teve a cabeça pedida pelo dono da Havan;
Marco Antonio Villa é afastado e se demite da Joven Pan

O afastamento do jornalista Paulo Henrique Amorim do programa Domingo Espetacular, noticiado nesta segunda-feira (24 de junho) pela Record TV, trouxe à tona discussões sobre perseguição e censura aos profissionais da imprensa.

Crítico contundente de Jair Bolsonaro e Sérgio Moro, Amorim vem contrariando a linha editorial da emissora, próxima ao governo. Segundo o site Notícias da TV, com o acirramento da polarização política no país, desde 2014 o jornalista está na mira do veículo de propriedade do bispo Edir Macedo.

Em nota oficial, a Record afirmou que o afastamento do apresentador, que comandou a atração pelos últimos 14 anos, se deu por um “processo de reformulação do jornalismo” e que o profissional “permanece na emissora à disposição para novos projetos”. O contrato de Amorim vai até 2021. Patrícia Costa e Eduardo Ribeiro ficarão responsáveis pela apresentação do semanal a partir do próximo domingo (30).

Procurado pela reportagem do Brasil de Fato, Paulo Henrique Amorim não quis comentar a decisão da emissora.
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PAULO HENRIQUE AMORIM

Saiba mais sobre o caso Paulo Henrique Amorim, lendo esta matéria:
clique aqui

O jornalista não é o único profissional ameaçado. Rachel Sheherazade, do SBT, também foi colocada na linha de tiro dos bolsonaristas. Pelo Twitter, Luciano Hang, proprietário das lojas Havan - que durante as últimas eleições coagiu trabalhadores a realizarem campanha para o então candidato do PSL - sugeriu que Silvio Santos demita a apresentadora e comentarista.

De acordo com o empresário, a profissional está “contaminada por ideologias comunistas”. Ela havia compartilhado uma reportagem sobre a redução de equipes e o desmonte do jornalismo no SBT.

Apesar de ser conhecida por seus posicionamentos conservadores, nos últimos meses a âncora também tem tecido críticas ao governo Bolsonaro. Em resposta à sugestão de Hang, Sheherazade afirmou que irá processá-lo por chantagear a emissora, já que a Havan é uma das principais anunciantes do SBT.

Frase de Rachel Sheherazade ao dono das lojas Havam:
“Não vou me censurar para confortar sua ignorância.”

Saiba mais sobre o caso Sheherazade, lendo estas matérias:
clique aqui e aqui

Também nesta segunda-feira (24 de junho), o comentarista político Marco Antonio Villa anunciou sua saída da rádio Jovem Pan após ser suspenso por 30 dias.
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RACHEL SHEHERAZADE & LUCIANO HANG

Fábio Pannunzio, âncora da TV Bandeirantes, está entre as centenas de pessoas que prestaram solidariedade aos profissionais. “Não tenho nenhum apreço pelo jornalismo do Paulo Henrique Amorim, a quem tenho criticado nos últimos dez anos. Mas a demissão [sic] dele é brutal e inaceitável, produto do macartismo bolsonarista que já vitimou Marco Antonio Villa, Marcelo Madureira e ameaça Rachel Sheherazade”, escreveu o jornalista.

Frase do Prof. Marco Antonio Villa em seu último programa na Jovem Pan:
“Um presidente não tem compostura, não tem preparo. 
Não tem articulação política. Reforça a crítica ao parlamento, 
estimulando atos neonazistas, como do próximo dia 26 [de maio], 
que é claramente no sentindo de fechar o Supremo, 
fechar o Congresso e impor a ditadura.
E o presidente estimula isso”

Saiba mais sobre o caso do Prof. Villa, lendo esta matéria:
clique aqui

O ator e humorista Gregório Duvivier também se manifestou. “Toda a solidariedade ao Paulo Henrique Amorim, e também ao Marco Antonio Villa e à Rachel Sheherazade – mesmo discordando frequentemente dos 2 últimos, é inegável que também caíram pela sua coerência e coragem. Ao que parece, na Record, no SBT e na Jovem Pan só ficarão os covardes.”   
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MARCO ANTONIO VILLA

Censura explícita

Relatório publicado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em 2018, registrou 10 casos de censura aos profissionais da imprensa. Durante o período eleitoral, por exemplo, a direção do jornal O Povo proibiu os jornalistas contratados de participarem do ato “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”.

Em agosto do ano passado, trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) denunciaram, em dossiê, censura na empresa, com veto a reportagens, de um lado, e indução a coberturas favoráveis ao governo Temer.

