«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Declínio do Hamas é motor do conflito

ALESSANDRO GIANNINI

Para especialistas, união do grupo com Autoridade Palestina foi estopim da crise 
Nas redes sociais, internautas pedem cessar-fogo entre Israel e Hamas
A invasão da Faixa de Gaza pelo Exército de Israel é o ápice de uma escalada violenta entre o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o grupo islâmico Hamas. As origens desse conflito, indicam analistas, estão no distanciamento do grupo militante com o Egito após a saída da Irmandade Muçulmana do poder e no afastamento de antigos aliados, como a Síria, o Hezbollah e o Irã.

Enquanto Morsi e sua Irmandade Muçulmana estavam no poder, o Hamas beneficiou-se política e financeiramente de uma aliança quase informal com ambos. Após o golpe de Estado que levou o ex-chefe militar Abdel-Fattah al-Sissi à presidência, o grupo militante palestino viu secar sua principal fonte de apoio, além de testemunhar a interrupção do fluxo de armas e outros bens pelos túneis que ligam o Deserto do Sinai à Faixa de Gaza.

Sem dinheiro e afastado de antigos aliados, como Bashar Assad e o Hezbollah - envolvidos na guerra civil síria -, o Hamas foi levado a desistir do controle exclusivo de Gaza ao se unir ao Fatah, de Mahmoud Abbas, para formar um governo de união a fim de conduzir a Autoridade Palestina (AP).

Elliott Abrams, ex-conselheiro de Segurança Nacional do governo George W. Bush e especialista em Oriente Médio do Council on Foreign Relations (CFR), disse em entrevista por telefone ao Estado, que a aliança entre o Hamas e a AP está fadada ao fracasso.

"O Hamas não está disposto a pagar o preço de submeter suas milícias ao controle das forças de segurança da AP", ponderou Abrams. "E Abbas está em uma encruzilhada, pois não tem como arcar com a folha de pagamento dos funcionários do Hamas - cerca de 45 mil pessoas - e ainda corre o risco de perder a ajuda que recebe dos americanos, que como os europeus consideram o grupo uma organização terrorista.

Para Carly Beckerman-Boys, pesquisadora visitante do Centro do Oriente Médio da London School of Economics, a operação Limite Protetor e a invasão por terra da Faixa de Gaza deram ao Hamas uma oportunidade de lutar, o que trouxe um renovado sopro de vida ao grupo e levou a uma maior cobertura da mídia e apoio popular no mundo árabe.

"Para parar agora, o Hamas tem de garantir concessões tangíveis do governo israelense e do Egito. Esta seria uma vitória política, se não militar, mas tão boa quanto", escreveu ela, por e-mail.

Para saber mais sobre o que é o Hamas, sua história e seus objetivos,
acesse esta página aqui.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Domingo, 20 de julho de 2014 – Pg. A16 – Internet: clique aqui.

“Consequências são perdas de vidas”

Entrevista:
Carly Beckerman-Boys
(Pesquisadora da London School of Economics)

Alessandro Giannini
Carly Beckerman-Boys

Carly Beckerman-Boys, da London School of Economics, acredita que a escalada do conflito entre Israel e o Hamas pode trazer graves consequências às chances de negociações e um futuro incerto para a liderança política palestina.

Como avalia a situação do conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza?
Resposta: Essa situação é uma previsível escalada do violento conflito entre Israel e Hamas, pois os israelenses não podem se dar ao luxo de permitir o sequestro e o assassinato de seus cidadãos, nem o lançamento indiscriminado de foguetes sobre suas cidades, e o Hamas não pode tolerar a prisão em massa de seus membros, nem os mortíferos bombardeios sobre Gaza.

Alguns analistas dizem que a origem dessa escalada está na dificuldade de o Hamas se manter financeiramente. O que acha?
Resposta: Os problemas financeiros do Hamas são parte da questão, mas dinheiro está longe de ser a solução. O Hamas sofreu sérios problemas financeiros recentemente. Assim como o recente bloqueio israelense de Gaza, o Hamas de alguma forma azedou sua relação com o Irã por se recusar a apoiar o regime de (Bashar) Assad na Síria, o que levou à perda de financiamento. Além disso, o governo de Al-Sissi no Egito vem destruindo os túneis que o Hamas usa no contrabando e fechou a passagem entre o Egito e Gaza, novamente apertando o Hamas financeiramente.

Quais as consequências desse ataque para todos os envolvidos?
Resposta: As consequências são perdas catastróficas de vidas, reputações internacionais arranhadas e poucas chances de renovar tão cedo as negociações de paz entre israelenses e palestinos. O desfecho será definitivamente um presidente Mahmoud Abbas marginalizado e, como resultado, um futuro incerto para a liderança política palestina. (O premiê Binyamin) Netanyahu será impulsionado temporariamente pelos ataques, mas no longo prazo, se eles se estenderem, a guerra pode se voltar contra ele.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Domingo, 20 de julho de 2014 – Pg. A16 – Edição impressa.


Em Gaza não tem uma guerra, mas um "massacre inútil"

O patriarca emérito de Jerusalém dos Latinos critica duramente a operação militar israelense na Faixa de Gaza
Michel Sabbah - Patriarca Latino emérito de Jerusalém (para os católicos de rito latino)

Começa uma nova onda de bombardeios, destruição e morte, em Gaza, no décimo quinto dia do início da operação militar israelense "Margem de proteção". De acordo com o porta-voz dos serviços de salvamento palestino, Ashraf al-Qodra, já na madrugada foram mortas sete pessoas, entre elas, cinco membros de uma mesma família. O número de mortos sobe para 583 palestinos e mais de 3.640 feridos.

"O que está acontecendo em Gaza - disse à Agência Fides Sua Beatitude Michel Sabbah, o patriarca latino emérito de Jerusalém dos Latinos - não é uma guerra, mas sim um massacre. Um massacre inútil, que não fará Israel avançar sequer um passo em direção à paz e segurança". O Patriarca afirma que, em vez disso, "com todo este sacrifício humano, os corações dos israelenses e palestinos se encheram novamente de ódio".

As palavras de Sabbah ecoaram, em seguida, a mensagem do Papa Francisco que disse que “os meios para alcançar a paz só podem ser meios de paz”. "Por 60 anos - explica -, vemos que as guerras, as armas, os massacres são incapazes de garantir qualquer tipo de paz". Na opinião de S.B. Sabbah, "a única maneira de sair da espiral de violência e destruição é enfrentar a questão de fundo, ou seja, a ocupação israelense dos territórios palestinos".

O Patriarca não vê nenhuma possibilidade de que haja "paz e segurança", enquanto Israel não "reconhecer a liberdade e a soberania do Estado palestino". "Mas, talvez, para isso - suspira S.B. Sabbah – tenhamos que esperar uma nova geração de líderes israelenses. Os atuais líderes só acreditam na força militar. Eles têm armas sofisticadas para matar, e não tem poder para fazer a paz".

Fonte: ZENIT.ORG – Roma, 22 de julho de 2014 – Internet: clique aqui.

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