«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 29 de novembro de 2014

1º Domingo do Advento – Ano B – Homilia

Evangelho: Marcos 13,33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
33 “Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento.
34 É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando.
35 Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer.
36 Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo.
37 O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”

JOSÉ ANTONIO PAGOLA

SEMPRE É POSSÍVEL REAGIR

Nem sempre é o desespero que destrói em nós a esperança e o desejo de seguir caminhando, dia a dia, cheios de vida. Ao contrário, pode-se dizer que a esperança vai se diluindo em nós, quase sempre, de modo silencioso e imperceptível.
Talvez, sem nos darmos conta, nossa vida vai perdendo cor e intensidade. Pouco a pouco parece que tudo começa a ser pesado e aborrecido. Vamos fazendo, mais ou menos, o que temos de fazer, porém a vida não nos “preenche”.

Um dia comprovamos que a verdadeira alegria foi desaparecendo de nosso coração. Não somos mais capazes de saborear o bom, o belo e a grandeza que há na existência.

Pouco a pouco, tudo foi se complicando. Talvez, já não mais esperamos grande coisa da vida nem de ninguém. Não cremos mais, sequer, em nós mesmos. Tudo nos parece inútil e sem mais sentido.

A amargura e o mau humor se apoderam de nós cada vez com mais facilidade. Não mais cantamos. De nossos lábios não saem que sorrisos forçados. Há algum tempo deixamos de rezar.

Talvez, comprovamos com tristeza que o nosso coração foi se endurecendo e, hoje, não queremos bem a mais ninguém de verdade. Incapazes de acolher e escutar a quem encontramos, cotidianamente, em nosso caminho, somente sabemos nos queixar, condenar e desqualificar.

Aos poucos, caímos no ceticismo, na indiferença ou na “preguiça total”. Cada vez com menos forças para tudo aquilo que exija esforço e superação, não mais queremos correr novos riscos. Não vale a pena. Preocupados com muitas coisas que nos pareciam importantes, a vida nos foi escapando. Envelhecemos interiormente e algo está a ponto de morrer dentro de nós. O que podemos fazer?

Primeiramente, despertar e abrir os olhos. Todos esses sintomas são indício claro de que temos a vida mal colocada. Esse mal-estar que sentimos é o sinal de alerta que começou a tocar dentro de nós.

Nada está perdido. Não podemos, imediatamente, sentir-nos bem conosco mesmos, porém podemos reagir. Devemos nos perguntar sobre o que descuidamos até agora, o que temos de mudar, ao que devemos dedicar mais atenção e mais tempo. As palavras de Jesus são dirigidas a todos: “Vigiai”. Talvez, hoje mesmo, temos de tomar alguma decisão.


UMA IGREJA ACORDADA


As primeiras gerações cristãs viveram obcecadas pela imediata vinda de Jesus. O ressuscitado não poderia tardar. Viviam tão atraídos por ele que desejavam encontrar-se de novo o quanto antes. Os problemas começaram quando viram que o tempo passava e a vinda do Senhor demorava.

Logo se deram conta de que esta demora continha um perigo mortal. Podia-se apagar o primeiro ardor. Com o tempo, aquelas pequenas comunidades podiam cair, pouco a pouco, na indiferença e no esquecimento. Preocupava-lhes uma coisa: “Que, ao chegar, Cristo não os encontrasse adormecidos”.

A vigilância se converteu na palavra chave. Os evangelhos a repetem constantemente: “vigiai, estais alertas”, vivei despertos. Segundo Marcos, a ordem de Jesus não é somente para os discípulos que lhe estão escutando. O que vos digo, digo a todos: “Vigiai”. Não é um apelo a mais. A ordem é para todos seus seguidores de todos os tempos.

Passaram-se mais de vinte séculos de cristianismo. O que houve com este apelo de Jesus? Como os cristãos de hoje vivem? Seguimos acordados? Mantém-se viva a nossa fé ou se foi apagando na indiferença e mediocridade?

Não vemos que a Igreja necessita de um coração novo? Não sentimos a necessidade de sacudirmos a apatia e o autoengano?

Não despertaremos o melhor que existe na Igreja? Não reavivaremos essa fé humilde e pura de tantos crentes simples?

Não recuperaremos o rosto vivo de Jesus, que atrai, chama, interpela e desperta? Como podemos seguir falando, escrevendo e discutindo tanto sobre Cristo, sem que a sua pessoa nos enamore e nos transforme um pouco mais? Não nos damos conta de que uma Igreja “adormecida” à Jesus Cristo não seduz nem toca o coração, é uma Igreja sem futuro, que irá se apagar e envelhecer por falta de vida?

Não sentimos necessidade de despertar e intensificar nossa relação com Jesus Cristo? Quem, como ele, pode despertar nosso cristianismo da imobilidade, da inércia, do peso do passado, da falta de criatividade? Quem poderá contagiar-nos com sua alegria? Quem nos dará sua força criadora e sua vitalidade?

A Igreja não pode esquecer hoje “a responsabilidade da esperança”, pois essa é a missão que recebeu de Cristo. Antes que “lugar de culto” ou “instância moral”, a Igreja há de se compreender e viver como “comunidade da esperança”.

Uma esperança que não é uma utopia a mais, nem uma reação desesperada diante das crises e incertezas do momento.

Uma esperança que se fundamenta em Cristo ressuscitado, nele aqueles que acreditam descobrem o futuro último que espera a humanidade, o caminho que podemos e devemos percorrer para sua plena humanização e a garantia última diante dos fracassos, da injustiça e da morte. “Velai, vigiai”.

