«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

4º Domingo do Tempo Comum – Ano C – Homilia

 Evangelho: Lucas 4,21-30 

Alberto Maggi *

Frade da Ordem dos Servos de Maria (Servitas) e renomado biblista italiano 

Testemunhar o amor e o perdão é perigoso!

O Evangelho deste domingo nos apresenta a primeira pregação malsucedida de Jesus, em Nazaré. O evangelista - já o vimos no domingo passado - apresenta um Jesus em Nazaré que se levanta e lê uma passagem famosa, bem conhecida, aguarda pelo povo, a do capítulo 61 do profeta Isaías, que indicava a vinda do Messias. Mas, chegando ao ponto em que diz «proclamar o ano da graça do Senhor», Jesus interrompe a leitura e não continua com o que era o versículo mais esperado: «e a vingança do nosso Deus».

Era o que o povo esperava, uma vez que era dominado pelos romanos. Então vemos a continuação desta passagem, capítulo 4 de Lucas, dos versículos 21 a 30. 

Lucas 4,21-22a:** «Então, começou a dizer-lhes: “Hoje cumpriu-se esta palavra da Escritura que acabais de ouvir”. Todos lhe davam testemunho...»

O evangelista diz: «Todos», isto é, todos os presentes na sinagoga. E, aqui, devemos traduzir bem este termo, «lhe davam testemunho». O verbo «testemunhar», em grego, é martireo, daí o termo «mártir» que todos conhecemos. Depende-se do contexto para se saber tratar-se de um testemunho a favor ou contra. Aqui, está claramente um testemunho contra. Então é melhor traduzir: «Todos estavam contra ele». 

Lucas 4,22b: «... admirando as palavras cheias de graça que saíam de sua boca.»

Eles ficaram chocados. De quê? Das «palavras cheias de graça», porque Jesus não falou de vingança contra os dominadores, mas apenas de graça. 

Lucas 4,22c: «E diziam: “Não é este o filho de José”?»

Eles não estão questionando a paternidade de José. Mas «filho», na cultura da época, não indica apenas aquele que nasceu do pai, mas aquele que se assemelha a ele no comportamento. Assim, evidentemente, Jesus não se parece com seu pai no comportamento. Provavelmente, José também compartilhava desses ideais nacionalistas violentos. Nos textos hebraicos da época, o apelativo de José era, até mesmo, «a pantera», isso dá a ideia de algo belicoso. 

Lucas 4,23a: «Ele, então, lhes disse: “Sem dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’.»

Então, Jesus não se parece com seu pai. Em seguida, Jesus, em vez de acalmar os ânimos, aumenta a dose citando um provérbio. Será algo semelhante ao que lhe dirão na cruz: «A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo» (Lucas 23,35b). 

Lucas 4,23b: «... Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze também aqui, em tua própria terra!”»

E aqui, Jesus, aumentando a dose, fala de uma cidade rival de Nazaré, usando um termo pejorativo «naquela Cafarnaum». Usando o termo «pátria» o evangelista quer deixar claro que o que acontece em Nazaré será, portanto, representativo de tudo o que acontecerá em sua terra. 

Lucas 4,24: «E acrescentou: “Em verdade, vos digo que nenhum profeta é aceito em sua própria terra...»

Quando Jesus inicia uma frase com a expressão «em verdade», isso indica uma afirmação solene. Por quê? O profeta, quem é? É aquele indivíduo que, em sintonia com Deus, não repete as coisas do passado, mas cria as novas. Por isso, ele sempre será vítima da aversão e oposição da classe sacerdotal no poder. E, então, Jesus faz o que não deveria ter feito. Havia dois episódios na história de Israel que se preferia que ficassem no esquecimento, no passado. Foram episódios em que, diante das emergências, Deus não socorreu os judeus, o povo eleito, os que tinham direitos, privilégios, mas foi socorrer ninguém menos que os desprezados, os pagãos. 

Lucas 4,25-26: «Ora, para dizer a verdade, no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, o profeta Elias não foi enviado a nenhuma delas, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.»

