«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Morre Plínio de Arruda Sampaio

Jornal Valor Econômico
 
Plínio de Arruda Sampaio (1930 a 2014 - 83 anos)
Candidato à Presidência da República, em 2010, pelo PSOL, morreu ontem [08/07/2014], em virtude de um câncer nos ossos, aos 83 anos, Plínio de Arruda Sampaio. Ele estava internado havia cerca de um mês no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Egresso do PT, de onde saiu após o estouro do escândalo do mensalão, Plínio Sampaio filiou-se ao PSOL em 2005. No ano seguinte, foi candidato a governador de São Paulo, mesmo cargo ao qual já havia concorrido pelo PT, em 1990. Nestas três disputas majoritárias, Sampaio obteve a quarta colocação. Amealhou 1.636.058 votos (9,5%), em 1990, quando ficou atrás de Paulo Maluf (PDS), Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) - que se elegeria no segundo turno - e Mário Covas (PSDB).

Em 2006, conquistou 532.470 votos (2,5%), em disputa vencida por José Serra (PSDB), no primeiro turno. Na última corrida presidencial, Plínio de Arruda Sampaio teve 886.816 votos (0,87%) e se destacou pelo desempenho provocador e irônico nos debates, como o primeiro, na TV Bandeirantes. Chamou Marina Silva (então no PV), de "ecocapitalista", perguntou a Dilma Rousseff (PT) se ela seria a "mãe dos pobres" e comentou sobre o adversário do PSDB: "Vocês agora viram porque o Serra é chamado de hipocondríaco, só fala de Saúde".

Nascido em 26 de julho de 1930, em São Paulo, Plínio Sampaio foi deputado constituinte, ao se eleger, com 63.899 votos, em 1986, e exercer pela terceira vez a função no Congresso Nacional. Em 1985, era suplente e assumiu a vaga na Câmara depois que Eduardo Suplicy se afastou para concorrer à Prefeitura de São Paulo. O primeiro mandato foi conquistado ainda na República de 46, quando se elegeu pelo Partido Democrata Cristão (PDC), em 1962. Logo após o golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados por dez anos pelo Ato Institucional nº 1.

Plínio Sampaio era o principal líder da tendência de esquerda do PDC e defendia temas caros à reforma de base encampada pelo presidente João Goulart, deposto pelos militares. Foi relator do projeto de reforma agrária e criou na Câmara a comissão especial sobre o assunto, o que revoltou, à época, os grandes proprietários de terra do país. A bandeira lhe acompanhou por toda a vida. Era presidente de honra da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), fundada em 1967.

Plínio Sampaio foi promotor público. Formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1954, e militou na Juventude Universitária Católica (JUC), entidade que presidiu. Também atuou na Ação Popular, organização de esquerda influenciada pelo marxismo e formada por integrantes da JUC.

Antes de se eleger deputado, Plínio começou a carreira política em posições ocupadas na gestão do governador de São Paulo Carvalho Pinto (1910-1987), entre 1959 e 1963. Foi subchefe da Casa Civil, secretário dos Negócios Jurídicos e coordenador do Plano de Ação do Governo do Estado (Page), que estruturava a condução do governo. No ano em que conquistou o primeiro mandato parlamentar, trabalhava na prefeitura da capital, na última administração Prestes Maia (1896-1965), como secretário do Interior e Justiça.

Com o golpe militar, Plínio Sampaio foi para o exílio no Chile, onde morou por seis anos e atuou como funcionário da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Transferido para os Estados Unidos, em 1970, passou a morar na capital americana e cursou o mestrado em economia agrícola na Universidade Cornell.

Quando voltou ao Brasil, em 1976, lecionou na Fundação Getúlio Vargas, fundou o Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) e participou da campanha pela redemocratização.

Até 1978, foi filiado ao MDB, legenda que deixou para fundar, em 1980, o Partido dos Trabalhadores. Em 2005, depois do escândalo do mensalão, que envolveu dirigentes da ala majoritária da agremiação, Plínio se candidatou a presidente da sigla. A exemplo do que ocorreu em suas disputas majoritárias a governador e presidente da República, de novo ficou em quarto lugar, com 13,4% dos votos. Em seguida, filiou-se ao PSOL.

Plínio de Arruda Sampaio era casado, desde 1955, com Marietta Ribeiro de Azevedo, e tinha seis filhos. O velório será hoje [09/07/2014], às 8h, na igreja São Domingos, em Perdizes, em São Paulo, e o enterro, no Cemitério do Araçá, às 15h.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 9 de julho de 2014 – Internet: clique aqui.
Plínio de Arruda Sampaio aos 30 anos de idade

C R O N O L O G I A
Plínio Soares de Arruda Sampaio (1930-2014) – 83 anos
Um católico de esquerda

1930-1958: Infância e formação
Plínio Soares de Arruda Sampaio nasce no dia 26 de julho, em São Paulo. Adolescente, milita na Juventude Universitária Católica, forma-se em Direito pela USP e, aos 25 anos, é promotor e assessor do governo do Estado.

1962-1970: Reformas e exílio
Católico ligado à Teologia da Libertação, elege-se deputado federal e batalha por reformas de base no governo João Goulart. Com o golpe de 1964, é cassado e foge para o Chile, onde fica por seis anos.

1970-1976: Do Chile aos Estados Unidos
De Santiago [Chile], onde conviveu com exilados como José Serra, Betinho, Francisco Weffort e Almino Affonso, vai para os Estados Unidos como funcionário da Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO) e se forma em Economia Agrícola na Universidade Cornell.

1976-1986: A volta e o MDB
Plínio volta ao Brasil, onde dá aulas na Fundação Getúlio Vargas (SP), funda o Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) e entra na luta pelo fim da ditadura. Ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Ulysses Guimarães e Marcos Freire, entre outros, articula a criação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

1978-1987: Do PT às Diretas
Rompe com o MDB e se junta a líderes sindicais e intelectuais para criar o Partido dos Trabalhadores, do qual vai criar o estatuto. Eleito deputado federal, torna-se suplente. Atua na campanha das Diretas-Já e se elege constituinte, com a 2ª maior votação no PT, 63.800 votos.

1994-2005: O Real e o PSOL
Na oposição ao governo FHC [Fernando Henrique Cardoso], torna-se um crítico do Plano Real. Em meio ao escândalo do mensalão, abandona o petismo e entra no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), onde se une às correntes mais à esquerda.

2009-2010: Presidenciável
É lançado pelo PSOL como candidato à Presidência da República. Ele fica em quarto lugar, com 886.800 votos e se destaca em debates na TV.

2013-2014: Protestos de junho
Aos 82 anos, vai às ruas participar da onda de manifestações. Em maio de 2014, é internado no Hospital Sírio-Libanês, com câncer nos ossos.
Plínio de Arruda Sampaio aos 83 anos de idade

Para uma cronologia ainda mais detalhada de Plínio Sampaio,
bem como fotos que documentam sua vida pública, clique aqui.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – Quarta-feira, 9 de julho de 2014 – Pg. A9 – Edição impressa.

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