Traduzido do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: MUSICALITURGICA.COM – Homilías de José A. Pagola – Segunda-feira, 24 de novembro de 2014 – 12h40 – Internet: clique aqui.
 

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

COMO COMBATER A DESIGUALDADE SOCIAL? LEIA ...

É um erro achar que Brasil precisa de mais mercado, diz Thomas Piketty

RODRIGO VIZEU

Thomas Piketty - economista francês
No dia em que o governo brasileiro oficializou um novo ministro da Fazenda simpático ao mercado, o economista francês Thomas Piketty, autor do best-seller "O Capital no Século 21", afirmou considerar um erro pensar que o Brasil precisa de mais mercado e menos intervenção na economia.

Piketty, que está no Brasil para promover o livro que lhe rendeu status de celebridade no debate econômico, não quis discutir especificamente a nova equipe econômica, mas afirmou que "seria um erro pensar que o Brasil fez demais na área social para reduzir a desigualdade".

Em seu livro, o francês sustenta que a desigualdade voltou a aumentar nas últimas décadas, beneficiando herdeiros e prejudicando a ascensão social, o que colocaria em risco a democracia.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Piketty, que já foi citado em discurso pela presidente Dilma Rousseff, reclamou que dados de má qualidade fazem com que a desigualdade brasileira seja subestimada, e sua redução, alardeada pelo governo, talvez exagerada.

Folha - Recentemente, Dilma disse que o Brasil vai contra a corrente internacional de alta da desigualdade que seu livro aponta. O sr. concorda?

Thomas Piketty - Políticas de educação e transferências sociais como as que foram aplicadas em certa medida no Brasil nestes dez últimos anos podem permitir ir contra a corrente de aumento da desigualdade, mas ela realmente diminuiu?

Não é tão certo, é possível que tudo tenha sido puxado para cima, inclusive os mais pobres, mas não necessariamente em maior proporção que os mais ricos.

A forma como medimos a desigualdade sem dúvida a subestima. No Brasil, ela é sem dúvida ainda mais alta do que muitas estatísticas oficiais dizem porque a maior parte delas se baseia em pesquisas familiares com autodeclaração. O problema dessas pesquisas é que temos tendência a subestimar o topo da distribuição. Infelizmente, tem sido muito difícil acessar os dados fiscais do Brasil.

Falta transparência?

Thomas Piketty - Estudo recente (de pesquisadores da Universidade de Brasília) sugere que, se utilizamos dados fiscais, o nível das desigualdades no Brasil aumenta. Não sabemos muitas coisas sobre a distribuição da renda no Brasil e precisamos de mais transparência para ver melhor em que medida os diferentes grupos sociais se beneficiam do crescimento.

É evidente que todo o mundo se beneficiou do crescimento dos últimos 15 anos. Agora, em qual proporção exatamente os diferentes grupos se beneficiaram dele não sabemos muito bem. É possível que se tenha exagerado um pouco a [divulgação da] redução das desigualdades no Brasil.

Dilma também disse preferir investir em consumo e educação para lutar contra desigualdade a fazer taxação, como o sr. defende. Isso é suficiente?

Thomas Piketty - Também é preciso reforma fiscal, de um imposto progressivo sobre a renda e sobre o patrimônio. Precisamos da reforma fiscal para financiar a educação. Acrescento que uma parte das desigualdades grandes do Brasil se explica pela relativamente baixa progressividade do sistema fiscal.

Como seria a reforma?

Thomas Piketty - A faixa mais alta de Imposto de Renda no Brasil é de 27,5%, inferior à menor dos Estados Unidos. Creio que uma das razões pela qual há muito desigualdade no Brasil é a progressividade de IR relativamente baixa. Há também muitos impostos indiretos, que são regressivos e pesam sobre as camadas populares.

É importante também tratar de forma diferente as rendas anuais de R$ 100 mil e de R$ 1 milhão, R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Poderíamos ter faixas mais elevadas, de 50%, 60%.

Como na sua França natal?

Thomas Piketty - Também como os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, que têm taxas que vão até 40%, 50%. É ainda mais impressionante o imposto sobre herança, 4% [na maioria dos Estados] é realmente baixo, muito perto de zero.

É possível ter uma economia dinâmica e sistema capitalista próspero com imposto sobre herança alto. Para as novas gerações que não têm patrimônio familiar e procuram comprar apartamento em São Paulo, é muito difícil se você só tem a renda de seu trabalho. Não é normal que você ganhe R$ 100 mil por ano com seu trabalho e pague muito mais de imposto do que se você recebesse R$ 100 mil de herança de sua família.

O governo oficializou uma nova equipe econômica com um ministro da Fazenda mais ligado ao mercado e vindo de uma escola liberal. Que avaliação o sr. faz disso?

Thomas Piketty - Não conheço o contexto político brasileiro, não posso me pronunciar. Quem quer que seja colocado no comando da política, qualquer que seja a orientação, os níveis de desigualdade muito altos que temos no Brasil devem ser questionados e tratados pelo governo, assim como a baixa progressividade do sistema fiscal.

Mas abordagem liberal e pró-mercado é boa ideia para enfrentar tais desafios?

Thomas Piketty - Precisamos de mercado e também de poder público que tome decisões que permitam a cada um de se beneficiar da globalização e dos mercados.

Eu tento ir além dessas oposições um pouco teóricas e ideológicas. Creio que seria um erro pensar que o Brasil fez demais na área social, que fez demais para reduzir a desigualdade, que agora é preciso mais mercado, menos intervenção, eu acho que isso seria um erro.