Eram dois episódios que se preferia esquecer. Jesus, por outro lado, os remove do esquecimento. Jesus recorda que o profeta Elias é enviado a uma terra pagã. Ele está indicando que o amor de Deus é universal, o que não significa apenas «extensão», ou seja, em todos os lugares, mas «qualidade», é para todos. O amor de Deus não é atraído pelos méritos das pessoas, mas pelas suas necessidades. 

Lucas 4,27: «E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio.”»

Em seguida, Jesus aumenta a dose, novamente. Cita um outro pagão, ainda por cima, um inimigo de Israel. É demasiado! 

Lucas 4,28-29a: «Ao ouvirem essas palavras, todos na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade.»

Eles literalmente «espumaram» de raiva. O evangelista está antecipando o que mais tarde será seu fim, quando Jesus for morto fora da cidade santa de Jerusalém. 

Lucas 4,29b: «Levaram-no para o alto do morro...»

O morro, aqui, recorda o Monte Sião, onde Jerusalém está construída, portanto, o evangelista, neste episódio, está antecipando o que mais tarde será o fim de Jesus, a rejeição total por parte de seu povo. 

Lucas 4,29c: «... sobre o qual sua cidade estava construída, a fim de precipitá-lo.»

A primeira vez que Jesus prega em uma sinagoga, o resultado é que eles tentarão matá-lo. Para Jesus, que jamais estará em perigo com os pecadores, com a gentalha, com a escória da sociedade, os lugares e pessoas mais perigosos serão os religiosos. Serão estes que tentarão matá-lo, apedrejá-lo, eliminá-lo. 

Lucas 4,30: «Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.»

Por que o evangelista escreve esses dados que parecem um pouco estranhos? Toda a multidão presente na sinagoga tentando capturar Jesus e matá-lo e como ele passa pelo meio dela? O evangelista antecipa o fato da ressurreição: a morte não tomou posse de Jesus, mas ele continua seu caminho.

E conclui a passagem com: «continuou o seu caminho». A caminho de onde? Em direção a Jerusalém. Então, Jesus, a partir desta primeira recusa em sua terra, entendeu que ele encontrará apenas oposição, ele encontrará o perigo de morte. Mas Jesus não desiste, ele deve ser testemunha do perdão de Deus, do amor do Pai mesmo à custa da própria vida. 

* Traduzido e editado do italiano por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

** Todos os textos bíblicos citados foram extraídos de: BÍBLIA SAGRADA. Tradução oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). 3. ed. Brasília (DF): Edições CNBB, 2019. 

Reflexão Pessoal

Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo 

“O que importa é a honradez e a bondade, não a religião a qual tu pertences.” (Papa Francisco)

Há, sempre, um preço alto a se pagar por dizer a verdade, ser sincero, pela coragem de ser coerente, pelo fato de não discriminar e querer o mal a ninguém! É o preço por se viver o ágape, o amor incondicional, o amor-doação sem reservas! Em uma terra fértil para o nacionalismo, uma vez que os habitantes se sentiam humilhados e oprimidos pelos romanos, pelo grande Império, Jesus não traz uma mensagem e gestos que reforçam o ódio, a divisão das pessoas, a violência e a guerra. Ao contrário, ele faz questão de mostrar que Deus é Pai de todos, ama a todos, quer o bem de todos! 

E Jesus não ficou, apenas, em palavras! Ele teve várias atitudes nessa direção. Ele preferiu:

* o centurião romano (Lc 7,2-10 e paralelos);

* a mulher cananeia (Mt 15,21-28; Mc 7,24-30);

* o bom samaritano, por cima do sacerdote e do levita (Lc 10,30-35); e

* o samaritano leproso mais que os nove leprosos judeus (Lc 17,11-19). 

Jesus não é propriedade de nenhuma cultura, raça ou religião! Ele é patrimônio de toda a humanidade.

Jesus foi vítima de uma religião que:

* excluía os mais pobres, os mais fracos e pequenos;

* que privilegiava um povo em detrimento dos demais;

* que alimentava divisões entre puros (= santos) e impuros (= pecadores);

* que formava uma imagem distorcida de Deus na mente e no coração das pessoas;

* que justificava a miséria e a concentração de riquezas;

* que mantinha o povo submisso a uma casta sacerdotal e tradições meramente humanas! 

