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Mostrando postagens de setembro, 2023

26º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 21,28-32   Frei Alberto Maggi Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas)   Para Jesus, o que se fala não conta; o que importa é o que se faz Para o evangelista Mateus, os líderes religiosos do povo são doentes terminais! Sim, doentes terminais de poder, para quem não há esperança. A ação de Deus, o poder de Deus torna-se impotente contra eles. Como é que isso? Deus pode tudo com o pecado e com os pecadores, seu amor consegue desmoronar o pecado, mas nada pode fazer contra aqueles que agem por conveniência e é isso que fazem os sumos sacerdotes, os líderes do povo. Houve um precedente, eles estão furiosos com Jesus, porque Jesus, depois do episódio no templo, declarou que o templo é um covil de ladrões e então esses sumos sacerdotes, os anciãos, perguntam a Jesus com que autoridade ele pode fazer isso. E Jesus não responde, mas pergunta-lhes com que autoridade veio João Batista e eles não respondem, por quê? Eles raciocinam entre ...

Somos uma comunhão

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  NOVO OLHAR SOBRE O UNIVERSO   Frei Betto Frade dominicano mineiro, filósofo, teólogo, escritor de dezenas de livros e assessor de movimentos populares no Brasil e exterior   Nem tudo é Deus, mas Deus se revela em tudo          Carlos Mesters, o mais popular biblista do Brasil, sublinha que há no Antigo Testamento dois decálogos , o da Aliança e o da Criação. O da Aliança surgiu primeiro, embora o outro já existisse. Ocorre que o povo hebreu, por não levar a sério o Decálogo da Aliança , não tinha olhos para perceber o Decálogo da Criação .        Ao longo dos 400 anos de monarquia em Israel (de 1000 a 600 a.C.), Javé, o Deus libertador do Êxodo, foi reduzido a um ídolo manipulado pelos poderes civil e religioso para legitimar a corrupção e a ganância dos reis. E ninguém dava ouvidos às denúncias dos profetas. Até que Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadiu a Palestina em 587 a.C. e destruiu Jerusalé...

25º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 20,1-16a   Frei Alberto Maggi Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas)   A justiça de Deus não é como a dos homens Sabemos que o evangelho significa “boa nova/boa notícia” , mas qual é essa boa nova? Que o Pai de Jesus não é o Deus das religiões ; o Deus das religiões é aquele que recompensa a todos segundo os seus méritos, recompensa os bons e pune os maus. Jesus apresenta um Deus completamente diferente: fala de um Pai bom que faz nascer o seu sol sobre os maus e os bons, não depende de merecerem ou não, mas porque têm necessidade; e até faz chover sobre justos e injustos (cf. Mt 5,45).   Mateus 20,1-2: «Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha.» Esta mensagem, esta novidade não é bem aceita pelos ...

24º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 18,21-35   Frei Alberto Maggi Padre e biblista italiano dos Servos de Maria (Servitas) “Perdoar é dar chance à vida” Mateus é o evangelista que mais aborda o tema do perdão do que os demais, principalmente neste capítulo 18. Jesus exortou os discípulos e afirmou que, se o irmão não quiser se reconciliar, deve ser tratado como cobrador de impostos (publicano) ou como um pecador. O que não significava excluí-lo do amor, mas que este não era mais um amor mútuo, mas um amor unilateral. Pois bem, nos versículos que comentamos neste domingo, capítulo 18 de Mateus, versículos 21 a 35, Pedro parece ter entendido. No entanto, ele acha que esse amor deve ser limitado e por isso tenta colocar uma contenção!   Mateus 18,21-22: «Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.» E e...

Ensino às avessas!

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  O alvo da educação: rentabilidade e punição   Carolina Catini Professora associada da Faculdade de Educação da Unicamp e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas “Educação e Crítica Social” (Gepecs)   Só no Brasil, mesmo: militares ocupados com a "educação" de nossos adolescentes e jovens! O nosso ensino está pensando, de verdade, em nossa atual juventude? O que se pretende, de fato? No mundo do avesso da educação nacional, corporações militares e empresariais são educadoras e formuladoras das políticas educacionais e de juventude , em nome da democracia e do combate às desigualdades sociais. Embora os ofícios que exerçam e a posição social que ocupem sejam a pura e simples negação de tais atributos, seu poder se amplia e se espraia por toda a gama de ação social que comandam, enquanto quem possui experiência e formação na educação tem o alcance de suas práticas reduzido a pequenos espaços , quando conseguem realizar uma experiência formativa que se contrapõ...