Apesar dos esforços que foram feitos em políticas sociais nos últimos 15 anos, o Brasil continua extraordinariamente desigual. O nível de investimento social, educacional para os desfavorecidos da população brasileira continua insuficiente.

O sr. defende que os estudos em economia levem em conta aspectos históricos, sociais, políticos e culturais. Isso é importante também para a gestão econômica do governo?

Thomas Piketty - Sim, é importante para o governo também. A questão econômica é importante demais para ser deixada para economistas, que às vezes tentam fazer crer que dispõem de uma ciência realmente complicada que os outros não podem compreender e que é preciso deixá-los em paz. Isso é uma piada gigantesca.

O nome de seu livro, que remete a Karl Marx, e algumas de suas opiniões fazem que muitos o considerem anticapitalista.

Thomas Piketty - O problema é que há gente que vive ainda na Guerra Fria e tem necessidade de inimigos anticapitalistas. Não sou esse inimigo. Creio no capitalismo, na propriedade privada e nas forças do mercado.

Nasci tarde demais para ter a menor tentação que seja pelo comunismo de tipo soviético. Isso não me interessa. Ao mesmo tempo, acho que temos necessidade, basta ver a crise de 2008, de instituições públicas muito fortes para regular o mercado financeiro e as desigualdades produzidas pelo capitalismo.

Sua defesa de um imposto global sobre grandes fortunas já foi feita por outros autores e nunca avançou. Não é ingênuo crer que seja realmente possível contrariar tantos interesses contrários?

Thomas Piketty - Não precisamos esperar ter um governo mundial, um imposto unificado mundial para fazer progressos, senão arriscamos esperar um longo tempo. Podemos fazer progresso por etapas e a nível nacional. Há diferentes formas de imposto sobre capital e patrimônio em cada país, que podem ser melhorados de forma mais progressiva. Em seguida podemos progredir na cooperação internacional, como já tem sido feito quanto aos paraísos fiscais.

Como o sr. demonstra, a desigualdade no século 20 só caiu em um contexto de crise e reconstrução das sociedade após duas guerras mundiais. Seria mesmo possível algo tão ambicioso em tempos de paz?

Thomas Piketty - As lições de história são importantes, as elites que não querem pagar mais impostos no Brasil, nos EUA e na Europa devem se lembrar que não é uma boa solução esperar a crise. Todo o mundo precisa de uma globalização que seja mais justa, que beneficie diferentes grupos sociais em proporção equilibrada. Se não, é a própria globalização que arrisca ser questionada.

Fonte: Folha de S. Paulo – Mercado – 28/11/2014 – 02h00 – Internet: clique aqui.


Economista Thomas Piketty diz que educação de qualidade é caminho para reduzir desigualdade

Mariana Sanches

Para autor de “O Capital no Século XXI”,
dinheiro de taxas sobre fortunas deve ser usado no setor
Thomas Piketty em debate realizado na Faculdade de Economia e Administração da USP
São Paulo, 26 de novembro de 2014
 
Para diminuir a desigualdade, é preciso apostar em políticas de valorização do salário mínimo e de inclusão. E uma educação de qualidade é o principal caminho, já que jovens mais pobres vão para universidades de má qualidade, perpetuando a situação de pobreza, afirmou nesta quarta-feira o economista francês Thomas Piketty a uma plateia de estudantes, durante palestra na Universidade de São Paulo.

— A diminuição de desigualdade de renda depende de políticas de valorização do salário mínimo e de políticas inclusivas. A difusão de educação de qualidade é o mais importante mecanismo para diminuir a desigualdade de renda — afirmou o autor de “O Capital no século XXI”, recém-lançado no Brasil (Editora Intrínseca).

O francês ganhou fama mundial ao mostrar em seu livro o aumento da concentração de renda, uma vez que os ricos, especialmente os herdeiros de grandes fortunas, estão cada vez mais ricos, e os assalariados têm mais dificuldade de ascender socialmente. A solução defendida por ele é uma taxação progressiva da renda e a criação de um imposto sobre grandes fortunas.

USO ADEQUADO DO DINHEIRO

Piketty destaca que o uso adequado do dinheiro dessa taxação é essencial, especialmente na educação. Isso não significa criar escolas elitistas, mas oferecer boa educação de forma generalizada.

— Se olharmos a breve história de taxação, veremos que é preciso criar taxações progressivas de renda, fortalecer movimentos trabalhistas, investir em educação para mudar essa trajetória.

Ao relatar uma conversa recente com Bill Gates, um dos fundadores da gigante Microsoft, o francês arrancou risos da plateia:

— Tive uma discussão muito interessante com Bill Gates. Ele disse: “OK, concordo com tudo o que você diz, mas não quero pagar mais impostos”.

Já o economista André Lara Resende, também presente ao evento, sugeriu que a taxação do consumo seria melhor que taxar renda e riqueza. Segundo o francês, esta foi a saída dada por Gates.

— Não tenho problema de que discordem de mim, mas acho muito importante ter esse debate — disse Piketty. — Se nenhuma medida for tomada pelos governos, os países desenvolvidos tendem a ter uma concentração de riqueza semelhante à das oligarquias do século XIX.

Fonte: O Globo – Economia – 26/11/2014 – 14h36 – Atualizado em 27/11/2014 às 17h19 – Internet: clique aqui.

OS VERDADEIROS DONOS DO MUNDO - OS ULTRARRICOS

67 pessoas possuem um patrimônio
igual ao de metade do planeta – e a
diferença entre elas e o resto de nós
não para de crescer.


ANDREAS MÜLLER

As 67 pessoas mais ricas do mundo têm US$ 1,72 trilhão.
Tanto dinheiro quanto os 3,5 bilhões mais pobres.

