«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Um alerta!

O presidente perdeu a condição de governar

José Carlos Dias, Cláudia Costin, José Gregori,
Luiz Carlos Bresser-Pereira, Paulo Sérgio Pinheiro
e Paulo Vannuchi*

A semear a insegurança e a desinformação, e ao colocar em risco a vida dos brasileiros, seu afastamento do cargo se impõe
Lançada Comissão Arns em defesa dos Direitos Humanos - ClimaInfo
A "COMISSÃO ARNS DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS"
é uma homenagem ao cardeal-arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016),
incansável defensor dos direitos e da dignidade dos mais fracos

O momento é grave. É hora de dar um basta ao desgoverno. Hoje é preciso falar ao conjunto dos brasileiros, nossa população multiétnica, multirracial, com diversidade cultural e distintas visões políticas, 210 milhões de cidadãs e cidadãos. Hora de falar ao povo, detentor e destinatário dos rumos do país.

Assistimos em 2019 ao desmanche de instituições e estruturas de Estado, em nome de alinhamentos ideológicos e guerras culturais. A partir de fevereiro último, com a chegada da pandemia em nosso território, ao grande desmanche somaram-se ataques à ordem constitucional, à democracia, ao Estado de Direito. Não podem ser banalizados, muito menos, naturalizados.

Como alertaram os cientistas, a covid-19 encontraria no Brasil campo fértil para o seu alastramento:
* um país-continente com enorme desigualdade social e concentração de renda,
* sistema de saúde fragilizado por cortes e tetos orçamentários,
* saneamento básico precário,
* milhões de brasileiros vivendo em bairros, comunidades e distritos sem infraestrutura,
* sucateamento da educação pública,
* desemprego na casa das 13 milhões de pessoas e
* uma economia estagnada.

Acrescente-se a esse quadro as características próprias da atual pandemia – um vírus com alta velocidade de transmissão e sintomatologia grave, para o qual ainda não há remédio ou vacina eficazes.

Talvez imune ao vírus, mas com toda certeza imune ao sofrimento humano, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem manifestado notória falta de preocupação com os brasileiros, com o risco das aglomerações que estimula, com a volta prematura ao trabalho, com um sistema de saúde que colapsa aos olhos de todos e até com o número de óbitos pela covid-19, que totalizam, hoje, muitos milhares de casos – sobre os quais, aliás, já se permitiu fazer ironias grosseiras e cruéis.

Mas a sanha do presidente não para por aí. Enquanto o país vive um calvário, Jair Bolsonaro:
* insufla crises entre os Poderes.
* Baixa atos administrativos para inibir investigações envolvendo a sua família.
* Participa de manifestações pelo fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
* Manipula a opinião pública, e até as Forças Armadas, propagando a ideia de um apoio incondicional dos militares como blindagem para os seus desatinos.
Enfim, o presidente deixa de governar para se dedicar à exibição diária de sua triste figura, em pantomimas familiares e ensaios golpistas.

Preocupado com o amanhã e sob o peso do luto, o Brasil precisa contar com um governo que coordene esforços para a superação da crise, começando por ouvir a voz que vem das casas, das pessoas que sofrem, em todas as partes. Não há como aceitar um governante que ouve apenas radicais fanáticos, ressentidos e manipuladores, obcecado que está em exercer o poder de forma ilimitada, em regime miliciano-militar que viola as regras democráticas e até mesmo o sentido básico da decência.

Só resta sublinhar o que já ficou evidente: Jair Bolsonaro perdeu todas as condições para o exercício legítimo da Presidência da República, por sua incapacidade, vocação autoritária e pela ameaça que representa à democracia. Ao semear a intranquilidade, a insegurança, a desinformação e, sobretudo, ao colocar em risco a vida dos brasileiros, seu afastamento do cargo se impõe. A Comissão Arns de Defesa dos Direitos Humanos entende que as forças democráticas devem buscar, com urgência, caminhos para que isso se faça dentro do Estado de Direito e em obediência à Constituição.
 ABI ingressa na Comissão Arns de Direitos Humanos | ABI
* JOSÉ CARLOS DIAS, presidente da Comissão Arns de Defesa dos Direitos Humanos e ex-ministro da Justiça (Governo Fernando Henrique Cardoso – FHC);
CLAUDIA COSTIN, ex-ministra de Administração e Reforma (Governo FHC);
JOSÉ GREGORI, ex-ministro da Justiça (Governo FHC);
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, ex-ministro da Fazenda (Governo Sarney), ministro da Administração e Reforma do Estado e ministro da Ciência e Tecnologia (Governos FHC);
PAULO SÉRGIO PINHEIRO, ex-ministro da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos (Governo FHC);
PAULO VANNUCHI, ex-ministro de Direitos Humanos (Governo Lula).
Todos fundadores e aqui representantes da COMISSÃO ARNS, assinam o artigo em nome dos 22 membros da comissão.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política - Artigo – Segunda-feira, 18 de maio de 2020 – Página A6 – Internet: clique aqui.

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