«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 23 de maio de 2020

Evangélicos e Bolsonaro

Organizações evangélicas repudiam Bolsonaro
e manifestam apoio à ciência

Thaiza Pauluze

Grupo também manifesta solidariedade e luto pelos
20 mil mortos por coronavírus no país
Culto ao vivo: confira os benefícios da transmissão ao vivo para ... 
Uma carta assinada por 34 organizações e movimentos evangélicos pede afastamento de Jair Bolsonaro (sem partido) da presidência, defende o isolamento social para conter a pandemia do novo coronavírus, apoia a ciência e pede que igrejas fiquem com as portas fechadas.

O presidente foi eleito com amplo apoio de fiéis e líderes do segmento religioso. Mas parte dos evangélicos afirma que Bolsonaro tem se comportado de forma antiética e "dado provas de que não está à altura do cargo".

O documento intitulado “O governante sem discernimento aumenta as opressões - Um clamor de fé pelo Brasil” afirma que o governo federal “atenta contra a vida humana ao invés de praticar a justiça e compaixão pelos pobres”, se referindo a uma passagem bíblica.

As organizações também declaram apoio às universidades e aos centros de pesquisa, aos pesquisadores e cientistas, e dizem repudiar os pronunciamentos de Bolsonaro contrários às recomendações de especialistas da saúde.

“Reconhecemos a ciência como dom de Deus para cuidar da vida humana e toda a sua criação. A fé e a ciência são aliadas, caminham juntas e exaltam o poder divino”, diz o texto. “Nossa gratidão e solidariedade para com os profissionais de saúde que têm experimentado grande desgaste físico e emocional.”

As entidades também manifestam solidariedade e luto pelos 20 mil mortos por Covid-19 no país e pedem que igrejas não promovam cultos públicos, com aglomeração, mas sim usem suas estruturas para ajudar no enfrentamento da pandemia.

Na periferia da capital paulista, algumas igrejas evangélicas mantêm cultos presenciais, como a Plenitude do Trono de Deus, em Guaianases (zona leste), a igreja Paz e Vida, em Cidade Ademar (zona sul), além de várias unidades da Deus é Amor e a Adap (Assembléia de Deus Ministério Apostólico), em Poá, na Grande São Paulo.

Também há igrejas que adotaram os cultos online e outras que fecharam o espaço para aglomerações, mas o deixam aberto para quem procura.

As igrejas obtiveram em decreto presidencial, contestado na Justiça, o status de atividade essencial na pandemia, o que permite que continuem recebendo público.

A carta cobra que prefeituras e governos estaduais garantam o isolamento social.

“Não há nenhuma razoabilidade em se opor 
a crise na saúde à crise econômica.
É falsa tal divisão. Não se pode minimizar uma situação de pandemia
em favor de lucros”, afirma o texto.
TSE manda Bolsonaro remover 55 links em que propagava fake news ... 
O grupo propõe ainda que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proceda o julgamento das Ações de Investigação Judicial que pedem a cassação da chapa de Bolsonaro e do seu vice, Hamilton Mourão, em razão da disseminação de fake news durante a campanha eleitoral.

"Convidamos irmãs e irmãos a se juntar nesse clamor de fé e ação pelo Brasil", pede a carta.

Entre os que assinam estão a:
* Aliança de Batistas do Brasil,
* Cristãos Contra o Fascismo,
* Comunidade Cristã da Lapa,
* Congrega,
* Cristãos pela Justiça,
* Evangélicos pela Justiça,
* Evangélicos Trabalhistas (ligados ao PDT),
* Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito,
* Instituto Guarani,
* Liberta,
* Missão Aliança,
* Nossa Igreja Brasileira,
* Movimento Negro Evangélico e
* Núcleo de Evangélicas e Evangélicos do PT.

Os evangélicos, no entanto, tendem a avaliar de forma mais positiva o presidente Bolsonaro e a relativizar a pandemia do coronavírus, de acordo com pesquisa Datafolha feita no início de abril.

O índice de ótimo ou bom atribuído à condução da crise pelo presidente passa de 33% na população em geral para 41% quando considerados apenas os evangélicos. Os entrevistados desse ramo cristão também são menos favoráveis à hipótese de renúncia do presidente — o índice cai de 37% na população em geral para 30% nesse recorte.

Enquanto na população em geral 37% consideram que a população deve sair para trabalhar, em vez de permanecer em isolamento, entre evangélicos esse número sobe para 44%.

Bolsonaro em seu governo costuma fazer gestos ao segmento religioso, como comparecer a eventos, e já falou em nomear para o Supremo Tribunal Federal um ministro “terrivelmente evangélico”. O presidente se declara católico, mas sua mulher, Michelle, é evangélica.

Nilza Valéria, integrante da coordenação nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, uma das signatárias da carta, critica o novo protocolo do Ministério da Justiça sobre o uso da cloroquina, divulgado nesta quarta-feira (20). “Não é o presidente que determina o medicamento que deve ser usado.”

Caio Marçal, membro da coordenação nacional da Rede Fale, que também assina a carta, afirma que existe um falso dilema de que a religião se oporia à ciência. “O saber é divino. Quando se trabalha contra a ciência, se desmerece a ação criativa dada por Deus aos seres humanos pra que possam desenvolver métodos de proteção das vidas.”

Para os dois, a religião assume papel fundamental em um momento de pandemia. “Com a fé, eu consigo ter consolo, esperança. E as igrejas sempre foram agências de socorro em momentos de tragédias sociais, doando cestas básicas, apoiando as famílias”, diz Nilza.

Caio lembra que as igrejas têm forte presença nas periferias. “Elas poderiam facilitar a inserção de famílias pobres no acesso às possibilidades de receber auxílio em meio a pandemia. Contudo, a desinformação e a disseminação de fake news, inclusive promovidas por Jair Bolsonaro, têm colocado a vida de nossos irmãos e irmãs em risco”, afirma.

Fonte: Folha de S. Paulo – Saúde – Coronavírus – Sábado, 23 de maio de 2020 – Página B2 – Internet: clique aqui.

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