Este ano, um grupo de 130 pessoas se reuniu em Copenhague, capital da Dinamarca. Discutiram assuntos como economia global, mudanças climáticas, guerras. Fizeram previsões, debateram, traçaram estratégias. Parecia uma assembleia da ONU. Mas era um encontro do Grupo de Bilderberg: organização criada em 1954 para reunir as pessoas mais poderosas do planeta. Seu encontro anual, que não é aberto a ninguém da imprensa, reúne multibilionários e chefes de Estado e de Exércitos (este ano, os destaques foram o líder supremo da OTAN, aliança militar presente em 28 países, e o diretor-geral da NSA, a superagência de espionagem americana).
“Estamos falando de uma rede global, mais poderosa do que qualquer país, e determinada a controlar a humanidade”, diz o russo Daniel Estulin, autor de um livro sobre o grupo. Ele pode estar exagerando um pouco. Mas é fato que os ultrarricos nunca tiveram tanta força. A economia mundial patina e não consegue se recuperar da megacrise de 2008, a maior dos últimos 80 anos. Ela começou com quebras de grandes bancos nos EUA [Estados Unidos da América], que deixaram um rombo estimado em US$ 2,7 trilhões, e se espalhou pelo planeta, gerando grandes ondas de desemprego e recessão – da qual as principais economias do mundo ainda não se recuperaram. Mas mesmo assim, em plena tempestade, o número de bilionários dobrou. Agora um pequeno grupo, com as 67 pessoas mais ricas do mundo, tem tanto dinheiro quanto os 3,5 bilhões de humanos mais pobres. É como se, financeiramente, metade do planeta coubesse dentro de um ônibus. A desigualdade de renda explodiu, e está se aproximando dos níveis que antecederam a Primeira Guerra Mundial. E isso tende a ser um problema para quase todo mundo.

Mas antes: como chegamos a esse ponto? Afinal, se o mundo está em crise, todos perdem, certo? Mais ou menos. Na verdade, as crises têm o poder de concentrar renda, deixar os ricos mais ricos. E é fácil entender o porquê. Quando as coisas apertam, pessoas e empresas são obrigadas a se desfazer do seu patrimônio. Vendem imóveis pela metade do preço, liquidam ações por menos do que valem e, claro, saem perdendo. Quem ganha são uns poucos – que têm dinheiro para comprar tudo isso. “Para cada novo milionário, há muito mais gente que perde dinheiro. Em geral, quem mais sofre são os pobres e a classe média”, diz Rodolfo Olivo, professor de finanças da USP. Os mais ricos compraram ações e empresas pagando pouco, logo no estouro da crise, e ganharam com isso. De 2009 para cá o índice Dow Jones, que mede as principais ações das bolsas americanas, subiu 149%.

Ao mesmo tempo em que aumentava a concentração de renda, a crise emperrou as economias e instigou movimentos como o Occupy Wall Street – que começou como um protesto de 100 mil pessoas no centro financeiro de Nova York e chegou a 1.500 cidades pelo mundo.

Tudo isso teve uma consequência inédita: fez um livro de economia virar best-seller. O Capital no Século XXI, escrito pelo economista francês Thomas Piketty, é um catatau de quase 700 páginas, que analisa as economias de 20 países ao longo de mais de um século. É denso, complexo, difícil de ler. Mas se tornou número 1 na Europa e nos EUA, com centenas de milhares de cópias vendidas. No Brasil, foi lançado em novembro e imediatamente alcançou o segundo lugar (só perdendo para a biografia do líder religioso Edir Macedo). Piketty tem chamdo a atenção – e causado furor – porque demonstrou, com estatísticas, que a desigualdade social está aumentando. E apresentou uma explicação para esse fenômeno.

O contraste entre ricos e pobres não surge do nada. Ele vem de uma força elementar: a diferença entre o capital e o trabalho. O capital (dinheiro, imóveis, fábricas, ações, bens) pode ser investido e gerar mais capital. Já o trabalho não tem esse poder multiplicador. E aí, diz Piketty, r > g. Essa fórmula, que foi inventada por ele, é bem simples. O “r” é o ganho médio que o capital consegue obter em um ano, por meio de investimentos. Já o “g” representa a taxa de crescimento da economia. Ou seja: se r é maior que g, quem tem capital para investir sempre ganha mais do que a economia como um todo. E fica com uma fatia cada vez maior do bolo. Já quem trabalha e recebe salário, ou seja a maioria das pessoas, fica com menos. E como dizia o refrão daquela música, “o de cima sobre e o de baixo desce”.
Manifestação "Occupy Wall Street" em Nova York
Tradução do cartaz:
"Você perdeu a sua casa? Wall Street roubou de você."
 
Nem sempre foi assim. Entre as décadas de 1950 e 1970, o processo foi inverso. O crescimento da economia era maior que o ganho dos investimentos (ou seja, g > r). O mercado financeiro lucrava menos do que a “economia real”, embalada pela reconstrução da Europa e a explosão de prosperidade nos EUA. A desigualdade diminuiu. Mas a onda virou, e a distância entre ricos e pobres voltou a crescer.

No final dos anos 70, os presidentes das 350 maiores companhias do mundo ganhavam, em média, 30 a 40 vezes mais que os funcionários de base. Hoje, a diferença de salário entre o presidente e o peão passa de 300 vezes. Nos Estados Unidos, o salário médio dos trabalhadores encolheu de US$ 4 mil para US$ 2.750 (em valores reais, descontando a inflação do período) entre 1978 e 2010. Já a remuneração do 1% mais rico disparou: foi de US$ 25 mil para US$ 83 mil.

