«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Ouçamos o Papa

 Em seu discurso à Cúria Romana, por ocasião do Natal, Papa Francisco cita dom Hélder Câmara

 Redação 

Morto em 1999, arcebispo de Olinda e Recife foi acusado de comunista e perseguido pelos militares durante a ditadura

PAPA FRANCISCO discursa durante a Audiência da Quarta-Feira, no Vaticano, dia 23 de dezembro de 2020 - Foto: Vatican Media

No encontro anual em que concedeu a bênção de Natal para a cúpula da Igreja, no Vaticano, o Papa Francisco recorreu às palavras de dom Hélder Pessoa Câmara para pedir «uma colaboração generosa e apaixonada no anúncio da Boa Nova sobretudo aos pobres». 

Em uma de suas frases famosas, dom Hélder disse:

«Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo; quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista».

«Me vem à mente o que dizia aquele santo bispo brasileiro», falou Francisco na segunda-feira (21 de dezembro), antes de citar o trecho do religioso cearense, morto em 1999, e cujo nome está em processo de canonização desde fevereiro de 2015. 

Tornado arcebispo de Olinda e Recife em 1964, dom Hélder era fortemente envolvido com causas sociais e foi um contraponto à ditadura militar. 

Incentivou e fortaleceu as Comunidades Eclesiais de Base [CEB’s] e foi alçado ao posto de resistência ao regime. Passou a ser visto como líder na defesa dos direitos humanos. Foi acusado de comunista, chamado de «arcebispo vermelho» e perseguido pelos militares, sobretudo depois do Ato Institucional nº 5, que inaugurou o período de maior repressão da ditadura militar. 

Décimo primeiro filho de um jornalista e de uma professora primária, dom Hélder foi ordenado padre aos 22 anos e ainda jovem se envolveu com causas sociais. Coordenou os círculos operários cristãos e liderou a Juventude Operária Católica. Fundou, em 1933, a Sindicalização Operária Feminina, que lutava por direitos de empregadas domésticas e lavadeiras. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, fundou a Comissão Católica Nacional de Imigração e trabalhou para acolher refugiados que chegavam ao país. 

Tornou-se bispo aos 43 anos, em 1952. No mesmo ano, conseguiu a aprovação do Vaticano para criar a Conferência Nacional do Bispos do Brasil, a CNBB. 

DOM HÉLDER PESSOA CÂMARA (1909-1999)

A partir de então passou a se dedicar a causas como a Cruzada São Sebastião, que resultou em conjuntos habitacionais para moradores de favelas, e o Banco da Providência, para atender aos sem renda. 

Foi um dos proponentes do Pacto das Catacumbas, em que 42 religiosos [bispos, agentes de pastoral e teólogos] se comprometeram a assumir atitudes com o objetivo de reduzir a pobreza global. O documento é considerado o embrião da Teologia da Libertação, corrente cristã que determina assumir «a opção preferencial pelos pobres». 

Na mensagem de Natal de 2020, o Papa Francisco disse ainda que a «pandemia é uma ocasião propícia para uma breve reflexão sobre o significado da crise em si mesma». 

«A crise é um fenômeno que afeta a tudo e a todos. Presente por todo lado em cada período da história, envolve as ideologias, a política, a economia, a técnica, a ecologia, a religião. Trata-se de uma etapa obrigatória da história pessoal e social.» 

Segundo ele, pode ser também um momento de transformação. «A crise é aquele crivo que limpa o grão de trigo depois da ceifa», disse Francisco. 

Vale a pena ler e refletir sobre o «Discurso do Papa Francisco à Cúria Romana para as Felicitações de Natal», para isso, favor clicar aqui 

Fonte: Folha de S. Paulo – Mundo – Sexta-feira, 25 de dezembro de 2020 – Pág. A8 – Internet: clique aqui (acesso em: 28/12/2020).

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