«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Como nasce uma notícia falsa

Onde conferir se a notícia é falsa ou não?

Editorial
Jornal «O Estado de S. Paulo»

Somente o jornalismo profissional é capaz de investigar à exaustão
os fatos na busca da verdade
Charge: Fake News. - 
O Projeto Comprova foi uma coalizão de 24 veículos de imprensa, entre os quais o jornal O Estado de S. Paulo, cujo objetivo era investigar a origem de notícias falsas ou enganosas amplamente compartilhadas nas redes sociais. Entre julho e dezembro de 2019, as redações desses veículos se debruçaram sobre 77 publicações que “viralizaram” na internet. Nada menos que 41% delas foram consideradas enganosas, isto é, fizeram uso de fotos e vídeos fora do contexto original, com a intenção clara de causar confusão. Além disso, 38% do total de publicações era inteiramente mentiroso, sem nenhuma correspondência com a realidade.

Os números impressionam, o que só confirma a extensão e a profundidade do fenômeno conhecido como fake news [= notícias falsas], que tem desafiado o jornalismo e a democracia.

Grupos cada vez mais influentes têm feito campanha sistemática contra a imprensa profissional e independente — com respaldo ou participação direta inclusive de alguns importantes chefes de Estado mundo afora —, procurando desmoralizar o trabalho de jornalistas e de veículos como intérpretes qualificados da realidade. A intenção é denunciar a imprensa como integrante de uma conspiração global destinada a acabar com as tradições e dar poder a subversivos em geral — em especial comunistas e minorias em geral, que seriam, segundo essa narrativa apocalíptica, os grandes sabotadores da moral judaico-cristã ocidental. [E o pior é que há gente que acredita nisto!!!]

Esse ataque sistemático ao jornalismo e, por extensão, à própria noção de verdade tem como propósito minar a democracia. Sem referências sólidas e compartilhadas pela maioria dos cidadãos sobre o que é a realidade, resta só a desconfiança generalizada, tornando praticamente impossível a articulação dos consensos políticos para a implantação de políticas públicas abrangentes e duradouras. Nesse ambiente, vicejam o populismo e soluções autoritárias.

O trabalho do Projeto Comprova é valioso justamente porque se dedica a restabelecer o valor da verdade dos fatos, o que se tornou crucial ante o avanço dos liberticidas. Para esse fim, não basta simplesmente denunciar a falsidade de uma notícia. É preciso oferecer à sociedade em geral a possibilidade de conhecer a mecânica de uma fake news, ou seja, demonstrar como se constrói um boato com potencial de substituir a verdade nas redes sociais.

No site do Comprova (https://projetocomprova.com.br/), há diversos relatos de investigações do grupo de veículos integrantes do projeto. Em todos os casos, procura-se conhecer a origem da informação inverídica e a trajetória do boato até ser compartilhado milhares de vezes — processo em que adquire aura de realidade.

Um exemplo muito interessante, do qual o jornal O Estado de S. Paulo participou, é a investigação sobre o vídeo de um suposto navio venezuelano que estaria despejando petróleo no litoral nordestino. As imagens foram publicadas no dia 10 de outubro num perfil do Facebook simpático ao presidente Jair Bolsonaro e compartilhadas quase 7 mil vezes em um só dia — o governo, na época, chegou a sugerir que a Venezuela do ditador Nicolás Maduro estaria por trás do vazamento.

Na investigação do Comprova, tomou-se um frame (foto de um instante do vídeo) e, a partir dele, a equipe procurou na internet imagens semelhantes àquela — a chamada “busca reversa”. Outras pistas foram seguidas até que os jornalistas encontraram o vídeo original — era de um navio ao largo de uma praia em Portugal. Esse vídeo foi publicado em abril, antes, portanto do acidente com petróleo na costa brasileira. Além disso, o Comprova entrevistou o dono da página portuguesa que publicou o vídeo e obteve dele os metadados das imagens — isto é, os dados que permitem checar o dia e o local em que elas foram feitas —, para confirmar que era ele mesmo o autor das imagens. O Comprova atestou a veracidade do vídeo e seu contexto verdadeiro, demonstrando assim que a postagem do perfil bolsonarista no Facebook era falsa.

