«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

HÁ AVANÇOS, MAS O CAMINHO PARA A IGUALDADE É LONGO

Marco Antonio Teixeira*

Marco Antonio Carvalho Teixeira
Professor da FGV/SP
A divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 16 regiões metropolitanas brasileiras traz um conjunto de boas notícias, mas também não nos livra de velhas preocupações [ver matéria abaixo, após este artigo].

A parte boa é revelada quando são comparados os dados de 2000 com 2010, confirmando uma melhoria em todas as regiões e setores pesquisados. Em termos nacionais, as áreas metropolitanas do Norte e Nordeste apresentaram maiores avanços como resultado do aumento da expectativa de vida ao nascer, da ampliação das formas de acesso à educação e do incremento de renda.

Todavia, o IDH das regiões metropolitanas, quando comparado com seus respectivos Estados, revela a persistência de um problema que sempre nos assombra: a desigualdade. Se pegarmos, por exemplo, a região metropolitana de São Luís, verifica-se que seu IDH variou de 0,642, em 2000, para 0,755 em 2010. Mas no Estado do Maranhão o índice foi de 0,476 para 0,639, respectivamente. Ou seja, é evidente o avanço. Mas também a diferença de condições entre a área metropolitana e o Estado.

A concentração de atividades econômicas e de equipamentos públicos nas grandes cidades nos ajuda a entender como essa desigualdade contribui para agravar problemas urbanos já conhecidos. São Paulo não foge desse padrão. Tomando a cidade como referência, percebe-se que existe um número (restrito) de regiões com IDH superior ao da Noruega, país melhor posicionado nesse indicador. Ao mesmo tempo, outras regiões do Município se encontram em posição parecida com a da Namíbia (0,624), um dos piores no mundo.

O que isso significa? Que em certos lugares da cidade alguns vivem mais e melhor do que muitos outros. Não há como negar que o País está melhorando de maneira consistente, os dados mostram isso. Entretanto, aqueles que sofrem as mazelas sociais do cotidiano têm pressa para também usufruir de melhor padrão vida. Ou seja, tão importante como olhar a média do indicador, e comemorar seus avanços, é olhar para seus extremos e ver que o caminho para o alcance de condições de vida menos assimétricas para todos ainda é longo.

* Marco Antonio Teixeira é cientista político e professor do curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole/Análise – Quarta-feira, 26 de novembro de 2014 – Pg. A17 – Internet: clique aqui.

Cai distância entre pior e melhor IDH de 16 regiões metropolitanas do país


Isabella Formiga

Desenvolvimento humano é composto por renda, educação e longevidade.
Estudo foi feito pelo Pnud, Ipea e Fundação João Pinheiro em 2010.

A diferença entre São Paulo e Manaus, respectivamente o maior e o menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) entre 16 regiões metropolitanas do país, diminuiu de 22,1% para 10,3% entre 2000 e 2010. O IDHM é um índice composto por três das mais importantes áreas do desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda).

O Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras foi divulgado nesta terça-feira (25/11/2014). Ele foi produzido pelo Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento (Pnud), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pela Fundação João Pinheiro.

O IDHM vai de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, pior o desenvolvimento humano, quanto mais próximo de um, melhor.

O quadro total

Como em 2000, Manaus obteve o pior índice e São Paulo, o melhor. Mas a disparidade entre as duas regiões metropolitanas foi reduzida. Em uma década, a região paulista cresceu 11,2% e chegou ao IDHM de 0,794. Manaus teve o maior crescimento do país no período, 23% – foi do índice 0,585, classificado como "baixo", para 0,720, faixa "alta".

As outras 14 regiões metropolitanas analisadas no atlas tinham pontuação entre 0,6 e 0,699 em 2000, considerada "média". Em 2010, todas as capitais cresceram e passaram a ter índice entre 0,7 e 0,799, classificada como "alta". Em 2000, Manaus estava abaixo da primeira faixa (0,585) e São Paulo, acima (0,714).

Das 16 regiões metropolitanas analisadas pelos pesquisadores, nove mantiveram a posição inicial. Curitiba, que estava em 2º lugar em 2000, foi para 3º, ultrapassada por Brasília (Região Integrada de Desenvolvimento do DF). A capital federal e municípios ao redor ocupavam o 6º lugar uma década antes e cresceram 16,4%. Belo Horizonte subiu de 5º para 4º. O Rio de Janeiro, que estava em 3º, foi para o 6º lugar. Porto Alegre, que ocupava a 4ª posição, desceu para a 9ª.

 Atualmente, Manaus, que tem o menor IDHM, tem índice 3,15% maior do que tinha Curitiba em 2000, quando a capital paranaense ocupava a 2ª melhor posição no ranking.

Longevidade

De acordo com o levantamento, a expectativa de vida ao nascer varia, em média, 12 anos dentro das regiões metropolitanas. O melhor índice corresponde a 82 anos. A menor expectativa foi de 67 anos.

A longevidade é medida pela expectativa de vida ao nascer e é calculada por método indireto a partir de dados do IBGE. Esse indicador revela a idade média que uma pessoa nascida em determinado lugar viveria a partir do nascimento, nos mesmos padrões de mortalidade.Veja ao lado os índices de destaque nessa área.

Renda

Na análise dentro de cada região, a desigualdade de renda per capita média mensal nas principais capitais do país continua grande. A diferença salarial entre os segmentos mais abastados e os mais carentes em uma mesma região metropolitana chega a 39 vezes dentro de São Paulo e 47 vezes na região metropolitana de Manaus.

De acordo com o atlas, a renda per capita mais alta de Manaus é de R$ 7.893,75, enquanto a menor é de R$ 169,1.

Em São Paulo, o maior valor chega a R$ 13.802, o maior do país, ao passo que o menor é 37 vezes inferior – R$ 351,85.

Embora São Paulo tenha a maior renda média mensal, Brasília ocupa o primeiro lugar no IDHM em padrão de vida porque o índice é medido pela soma da renda média de todos os moradores. O valor total é dividido pelo número de habitantes da localidade, incluindo os sem registro de renda.

Educação

Nas unidades com melhor desempenho entre as 16 regiões metropolitanas, o percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental completo varia de 91% a 96%. Nas de pior desempenho, a variação fica entre 21% e 37%.

Para o pesquisador Olinto Nogueira, da Fundação João Pinheiro, o índice na região metropolitana de São Luís, que registrou médias baixas em longevidade e renda, foi alto em educação porque a área analisada abrange um espaço pequeno, sem os municípios do entorno. O contrário acontece em Porto Alegre.

“Como região metropolitana, São Luís é muito pequena. Às vezes o que está ruim é o entorno da região, não a capital”, afirmou. “Como lá é uma ilha, um espaço pequeno, às vezes quem mora ali são os mais privilegiados. Em Porto Alegre não, a região metropolitana é enorme, por isso conseguimos pegar tudo, o que leva a média para baixo.”

Regiões metropolitanas analisadas: Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Brasília (Distrito Federal), Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo e Vitória.

O atlas foi produzido com base no Censo Demográfico do IBGE de 2010 e apresenta mais de 200 indicadores de desenvolvimento humano, como renda, longevidade, educação, demografia, trabalho, habitação e vulnerabilidade em 5.565 municípios brasileiros.

Fonte: Portal G1 – Economia - 25/11/2014 – 10h00 – Atualizado em 25/11/2014 às 17h47 – Internet: clique aqui.

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