No Brasil, a concentração de renda caiu nos últimos 20 anos. Mas ainda é brutal. Somos o 13º país mais desigual do mundo, só perdendo para nações muito pobres, como Botsuana, Namíbia e Haiti. “Quanto maior é a desigualdade, mais altas são as taxas de homicídio, de uso de drogas, mortalidade infantil, doenças psiquiátricas e até de obesidade”, diz Richard Wilkinson, diretor da ONG britânica The Equality Trust.

Reduzir a diferença entre ricos e pobres não é apenas uma questão humanitária ou ideológica. É importante para a saúde da própria economia. E quem diz isso não são pregadores esquerdistas: é o Fundo Monetário Internacional, que publicou um estudo mostrando como a desigualdade extrema tende a gerar crises, e o World Economic Forum – que reúne 700 líderes econômicos globais e este ano elegeu a desigualdade como o grande problema do mundo atual. Até o papa Francisco andou palpitando a respeito: para ele, a desigualdade “provocará uma explosão da violência” no mundo se não for contida.

O DINHEIRO NO PODER

Os donos do mundo aproveitaram a crise e exploraram a diferença entre capital e trabalho para aumentar suas fortunas. Mas também podem recorrer a outros meios, como a política. A história está recheada de casos de multibilionários que usaram suas fortunas para moldar o destino da humanidade – e ficaram ainda mais ricos fazendo isso. No século 19, o banqueiro Nathan Rothschild foi o grande instigador da derrota de Napoleão na batalha de Waterloo. Ele comprou a maior parte dos títulos emitidos pelo Exército inglês para financiar a guerra. Cheio de dinheiro, e portanto de armas, o Exército foi ao front e venceu. Rothschild foi a primeira pessoa na Inglaterra a ficar sabendo. Sem avisar ninguém, saiu vendendo seus títulos. Os outros investidores acharam que a Inglaterra tinha perdido a guerra, e também venderam os títulos que possuíam. Isso derrubou os preços deles. Rothschild aproveitou para recomprar tudo, pagando baratíssimo. No dia seguinte, quando o resto do país foi informado da vitória, o valor dos papéis disparou. E Rothschild multiplicou sua fortuna em 20 vezes. Ela chegou a US$ 350 bilhões, em valores atuais. Dá mais de quatro Bill Gates.
Nathan Mayer Rothschild - banqueiro inglês (1777-1836)
 
Hoje, a influência dos überricos [superricos] na política é mais sutil, mas igualmente forte. Um bom exemplo é o Tea Party, que surgiu nos Estados Unidos em 2009 – à primeira vista, como movimento popular. De repente, milhares de americanos estavam nas ruas para protestar contra coisas que os incomodavam. Só que ninguém estava reclamando da falta de saúde ou educação, ou de 20 centavos a mais na passagem do ônibus. As reivindicações eram mais ao gosto de empresários e banqueiros: redução de impostos, liberação nas emissões de CO2 (que, segundo Tea Party, não é o responsável pelo aquecimento global) e fim do sistema de saúde gratuito que Barack Obama tentava implantar nos EUA.

Com inclinações tão ostensivas, era difícil que a máscara não caísse. A imprensa americana logo descobriu que, na verdade, o Tea Party tinha sido criado e era financiado pelos irmãos David e Charles Koch – que estão entre as dez pessoas mais ricas do mundo. Só neste ano, eles já compraram 43.900 espaços publicitários em TVs e rádios dos Estados Unidos para difundir mensagens políticas e apoiar determinados candidatos. Quando foram flagrados como criadores do movimento, os irmãos Koch não se abalaram. Admitiram tudo, e disseram que seu objetivo é melhorar a “qualidade de vida” da sociedade.

No Brasil, são notórios os casos de empresas ou de milionários que dão dinheiro para financiar partidos políticos: são as controversas doações de campanha. Nas últimas eleições [outubro/2014], elas ultrapassaram a marca de R$ 1 bilhão, segundo o TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. As dez empresas que mais doaram (JBS, Bradesco, Itaú, OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia, Queiroz Galvão, Vale e Ambev) financiaram 70% de todos os deputados federais eleitos – 360 de 513, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo.

As doações são permitidas por lei. Mas podem causar distorções. Imagine que você foi eleito deputado. Certo dia, sua secretária avisa que há duas pessoas esperando você. Uma é um cidadão qualquer. A outra é um empresário que doou alguns milhões para a sua campanha (e de cuja ajuda você vai precisar na próxima eleição). “Quem você se sentiria mais pressionado a receber?”, pergunta Claudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil. “Os grandes doadores exercem uma pressão muito maior sobre os políticos.” Uma possível saída seria limitar ou proibir as doações privadas e financiar as campanhas com dinheiro público, como já acontece em países como Suécia e França. Isso ajudaria a conter a influência dos empresários. Mas a medida também tem seu lado polêmico, pois consumiria recursos públicos. O valor do financiamento poderia ser fixado por lei, obrigando as campanhas a gastar menos do que hoje. Isso enfrentaria grande resistência da classe política, e o financiamento público não é uma panaceia – pois candidatos mal-intencionados sempre poderiam receber dinheiro por fora, por meio de caixa 2.
George Soros - megainvestidor financeiro norte-americano
De toda forma, quem tem força econômica nem sempre precisa manipular os políticos. Às vezes, pode obriga-los a fazer as coisas. Como o megainvestidor George Soros, 24º homem mais rico do mundo. Ele fez fortuna comprando e vendendo ações e títulos do mercado financeiro – doa a quem doer. Sua maior demonstração de poder foi a quebra do Banco da Inglaterra. O banco, que foi fundado no século 17, é o equivalente inglês ao nosso Banco Central. Controla a economia e a moeda. Em 1992, a Inglaterra tinha feito um pacto com outros países da Europa. Ela se comprometeu a manter sua moeda, a libra esterlina, numa cotação igual ou superior a 2,77 marcos alemães (o erro ainda não existia). Se o valor caísse abaixo disso, o Banco da Inglaterra era obrigado a intervir. O objetivo era reduzir as oscilações econômicas na Europa. Mas Soros viu nisso uma grande oportunidade para lucrar.

