«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Vamos levar 2022 a sério

 É preciso salvar-se de 2022

 Janio de Freitas

Jornalista 

JANIO DE FREITAS

Ano de 2022 e sua eleição se propõem como momento mais decisivo da República

Salvar-se de 2022 é um desejo justo e um objetivo justificado. Desejo-lhe que os adote, estando entre os que mereçam escapar à sanha prenunciada pelos grupos, classes e interesses que fizeram nosso 2021. 

Os novos anos são futuros engatilhados pelos anos antecessores. Só as surpresas são de sua autoria. E a margem para esses insondáveis deixada por 2021 insinua-se, por ora, uma via estreita. Talvez mesmo um beco sem saída. 

Aqueles que ganham em meio ao descontrole econômico 

Os acumuladores de cifrões emitem maus pressentimentos sobre a inflação crescente, embalados em sua dúplice tradição: cansam-se apregoando queixas da inflação e mais se cansam amontoando seus lucros inflacionários. 

Aos efeitos da inflação junta-se o desvario do governo e da Câmara dos Deputados nos gastos públicos, inclusive apenas eleitoreiro, e já sabemos quem e como pagará essas contas já a partir de 2022. Governantes e economistas têm muito apego às suas tradições. 

O custo de vida penaliza os mais pobres e leva à fome 

O aumento do custo de vida é sempre maior do que o índice de inflação. As correções do salário mínimo por Bolsonaro e Paulo Guedes foram todas, como agora, limitadas ao índice de inflação, sem recuperação alguma das usurpações feitas na remuneração. 

Em outubro, a perda dos salários em geral, mais de 11% nos 12 meses até ali, já estava acima dos 10% com que a inflação chegou a dezembro. 

Como o custo de vida sobe mais para a pobreza, a fome que fere multidões como jamais acontecera no Brasil, sem causa natural e em sua dimensão, o salário mínimo só pela inflação é um gerador de mais fome. 

Entende-se. As armas dessas multidões não atraem Bolsonaro. São o alicate e o torno, o martelo e a tinta, a vassoura, a pá, o fio elétrico, as máquinas, são inúmeras. 

Seus uniformes são o avental, o jaleco, a calça desprezível, é a roupa do suor, da graxa, da poeira, às vezes do sangue.

A estes Bolsonaro apenas os explora na crendice, na esperança como nome do desespero, na boa-fé e na raiva de tudo e todos.

Nada a lhes dar para diminuir as dores do seu viver. 

Os de visão mais ampla não podem saber o que esperar, na verdade, de 2022. Ainda assim, é cada vez mais encontrada a preocupação, ou o temor, de que tenhamos uma disputa eleitoral marcada por violências variadas, não excluídas as mais extremas.

Ao centro da foto estão Jair Bolsonaro e o General Augusto Heleno: não é por nada que Bolsonaro tanto privilegia e bajula as Forças Armadas e os policiais em geral!
Fortalecendo o golpismo 

Não faltam sinais nesse sentido. Mais um vem com a indiferença de Bolsonaro à tragédia das águas na Bahia. Não foi apenas a falta do dever de aparências humanitárias.

Bolsonaro mostrou com clareza o descaso eleitoral que, de repente, começou a indicar.

Desistência de lutar pela permanência no poder é incogitável. Verdadeiros processos criminais que circundam a família, no todo e nas partes, podem ser inesperáveis da cúpula judiciária elitista e política. 

Mas o risco é real. E, se a eleição não se mostrar como porta de fuga, impedi-la abre outro caminho. 

Bolsonaro o prepara. Com aberrações cínicas, que vão dos aumentos muito acima da inflação para as já bem remuneradas Forças Armadas e polícias federais, às demissões e deslocamentos de técnicos e outros servidores qualificados, para fortalecer o dispositivo do golpismo, da arbitrariedade e da prevaricação. 

O dramático é que 2022 e sua eleição propõem-se como o momento mais decisivo do Brasil na ilusória República. Não como regime político, não como sistema econômico. Como país mesmo.

Atenção: 

A derrocada está tão vasta e é tão profunda, que um mau desfecho para o próximo mandato presidencial deverá tornar a INVOLUÇÃO e o ATRASO definitivamente irreversíveis.

Salve-se de 2022. E os votos de ajude a salvá-lo: é seu direito e seu dever não se permitir ser joguete das forças manipuladoras. 

Fonte: Folha de S. Paulo – Poder / Colunas e Blogs – Domingo, 2 de janeiro de 2022 – Pág. A6 – Internet: clique aqui (Acesso em: 03/01/2022).

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