«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Bolsonaro testou positivo

Ruy Castro
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues

Mas assintomático.
Isso explicaria por que ele pode saracotear à vontade
Bolsonaro lança perdigotos ao falar no Palácio da Alvorada
Foto: Joédson Alves - 27.mar.2020/EFE

Já que faz os exames e não mostra os resultados, toda suposição é válida. Eis uma. O teste de Jair Bolsonaro para a Covid-19 deu resultado positivo no dia 12 de março. Positivo, mas assintomático. Significa que ele pegou o coronavírus, mas este não o afetou e, 15 dias depois, estava teoricamente imunizado. Os outros dois exames a que se submeteu confirmaram o resultado.

Isso explicaria que Bolsonaro possa saracotear à vontade, tirar ouro do nariz e despejar perdigotos em sua claque – sabe que não contaminará nem será contaminado. Passa por valente e mostra que "tinha razão". O fato de que seu exemplo pode levar a milhares de mortes longe dali não lhe diz nada. "Terão mortes", ele já admitiu, esfaqueando a língua. "Paciência", resignou-se. Veremos o que dirá quando essas mortes começarem a se dar em massa entre seus eleitores – será como se os tivesse contaminado um a um.

Mas esqueça o Contaminador nº 1, que estimula o povo a apostar a vida enquanto a dele está garantida pela imunidade física e presidencial. Pense nos que, por arrogância ou ingenuidade, estão desprezando o confinamento.

Ao sair para passear, comprar cerveja ou bater papo com a turma na esquina estão esbofeteando um profissional da saúde — que, neste exato momento, trabalha nas mais dramáticas condições e arrisca sua vida por eles.

O mesmo sujeito leviano e insensível que se julga invulnerável pode vir a lamentar a falta de médicos — que também se contaminam — no posto a que precisará recorrer quando chegar a sua vez.

É duro saber que o vírus de que tais idiotas serão portadores atingirá médicos, assistentes, enfermeiros, anestesistas, faxineiros e até motoristas de ambulância, por mais protegidos que estejam.

Não será preciso esperar o fim do pesadelo para que os profissionais da saúde sejam alçados, sem discussão, à única categoria a lhes fazer justiça – a de santos modernos.

Fonte: Folha de S. Paulo – Colunas e Blogs – Quarta-feira, 15 de abril de 2020 – Publicado à 01h00 – Internet: clique aqui.

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