HISTÓRIAS QUE APRENDEMOS SOBRE O NATAL

Loreni F. Gutierrez - autora

Loreni Fernandes Gutierrez

NATAL! 
Comemorado na antiguidade em datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus, somente no século IV é que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma antiga, o início do inverno era comemorado no dia 25 de dezembro [1]. Acredita-se que haja aí uma relação com a oficialização do Natal. Contam que as antigas comemorações do Natal duravam até 12 dias, tempo em que os três Reis Magos, guiados por uma estrela, chegaram a Belém para presentear Jesus. 

Árvores de Natal e outras decorações natalinas são montadas no começo de dezembro e desmontadas em 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (simbolicamente se desfaz os indícios do nascimento de Cristo, para que os soldados de Herodes não o encontrem). No Brasil já se montam enfeites natalinos no início de novembro, como fazem muitos europeus. O que vale é o espírito natalino de cada um! 

Cronologicamente, o Natal é uma data importante para o Ocidente, marcando o ano 1 da nossa história. Diz a lenda que quando Cristo nasceu, todas as árvores lhe deram presentes. Apenas o pinheiro nada tinha para oferecer. Então as estrelas do céu, solidárias, colocaram em cada galho do pinheiro estrelinhas miúdas e brilhantes: Foi o mais lindo presente que o menino Jesus recebeu. Ainda, segundo a lenda, o pinheiro, única árvore que permanece verde sob a neve, foi escolhido como símbolo do natal em decorrência de sua forma triangular, representando a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo.


Pinheiros enfeitados
Noticiam que a primeira árvore de Natal foi montada por Martinho Lutero [2], na Alemanha, em 1530. Caminhando numa noite pela floresta, ele ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa, utilizando algodão, figuras de estrelas e velas acesas para mostrar à família a cena que presenciara na floresta. E a tradição da árvore de Natal foi se expandindo. 

No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares. Além da beleza da decoração, simbolizam alegria, paz e esperança. 

O presépio também é uma importante decoração natalina, simbolizando o nascimento de Cristo, numa manjedoura. Segundo contam, cabe a São Francisco de Assis [3] a tradição de montar presépios. Músicas natalinas, singelas, complementam o evento. 

Origem e tradição de Papai Noel. Dizem que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau [4], que nasceu em Patara, Ásia Menor (atual Turquia), no ano 280 d.C. Bondoso, ajudava as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas de ouro próximos às chaminés das casas. Foi canonizado pela Igreja Católica, após relatos de milagres a ele atribuídos. Em meados do século XIII, a comemoração do dia de São Nicolau passou a ser em 06 de dezembro, data de seu falecimento e sua figura a ser relacionada com as crianças, para as quais deixava presentes. 
Pintura representando o Presépio de S. Francisco

Foi a contra-reforma católica que transferiu o dia da entrega dos presentes para o dia de Natal, em homenagem a Jesus. Mas, em alguns países da Europa ainda se comemora, com a entrega de presentes, o dia de São Nicolau. Dizem que a associação da imagem de São Nicolau ao Natal teve início na Alemanha [5], espalhando-se depois pelo mundo. 

No Brasil recebe o nome de Papai Noel; Estados Unidos, Santa Claus e, em Portugal, Pai Natal. 

Impressionante como nos tornamos melhores na época do Natal, quando aflora, em nossos corações, a criança que ainda acredita em Papai Noel. Não importa quem somos, de onde viemos ou para onde vamos, todo final de ano nos contagiamos com a aura de fraternidade que, rememorando o nascimento de Cristo, se faz presente em nós. Quem sabe um dia ela nos contagie para sempre! 
Imprescindível, apenas, que não nos esqueçamos do aniversariante! 

Notas:

[1] Nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro, originalmente destinado a celebrar o nascimento anual do Deus Sol no solstício de inverno (natalis invicti Solis).
[2] Martinho Lutero (viveu de 1483 a 1546), reformista da igreja e pai das idéias da reforma protestante.
[3] São Francisco de Assis (viveu de 1181 a 1226) montou uma cena da natividade, usando pessoas e animais em um cenário feito de palha, numa gruta perto da cidade de Greccio, na Itália central. O presépio vivo, com um boi, um asno , alguns camponeses e pastores pobres da região, retratavam o local humilde onde nascera Jesus Cristo. Também a tradição da Missa do Galo é atribuída a Francisco de Assis, quando ele permitia que a população visitasse o seu presépio vivo à meia-noite do dia 24 de dezembro, hora que simbolizava o nascimento de Cristo, seguindo com a celebração de uma missa. Antes de Francisco de Assis, há relatos de que um presépio teria sido montado no século VIII, na igreja Santa Maria Maggiore, em Roma.
[4] São Nicolau de Mira, dito Taumaturgo, também conhecido como São Nicolau de Bari, é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos. É aceito que São Nicolau, bispo de Mira, seja proveniente de Patara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 342.
[5] Outra explicação é que, a partir da figura de São Nicolau, a concepção do Papai Noel tomou forma através do americano Clement Clarke Moore (1779-1863), professor de literatura oriental e grega do Columbia College, no século XIX. Em 1822, ele teria escrito para os filhos o poema “Uma Visita de São Nicolau” (A Visit From St. Nicholas, ou 'Twas the Night Before Christmas) , lançado anonimamente em 23 de dezembro de 1823, em Nova York. No poema, São Nicolau visitava as crianças na noite de Natal, viajando em um trenó puxado por renas, trazendo brinquedos para elas, entrando pelas chaminés das casas. O poema só foi incluído na obra de Clement Clarke Moore em uma antologia lançada em 1844. Alguns estudiosos duvidam que tenha sido escrito por ele, atribuindo-o ao nova-iorquino Henry Livingston Jr.
A imagem de um velho alegre, gordo e de barba branca, trajando casaco vermelho de gola e punhos brancos, calças vermelhas com bainha branca, cinto e botas de couro preto, que se tornou universal, surgiu em 1886, na revista Harper’s Weeklys, numa edição especial de Natal, ilustrada pelo caricaturista e cartunista Thomas H. Nast (1840-1902).

Fonte: e-mail enviado pela própria autora - 19/12/2012 - 18h57.

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