Como se observa, o Comprova transformou a crise causada pela onda de fake news em oportunidade não só para explicar como uma mentira é produzida, mas principalmente para demonstrar que somente o jornalismo profissional é capaz de investigar exaustivamente os fatos e ir além das aparências, em busca da verdade.
mundosubversivo hashtag on Twitter 
Anote aí...
Onde mais saber o que é Notícia Falsa (fake news):

1) Estadão Verifica
Você já recebeu textos, áudios, fotos ou vídeos suspeitos no WhatsApp?
Por sua facilidade de uso e quase onipresença nos celulares dos brasileiros, o aplicativo é uma ferramenta muito usada na proliferação de notícias falsas.
É por isso que o Estadão Verifica (clique aqui) criou um canal para receber rumores dos leitores e checar os que estiverem circulando com mais frequência.
O número para contato e envio do material pelo WhatsApp é (11) 99263-7900.
Como o volume de mentiras espalhadas nas redes é grande, não podemos garantir que será possível conferir a veracidade de tudo o que nos for enviado.
No entanto, sua colaboração é essencial para selecionar os boatos mais relevantes
e impedir sua disseminação, melhorando o ambiente de informações

2) Agência Lupa
A Agência Lupa (clique aqui) é primeira do setor de checagem de fatos do Brasil a ser criada em nosso país. Ela integra o site Folha de S. Paulo e seus trabalhos estão diretamente ligados a fatos compartilhados pelas redes sociais.
Para entrar em contato com a Lupa, basta mandar uma mensagem no Facebook (aqui) diretamente para o Messenger, que o bot irá auxiliar a avaliação das informações como verdadeiras ou falsas.

3) Fato ou Fake
Criado pelo grupo Globo, Fato ou Fake (clique aqui)  faz a apuração de notícias falsas com uma equipe composta por jornalistas que trabalham em veículos como Época, Extra, G1, CBN, Época, Extra, TV Globo, GloboNews, Jornal O Globo e Valor Econômico. Este site é responsável por verificar notícias muito compartilhadas de assuntos gerais.
Se você quiser fazer uma denúncia de alguma notícia falsa, pode ir à página do Facebook do Fato ou Fake (clique aqui), ou mandar uma mensagem para o WhatsApp, através do número (21) 97305-9827.

4) E-Farsas
Lançado em 2001, o E-Farsas ( clique aqui) é um dos sites de checagem de notícias mais antigo que foi criado. O site é responsável por avaliar boatos que são espalhados diariamente pela internet. Após a avaliação, um post é feito para que as pessoas possam ter acesso ao conteúdo.
Para mandar uma sugestão de notícia a ser verificada para o site, basta apenas ir na aba de Contato do site (clique aqui). Ou, então, faça contato pelo WhatsApp: (11) 96075-5663.

5) Fake Check
O detector de notícias falsas Fake Check (clique aqui) é uma plataforma que foi criada pela junção de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Diferentemente de uma agência, a plataforma utiliza aprendizagem de máquina e inteligência artificial para avaliar se um texto é verdadeiro ou falso.
Para entrar em contato com o Fake Check, basta apenas enviar uma mensagem para o bot do WhatsApp através do número (16) 98821-2457 ou acessar esta página aqui.

6) Boatos
O Boatos (clique aqui) é um site criado pelo jornalista Edgard Matsuki em 2013. Seu objetivo é publicar verificações de notícias populares na internet. Inicialmente focada em boatos com viés de curiosidade, a plataforma foi se tornando, aos poucos, também em um serviço voltado para o que ficou conhecido como fake news.
O trabalho é realizado por uma equipe pequena de jornalistas: apenas quatro profissionais, incluindo o próprio Edgar. As sugestões de notícias para checagem costumam surgir na área de comentários de posts do site. Em geral, usuários enviam solicitações com links de algo suspeito para recomendar a verificação.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas & Informações – Domingo, 3 de maio de 2020 – Página A3 – Internet: clique aqui.

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