Sem chamar a atenção, ele foi pegando empréstimos e comprando libras esterlinas. Acumulou o equivalente a US$ 10 bilhões. Aí, no dia 16 de setembro de 1992, vendeu todas. Jogou tudo de uma vez no mercado. Como havia excesso de libras, a cotação delas despencou. Em pânico, o Banco da Inglaterra tentou aumentar os juros e comprar libras para defender a moeda. Mas Soros era mais forte. O governo inglês foi obrigado a abaixar a cabeça e aceitar a desvalorização da libra. No dia seguinte, Soros recomprou, pagando menos, tudo o que tinha vendido – e ganhou US$ 1 bilhão com isso. O episódio ficou conhecido como “Quarta-feira Negra”. “Os grandes acertos de Soros foram saber quem iria perder”, escreve o historiador Niall Ferguson em A Ascensão do Dinheiro – A História Financeira do Mundo (Editora Planeta).

Naquela ocasião, o perdedor foi a Inglaterra. Mas não foi o único caso do tipo. Esse jogo, em que grandes investidores forçam os países a desvalorizar suas moedas, começou na Tailândia, se espalhou por vários países da Ásia, chegou à Rússia e veio parar no Brasil. Em 1999, depois de sofrer um ataque similar, o Banco Central foi obrigado a abandonar o sistema de bandas cambiais, que estipulava uma variação máxima para a cotação do real.

E aí está outro problema da superconcentração de renda: ela permite que megainvestidores, como Soros, tenham força para mexer com a moeda de um país inteiro. Hoje, estima-se que haja mais de US$ 600 trilhões aplicados no mercado financeiro, dez vezes mais do que na chamada “economia real”. O dinheiro que fica dentro do mercado, e não é investido em empresas e projetos, só serve para fabricar mais dinheiro. Não movimenta a economia. “Não contribui para a inovação, a capacidade empresarial, a criação de empregos”, diz o economista Evilásio Salvador, professor da Universidade de Brasília.

A UNIÃO FAZ A FORÇA

Os ultrarricos nem sempre exercem seu poder na política, ou no mercado financeiro. Eles também influem sobre as coisas que você compra. Os produtos e serviços são fornecidos por um número cada vez menor de empresas – porque elas estão se juntando umas às outras. Entre 2002 e 2005, o Brasil teve uma média de 384 fusões e aquisições por ano, segundo estudo da consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC). De 2006 a 2009, essa média subiu para 646. De 2010 a 2013, chegou a 783. A concentração empresarial está acontecendo no mundo inteiro, em todos os setores da economia. Por exemplo: no final dos anos 50, a França tinha 20 montadoras de automóveis. Hoje, apenas duas (Renault e Peugeot-Citroën), que foram absorvendo as demais. Na Itália, eram 19. Hoje, só uma (Fiat). Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, estudaram as 43 mil maiores empresas do mundo – e mapearam todas as relações entre elas. Descobriram que um grupo muito pequeno manda numa parte enorme da economia global. “1% das empresas controla 40% de toda a rede”, diz James Glattfelder, um dos autores do estudo.

A concentração empresarial não é necessariamente ruim, mas pode ser. Imagine se só existisse uma marca de creme dental, por exemplo. Ela poderia cobrar bem caro e você seria obrigado a pagar, porque precisa escovar os dentes. Na prática, isso não tem acontecido. O mercado brasileiro de cerveja, por exemplo, é dominado pela AmBev (que tem 67,5%). Ela surgiu da fusão entre Brahma e Antarctica, as duas maiores cervejarias do País. Mas desde que foi criada, em 1999, os reajustes de preço da cerveja estiveram próximos da inflação, sem aumentos abusivos. “Hoje a concorrência é muito maior do que no passado”, diz o economista Rogério Gollo, especialista em fusões e aquisições da PwC. Com os carros, aconteceu a mesma coisa. Mesmo havendo menos fabricantes, os preços não subiram. A concentração empresarial não está doendo no bolso, pelo menos não ainda. Mas uma coisa está.
Jorge Paulo Lemann - sócio da AmBev - brasileiro
É o 34º homem mais rico do mundo
 
EFEITO MATEUS

Os impostos. Quando pensamos neles, costumamos pensar no governo: o dinheiro que ele arrecada e os serviços públicos, como saúde e educação, que fornece em troca. O que pouca gente sabe é que, no Brasil, os ricos pagam proporcionalmente menos impostos do que o resto da sociedade. Soa incrível, mas é verdade. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra o que acontece. Uma pessoa que ganha dois salários mínimos por mês gasta 53,9% da sua renda com impostos, que estão embutidos nos produtos que ele compra. Tem de trabalhar 197 dias por ano só para pagar impostos. Já alguém que recebe 30 salários mínimos paga apenas 29% - e trabalha 106 dias, quase a metade do tempo, para sustentar o governo.