Jesus é rejeitado porque apresentou-se como Profeta dos pobres, libertador dos oprimidos e perdoador dos pecadores. É bom nos recordarmos, sempre, de uma verdade simples e evidente:

«Deus não se encarnou em um sacerdote, consagrado a cuidar do Templo. Tampouco, em um doutor, ocupado em defender a ordem estabelecida pela Lei. Ele encarnou-se e revelou-se em um Profeta, enviado pelo Espírito para anunciar aos pobres a Boa Nova e aos oprimidos a libertação.»

(José Antonio Pagola)

O grande perigo que corremos, desde sempre e, nos dias atuais, ainda mais, é desprezar, ocultar esse ESPÍRITO PROFÉTICO que é essencial ao cristianismo! Preocupados em «restaurar a religiosidade» de nosso povo diante da secularização e indiferença religiosa dos tempos de hoje, podemos cair no extremo de nos tornarmos uma religião sem incidência na vida concreta das pessoas e da sociedade! 

Se, assim, agirmos, Jesus fará como em Nazaré, «passando pelo meio deles, continuou o seu caminho» (Lucas 4,30). Ele seguirá seu caminho, seu projeto, contando com outros que lhe sejam fiéis e mais eficazes! 

Oração após a meditação do Santo Evangelho 

«Senhor Jesus, pouco foi preciso, naquele dia, em Nazaré, para transformar a atenção e a surpresa em dúvida e, depois, indignação. Está certo que tu eras um deles, mas falavas como jamais haviam escutado. Simples era o teu dizer, mas demasiado novo e inesperado. Impossível seguir-te. Para eles, eras o “filho de José”. O Messias? Sim, ele viria; eles o teriam esperado. Ainda. Não podia ser assim ordinário, cotidiano, popular, laborioso. Onde estava a majestade de Deus? Também nós nos consideramos sabidos, melhores que os outros... E da tua Palavra? Procuramos não ouvi-la, disfarçamos o coração de outras expectativas e outras esperanças. Vem, Jesus, em nossas assembleias e abre o coração de cada um de nós à vontade de Deus Pai, à escuta da tua Palavra... Ajuda-nos a reconhecer a tua presença para acolher a oferta de graça que pode mudar a nossa vida, ainda que isso implique renunciar a tantos preconceitos e ao desejo de impor a Deus as nossas ideias. Amém.»

(Oração de Marino Gobbin)

Fonte: Centro Studi Biblici “G. Vannucci”– Videomelie e trascrizioni – IV Domenica del Tempo Ordinario – 03 febbraio 2019 – Internet: clique aqui (Acesso em: 28/01/2022).

sábado, 22 de janeiro de 2022

3º Domingo do Tempo Comum – Ano C – Homilia

 Evangelho: Lucas 1,1-4; 4,14-21

 Alberto Maggi *

Frade da Ordem dos Servos de Maria (Servitas) e renomado biblista italiano 

Jesus anuncia a libertação dos pobres e é rejeitado!

A liturgia deste domingo nos apresenta o início do Evangelho de Lucas e, depois, passa a apresentar a primeira pregação de Jesus em sua terra, Nazaré, que foi um grande fracasso. Mas vejamos o que o evangelista nos escreve. 

Lucas 1,1:** «Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós...»

Lucas pega quase dois terços do evangelho de Marcos e os coloca em seu trabalho. Lucas, de acordo com os estudos mais recentes, aparece como um rabino, portanto uma pessoa muito culta, muito familiarizada com toda a história e tradição de seu povo. 

Lucas 1,2: «... como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra.»

Literalmente «servos» da palavra, este termo é importante. Os que creem são servos dessa palavra, não devem dominar essa Palavra, não são os senhores dela. Colocam-se ao serviço dessa palavra para que chegue a toda criatura. 

Lucas 1,3: «Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo.»

