«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

É tempo de solidariedade!

A pandemia expõe as desigualdades

Editorial
O Estado de S. Paulo

Quanto mais a epidemia avança,
mais as disparidades vêm à tona
 Há o que comemorar neste Dia das Crianças? - CTB
Apesar dos sentimentos generalizados de interdependência e das mensagens inspiracionais do tipo “estamos todos juntos”, a verdade é que o atual choque sanitário e econômico será muito mais devastador para os cidadãos mais pobres de cada nação e para as nações mais pobres da comunidade global. A crise pode comprometer décadas de esforços dos países em desenvolvimento para tirar as pessoas da miséria e deve intensificar a tendência à desigualdade nos países desenvolvidos, que vinha crescendo desde a crise financeira de 2008. Quanto mais a pandemia avança, mais as disparidades vêm à tona.

Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) 
mostram que, apesar dos avanços na redução da pobreza,
1 em 4 pessoas vive na pobreza,
e mais de 40% da população mundial não tem qualquer proteção social.

Em média, os países mais desenvolvidos têm, para cada 10 mil habitantes, 55 leitos hospitalares, 30 médicos e 81 enfermeiros, enquanto os países menos desenvolvidos têm 7 leitos, 2,5 médicos e 6 enfermeiros. O confinamento provocou uma aceleração brusca da digitalização global, mas mais de 85% da população mundial não tem pleno acesso à rede digital.

A Organização Internacional do Trabalho estima que 195 milhões de empregos serão pulverizados e 1,6 bilhão de trabalhadores informais sofrerão “danos massivos”, com quedas médias de 60% em sua renda. O Banco Mundial advertiu que a pandemia pode lançar entre 40 milhões e 60 milhões de pessoas na extrema pobreza. Segundo o Programa Alimentar Mundial, 135 milhões de pessoas estão sofrendo algum nível de fome e 135 milhões estão à beira da inanição.

Os países ricos estão despendendo proporcionalmente muito mais que
os pobres no combate ao vírus e seus efeitos.

Pelos cálculos do FMI, enquanto os sete países mais industrializados do mundo gastam cerca de 6% do PIB com estímulos econômicos, os integrantes do G-20 gastam 3,5%. O pacote japonês, por exemplo, chega a 20% do PIB e o americano, a 10%. Já no Brasil ou na Malásia não chega a 3%.

Segundo a Pnud, “sem apoio da comunidade internacional os países em desenvolvimento correm o risco de uma reversão massiva nos ganhos das duas últimas décadas e de toda uma geração perdida, quando não em vidas, em direitos, oportunidades e dignidade”.

O FMI está disponibilizando US$ 1 trilhão em empréstimos – 4 vezes mais do que na crise financeira. Seu pacote de ações inclui US$ 100 bilhões para desembolso rápido; alívio da dívida de US$ 1,4 bilhão aos 29 países mais pobres; um fundo para redução da pobreza de US$ 17 bilhões (até agora foram captados US$ 11,7 bilhões); e a criação de uma linha de liquidez de curto prazo. Além disso, o FMI concertou com o Banco Mundial e o G-20 a suspensão das dívidas bilaterais para os países mais pobres em 2020, totalizando US$ 12 bilhões. São medidas que podem ser emuladas e adaptadas por instituições financeiras globais e nacionais.
Crise do coronavírus amplia desigualdades e inaugura novo grupo de ... 
Mas uma crise sem precedentes exige respostas sem precedentes.
O Papa Francisco, por exemplo, afirmou
“que este talvez seja o tempo de considerar uma renda mínima universal”.

Programas como o Bolsa Família, por mais imperfeitos que sejam, podem servir de modelo a muitos países. Uma dúzia de nações está experimentando algo do gênero. A Espanha caminha para implementar um programa permanente para os mais pobres, e mesmo os Estados Unidos estão distribuindo cheques de US$ 1.200 aos mais vulneráveis. “Se os países pobres devem visar uma renda mínima universal além da crise é uma questão em aberto”, disse em editorial o jornal Financial Times. “Implementá-la temporariamente dará informações úteis para fazer a escolha depois. Mas, acima de tudo, os governos devem aos seus cidadãos mais pobres um salva-vidas incondicional já.” A comunidade internacional deveria pensar de maneira análoga em relação aos seus membros mais pobres.

A verdade é que, na crise, não estamos “todos juntos”, mas, se indivíduos, organizações e governos seguirem a máxima moral – “aja como se estivéssemos todos juntos” –, talvez saiam dela menos separados.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas & Informações – Segunda-feira, 11 de maio de 2020 – Pág. A3 – Internet: clique aqui.

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