Isso acontece porque, ao contrário do que acontece em países desenvolvidos, os impostos brasileiros estão mais concentrados nos produtos que as pessoas compram, e não no dinheiro que elas ganham. E essa característica é uma máquina de produzir desigualdade: porque os impostos tomam mais dinheiro daqueles que menos têm. “Isso onera os mais pobres, tornando-os mais pobres ainda”, diz Evilásio Salvador, da Universidade de Brasília. É o que os economistas chamam de Efeito Mateus (uma referência à passagem bíblica Mateus 25,14-30: “Porque àquele que tem lhe será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado”).

Inverter essa lógica é difícil – afinal os mais ricos têm poder para pressionar os políticos. Mas até alguns deles se dizem dispostos a mudar. O megainvestidor Warren Buffet, terceiro homem mais rico do mundo, sugeriu um plano ao presidente dos EUA. A proposta, que ficou conhecida como “The Buffett Rule” (Regra Buffett), criava um imposto de renda de pelo menos 30% sobre quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano. Isso só afetaria 0,3% das pessoas. Mas arrecadaria US$ 36 bilhões. É um oceano de dinheiro (mais do que todo o orçamento do Ministério da Educação brasileiro). A proposta foi à votação no Congresso, e perdeu. Segundo uma pesquisa da CNN, 72% dos americanos eram a favor dela.

Se nada mudar, a desigualdade no mundo tende a continuar crescendo (pois r > g, lembra?). É difícil prever as consequências disso. Mas uma delas pode ser a radicalização política. Um estudo feito por três universidades americanas (Columbia, Houston e Princeton) constatou que, quanto maior a desigualdade econômica num país, mais forte tende a ser a divisão entre os seus grupos de esquerda e direita. E a história sugere que a superconcentração de recursos pode acabar em algum tipo de tumulto.

Já aconteceu. Houve um país que passou por um processo muito forte, e muito acelerado, de concentração de renda. Em apenas cinco anos, a fatia do bolo pertencente ao 1% mais rico cresceu 50%. A renda das demais pessoas caiu a ponto de prejudicar sua alimentação – e aumentar a mortalidade infantil em 16% em determinadas regiões do país. Seu líder fazia discursos cada vez mais inflamados, nos quais se dizia “inimigo do capitalismo”. Essa nação era a Alemanha. Seu líder, Adolf Hitler. A consequência, a Segunda Guerra Mundial.

PARA SABER MAIS – LIVROS

O Capital no Século XXI
Thomas Piketty, Editora Intrínseca, 2014

The Spirit Level
Richard Wilkinson, Bloomsbury Press, 2011

Inequality, Leverage and Crises
Michael Kumhof e Romain Rancière, FMI, 2010
Bill Gates - sócio fundador da Microsoft e homem mais rico do mundo
 
OS 67 ULTRARRICOS DO MUNDO (EM DÓLARES)

01- Bill Gates – US$ 80,9 BILHÕES – MICROSOFT – Estados Unidos

02- Carlos Slim Helu & Família – US$ 78,7 BILHÕES – AMÉRICA MÓVIL – México

03- Warren Buffett – US$68,4 BILHÕES – BERKSHIRE HATHAWAY (Investimentos) – Estados Unidos

04- Amancio Ortega – US$ 58,1 BILHÕES – ZARA – Espanha

05- Larry Ellison – US$ 48,8 BILHÕES – ORACLE (Software) – Estados Unidos

06- Charles Koch – US$ 41,9 BILHÕES – KOCH INDUSTRIES – Estados Unidos

07- David Koch – US$ 41,9 BILHÕES – KOCH INDUSTRIES – Estados Unidos

08- Christy Walton & Família – US$ 37,9 BILHÕES – WALMART – Estados Unidos

09- Jim Walton – US$ 36,6 BILHÕES – WALMART – Estados Unidos

10- Mark Zuckerberger – US$ 35,5 BILHÕES – FACEBOOK – Estados Unidos

11- Alice Walton – US$ 35,1 BILHÕES – WALMART – Estados Unidos

12- S. Robson Walton – US$ 35,1 BILHÕES – WALMART – Estados Unidos

13- Michael Bloomberg – US$ 34,5 BILHÕES – BLOOMBERG (Mídia) – Estados Unidos

14- Liliane Bettencourt & Família – US$ 34,2 BILHÕES – L’OREAL – França

15- Sheldon Adelson – US$ 32,1 BILHÕES – DONO DE CASSINOS – Estados Unidos

16- Li Ka-Shing – Us$ 31,3 BILHÕES – PORTOS E EMPRESAS DE PLÁSTICO – Hong Kong

17- Stefan Persson – US$ 30,4 BILHÕES – H & M (ROUPAS) – Suécia

18- Bernard Arnault & Família – US$ 30,2 BILHÕES – LVMH (LOUIS VUITTON) – França

19- Larry Page – US$ 29,9 BILHÕES – GOOGLE – Estados Unidos

20- Sergey Brin – US$ 29,5 BILHÕES – GOOGLE – Estados Unidos

21- Jeff Bezos – US$ 26,9 BILHÕES – AMAZON – Estados Unidos

22- Carl Icahn – US$ 25,5 BILHÕES – INVESTIDOR – Estados Unidos

23- Michele Ferrero & Família – US$ 25 BILHÕES – GRUPO FERRERO (CHOCOLATES) – Itália

24- George Soros – US$ 24 BILHÕES – INVESTIDOR – Estados Unidos

25- David Thomson & Família – US$ 24 BILHÕES – THOMSON REUTERS (MÍDIA) – Canadá

26 – Forrest Mars Jr. – US$ 23,1 BILHÕES – MARS INC. (CHOCOLATES) – Estados Unidos