Neste versículo, observa-se, realmente, o escrúpulo do rabino, a sua atenção, em escrever uma história ordenada. E esta obra é dedicada ao «ilustre» Teófilo, ou seja, excelentíssimo. Era um título reservado às grandes personalidades como, nos Atos dos Apóstolos, são os governadores romanos. O nome Teófilo significa «amigo de Deus», ou «amado por Deus». Quem é esse Teófilo? Os estudos mais recentes, do início de 2000 em diante, confirmam que este Teófilo seria o terceiro filho de Anás, o sumo sacerdote. Ele, também, teria sido sumo sacerdote entre os anos 37 e 41 e seria cunhado de Caifás [Josep Rius-Camps e Jenny Read-Heimerdinger].

Portanto, Lucas dirige a sua obra a um sumo sacerdote que, com sua família, teve uma importante história na vida de Jesus. 

Lucas 1,4: «Deste modo, poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste.»

Aqui, nos faz entender que este sumo sacerdote acolheu Jesus como o messias de sua vida. Então, o evangelista quer mostrar-lhe a origem, a profundidade desta mensagem. Em seguida, a liturgia salta e nos leva até o capítulo 4. 

Lucas 4,14aα: «Jesus voltou para a Galileia...»

A Galileia era uma região desprezada, no Evangelho de João, por exemplo, lembremos com que desprezo os fariseus e sumos sacerdotes se referem a essa região, quando dizem: «Não surge profeta da Galileia» [Jo 7,52], portanto uma região ignorada por Deus. 

Lucas 4,14aβ-15: «... com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam.»

O evangelista jamais afirma que Jesus foi a uma sinagoga para o culto! Jesus vai às sinagogas para ensinar sua mensagem, livrando e se confrontando com o ensino que os escribas davam, justamente, nas sinagogas. 

Lucas 4,16: «E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura.»

E é claro que isso só poderia ser uma ocasião para incidentes. Essa primeira das quatro vezes que Jesus entra em uma sinagoga será uma situação de conflito. Na liturgia da sinagoga havia – como fazemos nós também – um ciclo trienal de leituras. Começava com um salmo, o Salmo 92, depois havia a leitura de passagens da Lei, do livro de Deuteronômio, e terminava com o que era a leitura da saudação, a leitura de um profeta. 

Lucas 4,17: «Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito:»

Naquele sábado devia-se ler este profeta, mas Jesus comete uma primeira transgressão. O evangelista escreve: «Abrindo o livro [= rolo], Jesus achou» (traduz-se como «achou/encontrou», mas o verbo correto é «procurou»). O verbo grego é eurisko, daí a famosa exclamação de Arquimedes que todos conhecemos, «Eureka!» O que isso significa? Eu encontrei. Mas encontrei o que procurava. Assim, Jesus não concorda com o que a liturgia lhe apresenta naquele dia, mas vai em busca de uma passagem bíblica específica. 

Lucas 14,18aα: «“O Espírito do Senhor está sobre mim...»

E qual é? É a passagem da consagração do messias, capítulo 61 do profeta Isaías. Na liturgia hebraica os textos eram lidos na língua sagrada, o hebraico, mas como o povo não entendia mais essa língua sagrada, havia um tradutor que, para cada versículo, traduzia a passagem. 

Lucas 14,18aβ: «... porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres...»

Aqui encontramos «unção», em hebraico messiah, de onde deriva o termo «messias», portanto consagrado com a unção de Deus.

Qual é a boa notícia que os pobres esperam? O fim da pobreza.

E este será o objetivo de Jesus: criar uma sociedade alternativa onde as pessoas, em vez de acumular para si mesmas, compartilhem com os outros. 

Lucas 14,18b-19: «... enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”.»

Os «cegos» eram os prisioneiros que viviam em cavernas subterrâneas. O «ano da graça» é o jubileu, aquele da libertação de todos os habitantes do país. E Jesus interrompe a leitura. Isso não podia acontecer! Ele interrompe porque o versículo continuava com o que era a expectativa do povo: «o dia da vingança do nosso Deus» [Isaías 61,2b].