Um caso emblemático denunciado pelos jornalistas da EBC está relacionado ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Silva, no Rio de Janeiro, em março do ano passado. A cobertura foi diminuída após ser criticada por gerentes da Agência Brasil, que disseram estar “cansativa” e que estaria dando “palanque ao PSOL”.

Na mesma linha, Ruth Manus, ex-colunista do jornal O Estado de S. Paulo, foi demitida após fazer um artigo com críticas ao então candidato do PSL.

Para José Carlos Torves, diretor executivo da Fenaj, a retaliação desnuda a falsa imparcialidade de parte da mídia, que sai em defesa do governo.

“Essa pressão já era exercida no interior das redações. Agora ela se externaliza porque o anunciante e uma parte da população que apoiou o atual governo também pressionam veículos de comunicação para tomar medidas como demissão e afastamento de jornalistas que ainda mantinham independência na sua opinião, para que sejam extirpados dos veículos”, afirma Torves.

“A situação se agrava cada vez mais. Estamos vivendo em uma democracia precária e uma liberdade de expressão precária. Temos que parar de usar neologismos para qualificar o que de fato é uma censura escancarada”, denuncia o diretor da Fenaj.
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PAULO PONTES
Jornalista demitido da Jovem Pan em 2017

A coisa é antiga

Jornalista demitido da Jovem Pan diz que
“a lei era só criticar o PT e abafar o resto”

Algumas poucas pessoas viraram cordeiros para conquistar cargos e
assim se mantém até hoje.
Mas minha ética, meu compromisso com a verdade e
com a condição apolítica não me permitiam vender a alma.

Do Facebook do Paulo Pontes (ex-âncora da Jovem Pan)

“Gente, parece incrível, mas ontem postei aqui que completava 21 anos de Jovem Pan. Agradeço a todos que curtiram e comentaram. Mas, ironia do destino, venho no dia seguinte comunicar a todos que meu ciclo na Jovem Pan terminou.

Não tenho o que reclamar. Uma casa onde trabalhei por 21 anos ficará para sempre marcada em minha vida como, tenho absoluta certeza, apesar da falta de modéstia, que ficarei lá.

Só posso agradecer, começando pelo começo, à Renata Perobelli Borba que fez a ponte, lá atrás, como Anchieta Filho , e me levaram para conversar com o Zé Pereira. E assim mudei da Bandeirantes para a Jovem Pan em 10 de outubro de 1996.

Antonio A Carvalho , o seu Tuta, foi um grande patrão e confiou em mim. Pois foi ele quem me colocou como titular do Jornal da Manhã em 13 de dezembro de 1999. Por 16 anos tive a honra de apresentar esse jornal. Mas com as mudanças na empresa, fui limado da bancada por não admitir o radicalismo que se impôs na linha editorial.

Para mim, desde sempre, Lula, Aécio, Temer, Alckmin e milhares de outros se equivalem. Mas a lei era só criticar o PT e abafar o resto. Algumas poucas pessoas viraram cordeiros para conquistar cargos e assim se mantém até hoje. Mas minha ética, meu compromisso com a verdade e com a condição apolítica não me permitiam vender a alma.

Isso foi o início do meu fim na Jovem Pan. Admiro toda a família do seu Tuta, exceção feita aos dois filhos, que, inclusive, são bloqueados em meu Face. A Jovem Pan não os merece.

A todos, indistintamente, todos com quem eu trabalhei na Jovem Pan, alguns com maior proximidade, outros nem tanto, meu muito obrigado e o agradecimento eterno por terem me permitido fazer parte desta grande equipe e grande casa. A vida segue.

Não defini ainda o caminho que vou tomar, mas em breve espero ter tido essa definição. Aos ouvintes, muito fieis, meu muito obrigado e a certeza de que nunca enganei qualquer um com meus comentários, induzindo a interesses próprios. E assim continuarei, esteja onde estiver.”

Para concluir, assista a este vídeo,
no qual Paulo Henrique Amorim entrevista
o jornalista e escritor Mário Magalhães,
autor do livro «Sobre lutas e lágrimas: uma biografia de 2018», editora Record.
VALE A PENA!
Clique sobre a imagem:


Fontes: Brasil de Fato – Direitos Humanos / Retaliação – Terça-feira, 25 de junho de 2019 – 16h30 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui; e Forum – 12 de outubro de 2017 – 11h57 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui

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