«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Uma religião para o mundo de hoje

 O risco de nos tornarmos uma religião sem demanda, apenas de oferta

 José María Castillo

Teólogo espanhol reconhecido internacionalmente – Artigo publicado por «Religión Digital», na quinta-feira, 6 de janeiro de 2022 

Os Magos a caminho de Belém, aguardando o resultado do teste de Covid-19 (charge)

Sem dúvida, a maioria dos cidadãos é mais seduzida pela DIVERSÃO do que pela DEVOÇÃO

Escrevo isso no Dia dos Três Reis, quando as férias de Natal acabam. Um feriado religioso que se transformou em férias, onde as pessoas costumam descansar, se divertir, viajar, dar presentes uns aos outros, organizar festas etc., etc. E o que digo sobre o Natal também se pode dizer sobre a Semana Santa, as festas da padroeira e tantas outras celebrações, que começaram nos templos e terminaram em discotecas, hotéis, agências de viagens, etc. etc. Este é o fato. Mas o que esse fato representa?

É evidente que uma notável maioria da população é mais seduzida pelo entretenimento secular do que pela devoção sagrada.

Shopping Center enfeitado para o Natal - repare nas motivações comerciais!

Sem dúvida, a maioria dos cidadãos é mais seduzida pela diversão do que pela devoção. Em outras palavras, a cada ano que passa, aumenta o número de cidadãos que preferem passar alguns dias de folga, mesmo que isso signifique quão pouco interesse o nascimento de Jesus em uma manjedoura e a morte de Jesus como um criminoso, enforcado e executado entre malfeitores. 

Tudo isso significa que a sociedade se afastou da religião? Ou representa, antes, que a Religião, por ser fiel à sua tradição e à sua história, ficou para trás em uma Sociedade que muda rapidamente sem saber para onde está indo?

O fato é que, se a Religião ficou presa nas ideias e costumes dos séculos passados, tão certo é que a Sociedade muda e produz (a cada ano) fenômenos estranhos, que não sabemos (nem podemos saber) onde nos levarão manifestações como:

* «mudança climática»,

* a «economia manipulada» pelos interesses de alguns magnatas que nos controlam a todos,

* a política a serviço do egoísmo de uns poucos,

* violência e ódio de uns contra outros e assim por diante.

O que nos resta? Aonde vamos parar? 

Parece-me que uma religião presa ao passado pode ser interessante para um livro de história ou talvez para um museu. Mas tão verdadeiro é que...

... uma sociedade que avança rapidamente, sem saber para onde vai, pode terminar em desastres que não podemos saber as consequências que terão.

O que fazer em uma situação como essa, que talvez nunca tivesse surgido? 

Uma religião presa ao passado será a coisa mais ortodoxa deste mundo. Mas também será uma «oferta sem demanda» (Thomas Pröpper: 1941-2015 – teólogo dogmático católico alemão).

Jesus nos deixou seu Evangelho para que pudéssemos organizar funerais, novenas e eventos religiosos aos quais menos pessoas comparecem todos os dias?

Mas se esta pergunta não tem pé nem cabeça, ​​menos compreensão e resposta tem o problema que nos coloca a Sociedade em que vivemos. Não me refiro apenas à pandemia, que tanto nos incomoda e nos limita. Refiro-me, acima de tudo, que o «poder opressor» comanda menos a cada dia. Porque quem manda é o «poder sedutor». As arruaças, rolezinhos e bebedeiras noturnas podem mais que políticos com todos os seus policiais. A publicidade televisiva e de rua não se cansa de nos oferecer, não exatamente o que nos «educa», mas o que nos «seduz». 

É fato que a mudança que vivemos é tão forte e tão profunda que o pior não está no biológico (a pandemia), mas no neuropsicológico, que se manifesta em não poucos transtornos mentais, como:

* a violência,

* a depressão,

* as reações violentas,

* a instabilidade de indivíduos e famílias,

* a insegurança nas relações com os outros etc., etc. 

Como será nosso futuro? Não é possível saber. Mas uma coisa é certa:

... só a BONDADE pode equilibrar nossas relações sociais e religiosas em todas as suas dimensões.

Para que, a partir dessa abordagem, se compreenda a atualidade, importância e consequências de uma Religião atualizada. Que assim, e somente assim, poderá ser o fator determinante da Sociedade e do futuro que almejamos. 

Claro, cada cultura, cada sociedade, cada família e cada indivíduo é (ou deveria ser) inteiramente livre para celebrar feriados religiosos como preferirem. Seja como for (em qualquer caso), o que interessa e contribui com algo de positivo é que tais festas sejam celebradas de forma que nelas se possa sentir a bondade que nos pode trazer a convivência e a segurança, que todos desejamos. 

Traduzido do espanhol pelo Instituto Humanitas Unisinos, editado e corrigido por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo. 

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 11 de janeiro de 2022 – Internet: clique aqui (Acesso em: 11/01/2022).

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