Isso é o que as pessoas esperam. Jesus não concorda com Isaías. Da parte de Deus há apenas uma palavra de AMOR, de GRAÇA, mas não de vingança. A tensão, na sinagoga, está no máximo. 

Lucas 14,20: «Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.»

Portanto, a leitura acabou. Há uma grande tensão: todos fixam Jesus! Bem, Jesus começa com o que causará uma explosão de raiva. Eles vão tentar matá-lo. 

Lucas 14,21: «Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir.”»

E o evangelista acrescenta: «com os vossos ouvidos». Por quê? Ele prepara a rejeição a Jesus, com a citação do profeta Ezequiel, que diz: «Filho do homem, você vive entre uma raça de rebeldes que têm olhos para ver e não veem, têm ouvidos para ouvir e não ouvem, porque são uma raça dos rebeldes» [Ez 12,2].

Prepara a rejeição que veremos no próximo episódio. 

* Traduzido e editado do italiano por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

** Todos os textos bíblicos citados foram extraídos de: BÍBLIA SAGRADA. Tradução oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). 2. ed. Brasília (DF): Edições CNBB, 2016. 

Reflexão Pessoal

Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo 

“O sistema não teme o pobre que passa fome, teme o pobre que sabe pensar.” (Paulo Freire – 1921 a 1997: educador, filósofo e escritor brasileiro)

O evangelho que a liturgia nos oferece neste domingo não é uma passagem como tantas outras! É claro que TODO o Evangelho é importante e fundamental! No entanto, estamos diante de uma texto-programático, isto é, um texto que contém um programa, uma proposta concreta de Jesus ao mundo! 

Antes de iniciar a sua missão, o evangelista Lucas quer deixar claro aos seus ouvintes-leitores qual é a meta, o objetivo de Jesus, nesta Terra. Sendo iluminado, conduzido pelo Espírito Santo, Lucas quer nos dizer para onde esse Espírito empurra Jesus e, por consequência, cada um de nós que nos dispomos a ser seus seguidores. 

E, como bem observa José Antonio Pagola, biblista e teólogo espanhol:

«Surpreendentemente, o texto não fala de organizar uma religião mais perfeita ou de implantar um culto mais digno, mas de comunicar libertação, esperança, luz e graça aos mais pobres e desgraçados

Essa deve ser a nossa tarefa, a nossa direção, a nossa meta: defender e sermos solidários e próximos aos pobres, marginalizados e esquecidos de nossa sociedade. Promovermos uma sociedade que seja boa para todos, não apenas para alguns privilegiados! Sem isso, não vivemos, não sentimos, não seguimos o Cristo! Simples, assim! O nosso lado, neste mundo, é aquele no qual encontram-se os pobres, os pequenos, os indefesos, os esquecidos, os sofredores... 

Como dizia Albert Schweitzer (1875-1965: teólogo e filósofo alemão): “Minha vida é meu melhor argumento”. O melhor e mais autêntico modo de seguir Jesus Cristo, de ser cristão é um só:

Ficando, sempre, ao lado dos que mais padecem, dos que mais necessitam, dos que quase ninguém se importa!

Do contrário, cada um deverá se fazer estas questões abaixo (J. A. Pagola):

* que evangelho estamos pregando?

* A qual Jesus estamos seguindo?

* Que espiritualidade estamos promovendo?

* Dito de maneira bem clara: que impressão passamos na Igreja atual?

* Estamos caminhando na mesma direção que Jesus?

Oração após a meditação do Santo Evangelho 

«Quero que saibas que cada vez que me convidas, eu venho sempre, sem falta. Venho em silêncio e de forma invisível, mas com um poder e um amor que não acabam. Não há nada na tua vida que não tenha importância para mim.

       Sei o que existe no teu coração, conheço a tua solidão e todas as tuas feridas, as tuas rejeições e humilhações. Eu suportei tudo isto por causa de ti, para que pudesses partilhar a minha força e a minha vitória.

Conheço, sobretudo, a tua necessidade de amor. Nunca duvides da minha misericórdia, do meu desejo de te perdoar, do meu desejo de te bendizer e viver a minha vida em ti, e que te aceito sem me importar com o que tenhas feito.

