«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

AGRAVA-SE A CRISE NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

A indústria vai mal, o investimento recua e 2014 deve ser marcado por um novo fiasco na economia, apesar da retórica triunfal da presidente Dilma Rousseff e de seu ministro da Fazenda, Guido Mantega. A crise industrial já se reflete no setor de serviços, prejudica o emprego em geral e, cada vez mais, o crescimento econômico, assim como a exportação, depende da agropecuária. A produção industrial caiu 0,6% de abril para maio, recuando em 15 dos 24 ramos cobertos pela pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor produziu em maio 3,2% menos que um ano antes. De janeiro a maio, o resultado foi 1,6% inferior ao de um ano antes. O crescimento acumulado em 12 meses ficou em apenas 0,2%, mas nem esse dado ligeiramente positivo pode justificar algum otimismo. A média móvel trimestral caiu 0,5% no período até maio. Nos três meses terminados em abril a queda havia chegado a 0,3%.

Mas os números mais preocupantes são os da fabricação de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos, porque confirmam a estagnação da capacidade produtiva. O ministro da Fazenda prometeu várias vezes, nos últimos anos, um novo padrão de crescimento econômico. A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) seria puxada principalmente pelo investimento produtivo. Mas essas palavras nunca se traduziram em fatos. Aos empresários urbanos têm faltado confiança e segurança para investir. Ao governo tem faltado competência para converter em obras, com a rapidez necessária, seus programas de ampliação e fortalecimento da infraestrutura. Os balanços do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) têm sido sempre vitaminados pela contabilização do dinheiro aplicado em moradias.

Pelos novos números do IBGE, em maio a produção de bens de capital ficou 2,6% abaixo da de abril e foi 9,7% inferior à de um ano antes. De janeiro a maio o total produzido foi 5,8% menor que o de igual período de 2013. Em 12 meses ainda se acumulou uma expansão de 4,1%, mas esse dado fica bem menos impressionante quando se examinam os números do passado recente. A produção de bens de capital [1] cresceu 5% em 2011 e permaneceu praticamente estagnada nos dois anos seguintes, com queda de 11,2% em 2012 e aumento de 11,6% em 2013.


A expansão de 4,1% nos 12 meses terminados em maio parte, portanto, de uma base achatada e muito próxima do nível de 2011. Em outras palavras, o setor derrapou durante a maior parte do governo da presidente Dilma Rousseff. O resultado de janeiro a maio deste ano, 5,8% inferior ao dos mesmos meses do ano passado, mostra a continuidade da crise no setor e confirma a baixa disposição de investir do empresariado.

As cifras do comércio exterior complementam esse quadro. De janeiro a junho, foram gastos US$ 21,14 bilhões com a importação de bens de capital, 5,1% menos que no primeiro semestre do ano passado.

O cenário de produção em queda também se completa com a redução da despesa com matérias-primas e bens intermediários importados [2]. O valor gasto, US$ 50,36 bilhões, foi 1% inferior a de um ano antes. Internamente, a produção de bens intermediários entre janeiro e maio foi 1,8% menor que a dos mesmos meses de 2013. Em maio, ficou 2,2% abaixo da estimada no ano anterior.

A crise da produção industrial e a redução das importações confirmam o esgotamento da política baseada no estímulo ao consumo. Analistas haviam apontado há bom tempo o fracasso inevitável dessa política.

A disposição de compra dos consumidores pode animar a produção durante algum tempo, mas é preciso mais que isso para manter a indústria em atividade e - mais importante - para expandir sua capacidade produtiva e seu poder de competição internacional.
O governo errou no diagnóstico e na estratégia. Além disso, criou insegurança entre os empresários com intervenções inábeis e medidas improvisadas. Também as medidas protecionistas, aplaudidas por alguns setores, tiveram efeito negativo, porque desestimularam a busca de eficiência. O balanço é claro e está sintetizado nas séries de números do IBGE.

NOTAS:
[1] Bens de capital ou bens de produção são os equipamentos e instalações, são bens ou serviços necessários para a produção de outros bens ou serviços. O bem de capital não é diretamente incorporado no produto final. Indivíduos, organizações e governos usam bens de capital na produção de outros bens ou mercadorias. Bens de capital incluem fábricas, máquinas, ferramentas, equipamentos, e diversas construções que são utilizadas para produzir outros produtos para consumo (Fonte: clique aqui).
[2] Bens intermediários são bens manufaturados ou matérias primas processadas que são empregados para a produção de outros bens ou produtos finais. Por exemplo, o lingote de aço, produto final numa siderúrgica, é um bem intermediário numa fábrica de autopeças, pois ele pode ser transformado em chassi, roda, etc., produtos estes que também são bens intermediários na fabricação de um veículo, que é o produto final acabado. Portanto, os produtos intermediários são insumos que em geral uma empresa compra de outra para a elaboração dos produtos de sua linha de especialidade. Até o produto final, a produção passa por uma cadeia de bens intermediários (Fonte: clique aqui).

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas & Informações – Quinta-feira, 3 de julho de 2014 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

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