«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

COMUNIDADE JUDAICA BRASILEIRA REPUDIA DECLARAÇÃO DE LULA

Confederação Israelita Brasileira divulga nota de repúdio à declaração de Lula sobre nazismo
Dilma e Lula em comício no Recife (PE)
 
Em campanha no nordeste, ex-presidente disse que Aécio Neves e seu partido são responsáveis por injustiças e agressões, como as impostas por Adolf Hitler.

A Confederação Israelita Brasileira (Conib) divulgou nota repudiando a postura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou o PSDB e o candidato do partido à Presidência da República, Aécio Neves, aos nazistas. A declaração de Lula foi feita durante caminhada no Recife, na última segunda-feira, ao lado da presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT).

Eis a nota de repúdio.

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A Confederação Israelita do Brasil, representante da comunidade judaica brasileira e entidade apartidária, vem a público repudiar as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparando ações do candidato presidencial Aécio Neves e seu partido, o PSDB, a “agressões nazistas”.

A Conib, com trajetória de inquebrantável compromisso com a democracia e o debate intenso de ideias, rejeita a banalização de um episódio trágico para a Humanidade, como o nazismo, responsável pelo Holocausto, com a morte de 6 milhões de judeus, e o assassinato de dezenas de milhões de outros inocentes, como ciganos, negros, homossexuais, comunistas, entre outros.

Entendemos o calor da campanha eleitoral e a intensidade da disputa, mas conclamamos à manutenção de padrões que sirvam à causa da democracia, e não ao aprofundamento de divisões em nossa sociedade. Defendemos enfaticamente o direito à crítica, inata ao processo democrático, mas temos a convicção de que comparar adversários de um embate eminentemente político e ideológico a nazistas distorce a História e corrói nossa democracia.

Desejamos ainda reiterar que não nos manifestamos em nome desta ou daquela candidatura ou partido político. A Conib é apartidária porque representa a comunidade judaica brasileira, onde há militantes e simpatizantes das mais diversas correntes políticas. Manifestamo-nos, sim, em respeito à memória das vítimas do nazismo.

Fonte: O Estado de Minas – em.com.br – Especiais/Eleições 2014 – 23/10/2014 – 11h44 – Atualizado em 23/20/2014 às 12h49 – Internet: clique aqui.

O nazismo na boca de Lula

Editorial

A frequência com que as palavras "nazismo" e "nazista" são usadas para insultar tende a ser tanto maior quanto menor o conhecimento dos que as empregam do que foi efetivamente o mais hediondo regime que o Ocidente experimentou ao longo de sua história e do que fizeram os seus seguidores. Se mesmo na Europa as novas gerações parecem saber cada vez menos da barbárie que a devastou há 70 anos, não surpreende que em outras paragens os termos que a revestem tenham se tornado ao mesmo tempo corriqueiros e caricaturais - e, nessa medida, uma ofensa permanente à memória de suas vítimas. Um exemplo de livro de texto dessa banalização do mal acaba de ser dado pelo ex-presidente Lula, no lugar onde mais ele fica à vontade para usufruir da sua inesgotável propensão à baixeza: um palanque eleitoral.

Lula discursando em comício
Ao lado da afilhada Dilma Rousseff, em um comício que reuniu cerca de 40 mil pessoas no Recife, anteontem [segunda-feira, 20 de outubro], ele equiparou as supostas agressões ao Nordeste da campanha do tucano Aécio Neves e de seus aliados às práticas nazistas na 2.ª Guerra Mundial. Lula falava para um público que, em geral, tem disso informação precária ou nenhuma. Mas aprendeu, como quase toda a gente, que o tal do nazismo é a coisa mais medonha que se pode conceber. Portanto, se ouve de Lula que a esse extremo chegam os presumíveis preconceitos e injustiças da oposição "contra nós", os nordestinos, deve ser a pura verdade. Lula não imaginaria que o sentimento de revolta que se esmerava em inculcar à sua plateia a dotaria do poder mágico de votar duas vezes em Dilma na decisão de domingo para se vingar dos "preconceituosos". Nem seria preciso: no primeiro turno, vencido em Pernambuco por Marina Silva, Dilma obteve 44% dos sufrágios ante menos de 6% de Aécio.

Logo se vê que a fúria de Lula não tem nada que ver com um hipotético imperativo de conseguir que a sua apadrinhada prevaleça numa capital, em um Estado e numa região onde ela e o seu adversário - a exemplo do que se passa em âmbito nacional, segundo as pesquisas - estariam engajados numa guerra sem quartel pelo voto de cada eleitor. O comício do Recife foi apenas (e tudo isso) uma oportunidade para ele dar vazão ao ódio que sente pelas "elites" - e que soube guardar no congelador quando, presidente, se amancebou com o que elas têm de pior. Muito mais do que o combate político, é esse sentimento que o leva a perder o que ainda possa ter em matéria de senso de proporção, ao comparar os adversários não só aos nazistas, mas a Herodes, "que matou Jesus Cristo por medo de ele se tornar o homem que virou".

Já investir contra Aécio, como também fez em Pernambuco, acusando-o de "grosseiro" com Dilma, é frio cálculo eleitoral. O neofeminista da temporada havia feito a sua aparição na antevéspera, em outro comício, então em Itaquera, na zona leste paulistana. "Esse rapaz não teve educação de berço para respeitar as mulheres", atacou. "E, sobretudo, uma presidente, mãe e avó."

Logo ele, que fez com brio a sua parte na profusão de baixarias para desqualificar a candidata Marina Silva na disputa do primeiro turno. A campanha de Dilma decerto tentará até o último instante mostrar um Aécio desdenhoso com as mulheres. Acredita que a ligeira ultrapassagem do senador pela presidente, no empate técnico registrado na pesquisa de segunda-feira do Datafolha, se deve em parte à irritação de uma parcela do eleitorado feminino com o fato de Aécio ter chamado Dilma de "leviana" em um debate.

Mas vêm de muito antes os primeiros registros da extensa folha corrida de Lula, no quesito relações de gênero. Todos quantos o conhecem de longa data - e também os seus interlocutores mais recentes, porque nisso ele não mudou - sabem o que ele diz das mulheres em conversas privadas, a sua queda por chulas piadas machistas, a sua prontidão para atribuir à condição feminina defeitos percebidos, por exemplo, em companheiras de partido e servidoras federais. Sem falar no palavreado que usou publicamente - numa feira de produtos comestíveis em Pelotas, em junho de 2003 - ao falar de seu primeiro filho com a esposa Marisa Letícia: "A galega engravidou logo no primeiro dia, porque pernambucano não deixa por menos".

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Quinta-feira, 23 de outubro de 2014 – Pg. A3 – Internet: clique aqui.

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