       Se te sentes com pouco valor aos olhos do mundo, não importa. Não há ninguém que me interesse mais no mundo do que tu. Confia em mim. Pede-me todos os dias que entre e que me encarregue da tua vida e eu o farei.

       A única coisa que te peço é que confies plenamente em mim. Eu farei o resto. Tudo o que procuraste fora de mim só te deixou ainda mais vazio. Portanto, não te prendas às coisas passageiras. Mas, sobretudo, não te afastes de mim quando caíres. Vem a mim sem demora, porque quando me dás os teus pecados, dás-me a alegria de ser o teu Salvador. Não há nada que eu não possa perdoar.

       Não importa o quanto tenhas andado sem rumo, não importa quantas vezes te esqueceste de mim, não importa quantas cruzes levas na tua vida. Tu já experimentaste muitas coisas, no teu desejo de seres feliz. Porque é que não experimentas abrir-me o teu coração, agora mesmo, mais do que antes?»

(Oração de Madre Teresa de Calcutá)

Fonte: Centro Studi Biblici “G. Vannucci”– Videomelie e trascrizioni – III Domenica del Tempo Ordinario – 27 Gennaio 2019 – Internet: clique aqui (Acesso em: 22/01/2022).

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

2º Domingo do Tempo Comum – Ano C – Homilia

 Evangelho: João 2,1-11

 Alberto Maggi *

Frade da Ordem dos Servos de Maria (Servitas) e renomado biblista italiano 

Jesus restitui o amor e a alegria ao mundo

Os evangelhos não foram escritos para serem lidos pelo povo. Por quê? Porque a grande maioria das pessoas era analfabeta. Os Evangelhos são obras literárias, teológicas, espirituais, muito, muito complexas, densas, ricas de significados e foram enviadas a uma comunidade onde o leitor, ou seja, o teólogo daquela comunidade, não se limitava a lê-lo para os outros, mas interpretava-o.

E para interpretá-lo ele seguia aquelas chaves de leitura, aquelas indicações que o evangelista, o autor colocava no texto. É isso que tentamos fazer, fazer florescer a passagem de hoje, capítulo 2 do Evangelho de João, os onze primeiros versículos, conhecido como as bodas de Caná. Faremos este texto florescer e veremos o que o evangelista quer nos dizer. 

João 2,1a:** «No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia.»

Vejamos imediatamente a primeira indicação que o evangelista nos apresenta. O «terceiro dia», para um judeu da época, lembrava imediatamente o dia da aliança, o dia em que Deus deu a Moisés, no Sinai, a aliança com seu povo.

Então, o evangelista quer dizer:

... atentos, toda essa passagem está na chave da aliança com Deus.

São as bodas! Essa aliança de Deus, nos profetas, foi representada por meio de um casamento; Deus era o noivo e o povo, Israel, a noiva. 

João 2,1b: «A mãe de Jesus estava presente.»

Também nesta passagem todos os personagens são anônimos. Quando um personagem é anônimo, como já o vimos em outras partes do evangelho, significa que ele é um personagem representativo. A única pessoa que tem um nome nesta passagem é Jesus. 

João 2,2-3a: «Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. Como o vinho veio a faltar, ...»

Na cerimônia de casamento, o momento culminante é quando o noivo e a noiva bebem de uma única taça de vinho, o vinho representa o AMOR. Bem, aqui está um matrimônio onde falta o elemento mais importante, o vinho. 

João 2,3b: «... a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.»

A mãe de Jesus que também pertencia ao casamento, não diz, como seria de esperar: «Não temos vinho», mas diz «Eles não têm vinho», a mãe de Jesus representa aquele Israel fiel que sempre guardou este amor com Deus. E a resposta de Jesus pode parecer estranha, até rude, se pensarmos que é dirigida por um filho à sua mãe. 

João 2,4: «Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou”.»

Mas aqui também vejamos o que o evangelista quer expressar. «Mulher» significa «esposa, mulher casada». Há três personagens femininas a quem Jesus se dirige, neste Evangelho, com esta denominação. Elas são as imagens das esposas de Deus.

