«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 23 de junho de 2019

Os riscos de não perdoar!

Estudo associa enfarte à falta de perdão

Paula Felix

Entre 130 pessoas, quem tinha dificuldade de desculpar desenvolveu
mais doenças cardíacas
Resultado de imagem para suzana avezum 
É comum ouvirmos que o perdão evita o aparecimento de doenças. Mas será que a crença tem respaldo científico? Pesquisa brasileira apresentada na semana passada no 40.º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) apontou uma relação entre dificuldade de perdoar e a ocorrência de enfarte agudo do miocárdio.

“O mundo ocidental se refere ao coração como o centro das emoções”, afirma a psicanalista Suzana Avezum, que tem 36 anos de carreira. Depois de ter visto na prática os benefícios do perdão para a saúde emocional, Suzana partiu para a pesquisa. De 2016 a 2018, se debruçou no tema, em um mestrado na Universidade Santo Amaro, e focou no risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

No estudo, 130 pacientes responderam a dois questionários elaborados pela psicanalista - um para avaliar a disposição para o perdão e outro sobre espiritualidade e religiosidade - algo que, segundo Suzana, interfere na disposição para perdoar. “Encontrei mais ocorrência de enfarte entre aqueles que têm dificuldade do perdão”, afirma a pesquisadora.

A pesquisa também avaliou os efeitos da espiritualidade. “Não foi avaliada nenhuma religião específica, pois, o que seria dos ateus? Tem pessoas que não acreditam em religião alguma e são mais espiritualizadas do que as que têm uma religiosidade rígida”, diz. O estudo mostrou que, entre quem enfartou, 31% afirmaram ter tido perda significativa da fé. Entre quem não teve, o índice foi de 9%.
Doença Cardíaca
ADAILTON JOSÉ GEDRA - 59 anos - empresário

O empresário Adailton José Gedra, de 59 anos, sofreu um enfarte e um AVC nos últimos 15 anos. Além do estresse do trabalho e de hábitos que favorecem o aparecimento de doenças cardiovasculares, como fumar, ele associa os eventos a mágoas que carregou ao longo dos anos.

A fábrica quebrou quatro vezes e isso causou um grande estresse. Depois, ajudei algumas pessoas que, quando menos esperava, me apunhalaram pelas costas. Fiquei aborrecido e magoado. Mas, hoje, de coração, penso na minha saúde.”

Há um ano e meio, a professora Luciana Saad, de 42 anos, chegou a apresentar taquicardia e descobriu no perdão e na espiritualidade uma forma de melhorar. “Fiz um tratamento espiritual e passei a me policiar mais e a não guardar mágoa. Vi que só fazia mal para mim mesma.”

Depressão e estresse elevam risco em até 30%

Cardiologista e coordenador do Programa de Enfarte Agudo do Miocárdio do Hospital do Coração (HCor), Leopoldo Piegas afirma que a influência de questões emocionais no aparecimento de doenças cardiovasculares já é um consenso na área. Em relação à espiritualidade, ele diz que, nos últimos anos, os estudos e debates sobre o tema têm aumentado.

“Na última década, tem crescido a questão da relação entre espiritualidade e doenças do coração. Quase todos os congressos de cardiologia têm sessões especiais sobre o tema que enchem as salas. As pessoas mais tranquilas, sossegadas e, aí vai a questão da religiosidade, têm uma tendência menor de ter esse tipo de doença”, diz ele.

O cardiologista pondera que o emocional pode funcionar como gatilho ou desencadear hábitos que prejudicam a saúde cardiovascular. “A pessoa (nessas condições) pode fazer menos exercício ou se alimentar mal. Isso, por si só, não causa o problema, mas pode ter peso maior no desencadeamento da doença.”

Segundo José Luís Aziz, cardiologista e diretor de Comunicação da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, estudos já comprovaram que estresse e depressão podem elevar de 20% a 30% as chances de a pessoa desenvolver doença cardíaca. “Vários trabalhos mostraram que pessoas que perdoam têm menos chance de ter enfarte e, quando têm, é mais leve.”
Suzana Pacheco Avezum
Psicanalista

Hormônios

Professor da pós-graduação do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Álvaro Avezum diz que o quadro de mágoa faz com que hormônios, como a adrenalina, sejam liberados de forma inadequada, afetando o organismo.

“O indivíduo que está magoado e ressentido pode disparar hormônios que vão, cronicamente, desequilibrar as células. Isso pode aumentar a pressão arterial, produzir arritmias cardíacas, trombose”, diz o cardiologista, fundador do Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A PESQUISA

Amostra. O estudo avaliou 65 pacientes sem histórico de doença cardiovascular e 65 que enfartaram. As maiores diferenças entre os resultados foram observadas nos quesitos “quebra de confiança” e “rejeição/desprezo”.

Resultados. No primeiro caso, 65% dos que tiveram um enfarte afirmaram que não estavam dispostos a perdoar. O índice foi de 35% no outro grupo. No segundo caso, 54% dos que enfartaram disseram que perdoariam. O porcentual sobe para 72% entre quem não enfartou.

Padrão. A população estudada seguiu o padrão de pacientes com doença cardiovascular: a maioria era homem (42 ante 23 mulheres por grupo), entre 60 e 65 anos.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Saúde – Domingo, 23 de junho de 2019 – Pág. A17 – Internet: clique aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.