Os brasileiros estão bem mais pobres!
Mais de 106 milhões sobreviviam com apenas R$ 13,83 por dia em 2021
Jornalistas
IBGE mostra que renda
dos mais pobres não passou de R$R 415,00 mensais por pessoa no período, no menor
resultado histórico
O segundo ano da pandemia foi marcado por um empobrecimento recorde dos brasileiros, após as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela covid-19 darem um alívio em 2020. Com o enxugamento do Auxílio Emergencial e uma recuperação do mercado de trabalho marcada pela geração de empregos precários, a metade mais pobre da população sobreviveu com apenas R$ 415 mensais por pessoa em 2021, pior resultado histórico, uma queda de 15,1% em relação aos R$ 489 recebidos em 2020, em valores já atualizados pela inflação.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021 - Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta sexta-feira, 10 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o rendimento médio de R$ 415 por mês para a metade mais pobre, são 106,35 milhões subsistindo com apenas R$ 13,83 por dia por pessoa. O empobrecimento é histórico mesmo quando se compara com quase dez anos atrás: em 2012, a metade mais pobre da população ganhava R$ 448 por mês por pessoa. O valor de 2021 é 7,4% menor do que o registrado em 2012.
E existem pessoas que dizem não ver pobreza e fome no Brasil!!! Cegueira pura!!! |
Regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas
Com a diminuição do Auxílio Emergencial – tanto no valor quanto no número de pessoas beneficiadas –, as perdas foram mais dramáticas nas regiões Norte e Nordeste, onde a transferência de renda desempenha um papel fundamental para a subsistência de grande parte da população na pandemia.
Os 50% mais pobres do Nordeste sobreviviam com R$ 251 mensais, ou R$ 8,37 diários por pessoa da família no ano passado, um recuo de 23% ante 2020. No Norte, a renda média da metade mais vulnerável foi de R$ 281 mensais em 2021, R$ 9,37 diários, 19,9% a menos que no ano anterior.
Os mais miseráveis pioraram ainda mais!
O quadro é ainda mais drástico entre os mais pobres de
todos. Em 2021, o País tinha 10,635 milhões de pessoas
sobrevivendo com apenas R$ 39 mensais por pessoa, ou seja, os 5% mais
miseráveis da população tinham, em média, somente R$ 1,30 por pessoa por dia,
considerando todas as fontes de renda disponíveis. A renda desses miseráveis
despencou 33,9% em relação a 2020.
Na comparação com 2012, o tombo no poder aquisitivo desses brasileiros foi de 48%.
“Teve menos gente ganhando (o Auxílio Emergencial), e quem ganhava teve menos parcelas, com valor menor”, lembrou Alessandra Brito, analista do IBGE. “O auxílio foi um colchão para a renda não cair tanto em 2020. Com a melhora da pandemia e o retorno do mercado de trabalho, as regras do auxílio foram alteradas.”
A MISÉRIA aumentou assustadoramente, no Brasil, nesses últimos anos: famílias perderam casa, perderam emprego, perderam renda, perderam o direito de comer! |
Todos perderam renda, os pobres ainda mais!
O tombo na renda dos mais pobres em 2021 aumentou a desigualdade, embora todas as faixas tenham registrado perdas. Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 15.940, queda de 6,4% ante 2020. Em relação ao primeiro ano da série, 2012, a perda foi de 6,9%.
“Todo mundo perdeu (renda). Não é só o auxílio, porque não afetou só os mais pobres”, apontou a analista do IBGE.
Como o rendimento dos mais pobres caiu em ritmo mais acelerado, o índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita – indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração – aumentou de 0,524 em 2020 para 0,544 em 2021. Na passagem de 2020 para 2021, o índice de Gini cresceu em todas as regiões brasileiras, o que mostra um aumento na desigualdade disseminado pelo País.
Considerando a renda auferida por toda a população, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.353 em 2021. Assim como no caso da metade mais pobre da população, é o valor mais baixo já visto na pesquisa iniciada em 2012, 6,9% menor que os R$ 1.454 estimados em 2020. Houve redução em todas as regiões, sendo os valores mais baixos os auferidos no Norte (R$ 871) e Nordeste (R$ 843). A Região Sul registrou o maior rendimento domiciliar per capita médio, R$ 1.656.
Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia & Negócios – Sexta-feira, 1o de junho de 2022 – 10h00 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui (Acesso em: 11/06/2022 – às 13h).
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