Portanto, a mãe de Jesus representa a esposa fiel do Antigo Testamento; a outra personagem feminina a quem Jesus se dirigirá chamando-o de «mulher», isto é, «esposa, mulher casada», é a mulher samaritana, isto é, o Israel adúltero que o marido reconquista com uma oferta ainda maior de amor. E, finalmente, neste evangelho, a última pessoa a quem Jesus se dirigirá chamando-a de «mulher» será Maria de Magdala, que representa a esposa da nova aliança.

Então Jesus, lembrando sua característica de noiva fiel, diz: «O que você quer de mim?» Isto é, o que isso nos importa? A mãe de Jesus acredita que o messias vai anunciar uma nova vida às antigas instituições. Mas Jesus não veio para dar nova vida às velhas instituições, mas para formular uma nova, que veremos agora. 

João 2,5: «Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”.»

Então Jesus diz: «Nós não nos importamos com isso». Mas sua mãe «disse aos que estavam servindo». O termo empregado pela mãe de Jesus é «diáconos», isto é, aqueles que livremente, voluntariamente, por amor, se colocam ao serviço. E, aqui, o evangelista coloca na boca da mãe o que, no livro do Êxodo, o povo respondeu a Moisés aos pés do monte Sinai: «Quanto o Senhor disse, nós o faremos» (Ex 19,8; 24,3.7). Assim, Maria vê em Jesus o novo legislador, o novo Moisés que deve ser ouvido. Em seguida, a descrição vai para o ambiente. 

João 2,6: «Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros.»

Não ânforas [= talhas] de barro, como os pintores, às vezes, nos mostram nas representações, mas seis ânforas de pedra, portanto grandes e inamovíveis, feitas de pedra como as tábuas da lei. Para que serviam? Para a purificação ritual dos judeus. Portanto, neste ambiente familiar existem essas ânforas que devem conter seiscentos litros de água para purificação.

É por isso que eles não têm vinho. Uma religião que inculca um sentimento de culpa, de indignidade, que faz o homem sentir sempre a necessidade de pedir perdão, de purificar-se, sempre impuro, é uma religião que impede de descobrir e aceitar o amor de Deus. Por isso, a necessidade de purificar-se sempre! 

João 2,7-8: «Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram.»

Havia um responsável. Essas refeições de casamento duravam dias, às vezes, até uma semana. E havia um responsável que tinha que dar atenção à organização, para que não faltasse comida e, principalmente, vinho. No entanto, esse responsável não cuida disso. Aqui, ele representa os líderes religiosos que não se ocupam e não se importam que as pessoas não tenham esse relacionamento com Deus [vinho = amor]. 

João 2,9: «O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água.»

As ânforas nunca conterão o vinho de Jesus, mas a água se torna vinho quando é derramada das ânforas. Portanto, as ânforas jamais contêm o vinho de Jesus, mas contêm água.

Mas vamos entender, primeiramente, o que essa mudança significa. É a NOVA ALIANÇA que Jesus nos propõe. Uma nova relação com Deus, não mais baseada na obediência à lei, que sempre nos faz sentir indignos e impuros, mas na aceitação do seu amor.

Com Jesus, o amor de Deus não é mais concedido pelos méritos das pessoas, apenas para aquelas que o merecem, mas pelas necessidades, portanto concedido a todos.

João 2,10: «O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!"»

É normal. Em uma refeição que dura várias horas, ou mesmo, vários dias, serve-se primeiro o bom vinho e depois o pior. Para as autoridades, o vinho novo pertence ao passado. As autoridades são incapazes de compreender que o belo e o bom, ainda, estão por vir. 

João 2,11: «Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.»

No final desse episódio, o evangelista está nos dizendo: «Cuidado! Não estou contando uma historinha, mas algo mais profundo».