27- Jacqueline Mars – US$ 23,1 BILHÕES – MARS INC. – Estados Uniddos

28- John Mars – US$ 23,1 BILHÕES – MARS INC. – Estados Unidos

29- Aliko Dangote – US$ 23 BILHÕES – DANGOTE GROUP (AÇÚCAR) – Nigéria

30- Lee Shau Kee – US$ 22,4 BILHÕES – DONO DE HOTÉIS E IMÓVEIS – Hong Kong

31- Steve Ballmer – US$ 22,3 BILHÕES – MICROSOFT – Estados Unidos

32- Mukesh Ambani – US$ 21,8 BILHÕES – RELIANCE INDUSTRIES (ENERGIA E TELECOMUNICAÇÕES) – Índia

33- Al-Waleed Bin Talal Alsaud – US$ 21,5 BILHÕES – FAMÍLIA REAL – Arábia Saudita

34- Jorge Paulo Lemann – US$ 21,5 BILHÕES – 3G CAPITAL (CONTROLADORA DA AMBEV – BEBIDAS) – Brasil

35- Phil Knight – US$ 21,4 BILHÕES – NIKE – Estados Unidos

36- Michael Dell – US$ 21,1 BILHÕES – DELL – Estados Unidos

37- Jack Ma – US$ 21 BILHÕES – ALIBABA GROUP (COMÉRCIO ELETRÔNICO) – China

38- Len Blavatnik – US$ 19,7 BILHÕES – INVESTIDOR – Estados Unidos

39- Dilip Shanghvi – US$ 17,9 BILHÕES – SUN PHARMACEUTICAL INDUSTRIES – Índia

40- Leonardo Del Vecchio – US$ 17,8 BILHÕES – LUXOTTICA (ÓCULOS) – Itália

41- Alisher Usmanov – US$ 17,5 BILHÕES – USM HOLDINGS (MINERAÇÃO) – Rússia

42- Tadashi Yanai & Família – US$ 17,1 BILHÕES – FAST RETAILING (VAREJO) – Japão

43- Paul Allen – US$ 17 BILHÕES – MICROSOFT – Estados Unidos

44- Masayoshi Son – US$ 16,8 BILHÕES – SOFTBANK – Japão

45- Michael Otto & Família – US$ 16,6 BILHÕES – OTTO GMBH & CO (VAREJO) – Alemanha

46- LAURENE POWELL JOBS & FAMÍLIA – US$ 16,6 BILHÕES – APPLE, DISNEY – Estados Unidos

47- Theo Albrecht Jr. & Família – US$ 16,5 BILHÕES – TRADER JOE’S (VAREJO) – Alemanha

48- Charles Ergen – US$ 16,2 BILHÕES – DISH NETWORK (TV POR ASSINATURA) – Estados Unidos

49- Robin Li – US$ 16,1 BILHÕES – BAIDU (INTERNET) – China

50- Gina Rinehart – US$ 15,9 BILHÕES – HANCOCK PROSPECTING (MINÉRIOS) – Austrália

51- Anne Cox Chambers – US$ 15,8 BILHÕES – COX ENTERPRISES (MÍDIA) – Estados Unidos

52- Mikhail Fridman – US$ 15,7 BILHÕES – ALFA-BANK – Rússia

53- Joseph Safra – US$ 15,5 BILHÕES – BANCO SAFRA – Brasil

54- Viktor Vekselberg – US$ 15,4 BILHÕES – RENOVA GROUP (ENERGIA E TELECOMUNICAÇÕES) – Rússia

55- Susanne Klatten – US$ 15,3 BILHÕES – BMW – Alemanha

56- Donald Bren – US$ 15,3 BILHÕES – IRVINE COMPANY (IMÓVEIS) – Estados Unidos

57- Ray Dalio – US$ 15,2 BILHÕES – BRIDGEWATER ASSOCIATES  (INVESTIMENTOS) – Estados Unidos

58- Luis Carlos Sarmiento – US$ 15,1 BILHÕES – GRUPO AVAL (BANCO) – Colômbia

59- Pallonji Mistry – US$ 15,1 BILHÕES – SHOPOORJI PALLONJI GROUP (CONSTRUÇÃO) – Índia/Irlanda

60- Azim Premji – US$ 15,1 BILHÕES – WIPRO (TECNOLOGIA) – Índia

61- German Larrea Mota Velaco & Família – US$ 14,8 BILHÕES – GRUPO MEXICO (MINERAÇÃO) – México

62- Dieter Schwarz – US$ 14,7 BILHÕES – SCHWARZ GROUP (VAREJO) – Alemanha

63- Ma Huateng – US$ 14,7 BILHÕES – TENCENT (INTERNET) – China

64- Harold Hamm – US$ 14,6 BILHÕES – CONTINENTAL RESOURCES (ENERGIA) – Estados Unidos

65- Lui Che Woo – US$ 14,5 BILHÕES – GALAXY ENTERTAINMENT (HOTÉIS E CASINOS) – Hong Kong

66- Thomas & Raymond Kwok & Família – US$ 14,5 BILHÕES – SUN HUNG KAI PROPERTIES (IMÓVEIS) – Hong Kong

67- Lakshmi Mittal – US$ 14,5 BILHÕES – ARCELORMITTAL (MINERAÇÃO E AÇO) – Índia

Fonte: Revista SUPER INTERESSANTE – Capa – Edição 341 – Dezembro/2014 – Pgs. 33-41 – Edição impressa.
Observação: vale a pena ler o artigo na revista, pois há infográficos de excelente didática e qualidade sobre esse assunto, confira!