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3º Domingo do Advento – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 11,2-11   Frei Alberto Maggi * Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas)   Jesus: messias misericordioso que promove a vida O evangelista Mateus escreve para uma comunidade de judeus e apresenta a figura de Jesus segundo as linhas da vida e das obras de Moisés. Moisés libertou seu povo, fazendo com que Deus lançasse as dez pragas, as famosas dez pragas do Egito, contra aqueles que se opunham à libertação dos judeus da escravidão. Pois bem, o evangelista apresenta Jesus que não realiza dez pragas, dez castigos contra os seus adversários ou inimigos, mas dez obras com as quais comunica a vida, e comunica a vida aos seus rivais, aos seus inimigos. Tudo isso desconcerta, porque a atividade de Jesus não é a esperada, aquela que tinha sido anunciada por João Batista ― lembremo-nos do Messias carrasco que tem o machado na mão, corta toda a árvore que não dá fruto e joga no fogo, esse Messias que viria para dividir o povo em puros e impu...

2º Domingo do Advento – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 3,1-12   Frei Alberto Maggi * Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas)   A melhor preparação para acolher o Messias é a nossa conversão Após o evangelho da infância de Mateus (capítulos 1 e 2), temos a parte narrativa que precede o primeiro dos cinco grandes sermões de Jesus nesse evangelho. Trata-se do Sermão da Montanha (5,1–7,29). A passagem deste domingo, é extraída dessa apresentação que João, o Batista, realiza antes de batizar Jesus.  Mateus 3,1-2: ** «Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judeia: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. » O capítulo 3 do Evangelho de Mateus abre com a fórmula, que só aparece aqui, a única vez em todo o Evangelho: “ Naqueles dias ”. Com esta fórmula, o evangelista pretende recordar o capítulo 2 (v. 11a) do livro do Êxodo, onde se lê: “ Naqueles dias, Moisés, já adulto, saiu para junto de seus irmãos e reparou nos trabalhos forçados deles ...

1º Domingo do Advento – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 24,37-44   Frei Alberto Maggi Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas)   O Reino de Deus é uma salvação para todos, mas não é de todos A passagem que a liturgia apresenta no primeiro domingo do Advento do Evangelho de Mateus, capítulo 24, versículos 37-44, deve ser contextualizada, sob pena de correr o risco de incompreensão e deturpação do sentido daquilo que o evangelista escreve. E qual é o contexto? No Templo, Jesus expulsou a todos e denunciou as mais altas autoridades religiosas por terem transformado a casa do Pai em “um covil de ladrões e bandidos” (Mt 21,12-13). E depois, Jesus queixou-se, chorou por Jerusalém, uma instituição que, em vez de reconhecer, acolher e apoiar os enviados de Deus, sempre os matou (Mt 23,37). Por quê? Para seu próprio lucro, para sua própria conveniência. E Jesus tinha anunciado: “Esta casa ficará deserta” (Mt 23,38) e tinha dito aos seus discípulos que o Templo que eles admiravam seria destr...

Solenidade de N. S. Jesus Cristo, Rei do Universo – Ano C – Homilia

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  Evangelho: Lucas 23,35-43   Frei Alberto Maggi * Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas)   Jesus, um rei que olha para as necessidades das pessoas O episódio das tentações no deserto terminou com estas palavras: “ o diabo afastou-se dele até o tempo oportuno ” (Lc 4,13) E aqui está o momento oportuno, isto é, o momento de máxima debilidade de Jesus: Jesus é crucificado, já está em agonia, na cruz, e no momento de máxima fragilidade, surgem novamente as tentações de força, as tentações de poder. Vamos ler o que Lucas escreve para nós, no capítulo 23 versículos 35 a 43.   Lucas 23,35a: ** «Naquele tempo, o povo permanecia lá, observando.» No Lecionário Dominical da CNBB, o texto omite este início. Jesus, que tinha como única missão trazer a vida, salvar as pessoas, já pronunciou as palavras dirigidas ao Pai, uma oração de perdão: “ Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem! ” (Lc 23,34a). O evangelista escreve que “ as pessoas e...