É a única vez em que está escrito que «Jesus manifestou sua glória». Não se diz isso quando Jesus ressuscita Lázaro, que está morto há quatro dias, mas aqui o evangelista nos diz: «Atenção! Esta não é uma história de água transformada em vinho para convidados que já estão embriagados, mas nos fala sobre a MUDANÇA DA ALIANÇA. Não existe mais a necessidade de se purificar para acolher o amor de Deus, mas simplesmente deve-se acolher o amor de Deus, que é o que purifica o homem». 

* Traduzido e editado do italiano por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

** Todos os textos bíblicos citados foram extraídos de: BÍBLIA SAGRADA. Tradução oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). 2. ed. Brasília (DF): Edições CNBB, 2016. 

Reflexão Pessoal

Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo 

“Se Deus criou as pessoas para amar e as coisas para cuidar, por que amamos as coisas e usamos as pessoas?” (Bob Marley – músico jamaicano)

Jesus jamais escondeu suas intenções de mudar, profundamente, o modo como a religião era organizada e vivida em seu tempo! Em Lucas ele deixou claro: “Ninguém rasga um retalho de uma roupa nova para colocá-lo numa roupa velha... Ninguém põe vinho novo em odres velhos” (5,36.37 – cf. Mc 2,21-22; Mt 9,16-17). Há certas coisas antigas e antiquadas que não tem conserto, não tem remendo! Pois o velho não se ajusta ao novo e vice-versa! 

Uma das características mais perniciosas no modo de se viver a religião judaica, no tempo de Jesus, era a mania de diferenciar as pessoas entre puras e impuras. Ou seja, santas e pecadoras! Ora, neste mundo, ninguém é completamente santo nem pecador! Como Jesus frisou muito bem: “o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior” (Mc 7,14-15). Não é aquilo que comemos, aquilo que bebemos, os lugares que frequentamos, as pessoas com as quais nos relacionamos, nada disso pode nos tornar impuros (= pecadores), mas o que fazemos, o que pensamos, o que realizamos. 

Precisamos cultivar uma vivência da fé cristã que contenha menos ênfase sobre os nossos pecados e mais sobre a MISERICÓRDIA de Deus para com todos os seus filhos e filhas. Jesus restitui a ALEGRIA, Jesus restitui a FESTA, Jesus restitui o AMOR que não mais existiam entre aqueles que acreditavam em Deus, em seu tempo! 

Será que não estamos necessitando disso, hoje, também? A mãe de Jesus, sempre atenta aos problemas humanos, percebe que falta “VINHO” aos homens e mulheres de seu tempo, isto é: AMOR, FELICIDADE e ALEGRIA de viver! Nossa fé, nossa Igreja, nossas comunidades, nossas pastorais e equipes devem ser instrumento de promoção do amor, da felicidade e da alegria, do contrário, estaremos “sem vinho”, como o judaísmo do tempo de Cristo! 

Jesus trouxe uma novidade imensa para os seres humanos: Deus não nos ama porque merecemos seu amor, Deus não nos quer bem porque nós o queremos bem, Deus nutre um amor gratuito, genuíno, espontâneo e profundo por todos os seres humanos, de modo igual!

Está faltando, hoje, em nossas vidas, esse VINHO!!! 

Oração após a meditação do Santo Evangelho

 «Fica comigo, Senhor, pois preciso da tua presença para não te esquecer. Sabes quão facilmente posso te abandonar.

Fica comigo, Senhor, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair.

Fica comigo, Senhor, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor.

Fica comigo, Senhor, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão.

Fica comigo, Senhor, para me mostrar tua vontade.

Fica comigo, Senhor, para que ouça tua voz e te siga.

Fica comigo, Senhor, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia.

Fica comigo, Senhor, se queres que te seja fiel.

Fica comigo, Senhor, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor.

Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho.

Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. Ó, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio.

Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti.

Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração.

Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.

Fica comigo, Jesus. Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico!

Fica comigo, Senhor, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais.

Como este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. Amém.»

(Oração de São Padre Pio para depois da comunhão eucarística)

Fonte: Centro Studi Biblici “G. Vannucci”– Videomelie e trascrizioni – II Domenica del Tempo Ordinario – 20 Gennaio 2019 – Internet: clique aqui (Acesso em: 13/01/2022).