«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Estamos nas mãos de um só país!

 A arriscada dependência da China e da exportação de produtos primários

 Lourival Sant'Anna

Colunista e analista de assuntos internacionais 

EMBARQUE DE SOJA EM PORTO BRASILEIRO

Os bens primários se tornarem predominantes na pauta de exportações é um problema

A recusa chinesa em comprar a carne bovina brasileira escancara a dependência em relação à China e às exportações de produtos de baixo valor agregado. A situação tem se acentuado nos últimos anos - mais uma amostra de que o Brasil está involuindo. 

É bom ter um agronegócio dinâmico e exportar muitas commodities, em termos absolutos.

O problema é os bens primários se tornarem predominantes na pauta de exportações, o que revela falta de inovação e competitividade na indústria, e resulta na perda de receitas e de geração de empregos de qualidade.

De 2016 a 2019, a China foi o destino de:

* 93% das exportações de soja do Brasil,

* 66% do minério de ferro e

* 69% do petróleo.

Nos nove primeiros meses deste ano, 38% das exportações brasileiras do agronegócio foram destinadas à China - quase o triplo da União Europeia, o segundo maior cliente. 

O Brasil é o principal fornecedor de alimentos para a China. Mas a alegação de que a segurança alimentar da China depende do Brasil é falsa. Ao contrário de produtos de valor agregado, que por suas especificidades podem gerar dependência dos compradores, commodities são iguais em qualquer lugar. Não faltam fornecedores de alimentos para a China, que está trabalhando para diversificá-los e, além disso, investindo maciçamente na autossuficiência, como prevê o 14.º Plano Quinquenal, aprovado em março. 

O agronegócio representou no ano passado 48% das exportações de bens do Brasil. Somada aos outros produtos básicos, como minérios, essa fatia alcança 52%. Os bens industrializados representam os outros 48%. Em 1994, o Brasil contribuía com 2,69% do valor adicionado da indústria de transformação mundial. Em 2019, essa participação era de 1,19%. 

Entre 2005 e 2020, o Brasil recebeu US$ 839,8 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) - o sexto no ranking mundial. Na direção contrária, o Brasil enviou US$ 47,5 bilhões em IED para o restante do mundo - 31.º lugar. Em contraste, os Estados Unidos tiveram quase o mesmo volume de IEDs recebidos e enviados: US$ 4,1 trilhões e US$ 4 trilhões, respectivamente. 

De novo, nada de errado em receber investimentos. Mas o desequilíbrio existe porque as empresas investem no Brasil para produzir para o mercado local. Não se lançam para o exterior, salvo exceções. Os custos - tributos, logística e burocracia - são tão elevados que não vale a pena exportar. As tarifas de importação altas permitem vender produtos ruins e caros para o mercado interno e retiram o incentivo ao investimento em inovação. Temos de sair dessa armadilha. 

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Domingo, 24 de outubro de 2021 – Págs. A17 – Internet: clique aqui (Acesso em: 25/10/2021).

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