«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Será Jesus Sacerdote?

 Jesus não foi sacerdote à maneira do Antigo Testamento

 Manoel José Godoy

Presbítero da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG). Atualmente é professor de Teologia Pastoral e Supervisor de Estágio Pastoral na Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte. Professor no Centro Loyola de Belo Horizonte e no CEBITEPAL, órgão do CELAM-Bogotá, na Colômbia. Possui graduação em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (1983) e mestrado em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (2005). 

Jesus Cristo foi leigo e identificado como profeta

Quando nossa irmã biblista, Téa Frigério, afirmou que Jesus não foi sacerdote, ela levou em conta toda a tradição de Israel que para ser sacerdote tinha que ser da Tribo de Levi, o que Jesus não foi. O povo de sua época não teve dúvidas, o confundiu com um dos profetas, mas nunca com os sacerdotes. 

E o sacerdócio da Carta aos Hebreus é um sacerdócio existencial, daqueles que não oferecem sacrifícios, mas entregam a própria vida. A esse sacerdócio todos os batizados são chamados, ou seja, a dar a vida pelos irmãos. O biblista e teólogo jesuíta francês, Albert Vanhoye, ex-reitor do Pontifício Instituto Bíblico e ex-secretário da Pontifícia Comissão Bíblica, criado cardeal pelo Papa Bento XVI, reconhecendo-o como um dos maiores teólogos da contemporaneidade, apresenta uma trilogia temática para a Carta aos Hebreus [infelizmente, nenhum destes títulos, abaixo, está disponível em nossa língua]:

* Sacerdotes antigos e novo sacerdote segundo o Novo Testamento [o autor havia colocado outro título que não há: Sacerdotes antigos e fé cristã];

* Jesus Cristo, um sacerdote diferente [o autor colocou um título que não se encontra: Jesus Cristo, o Novo Sacerdote];

* O Sacerdócio Comum dos Cristãos [o autor havia colocado um título que não se encontra Um Povo Sacerdotal], onde explicita a fundamentação do sacerdócio existencial de Cristo

A Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II – Lumen Gentium –, reconhecendo essa teologia, fala com clareza do sacerdócio comum de todos os batizados. Somente nessa perspectiva se pode chamar Jesus de sacerdote. Assim, Jesus foi sempre um leigo que exerceu seu sacerdócio existencial

Nesta perspectiva é que o V Prefácio da Páscoa afirma que Jesus, “Cumprindo inteiramente vossa santa vontade, revelando-se, ao mesmo tempo, Sacerdote, altar e cordeiro”. 

Fora disso, chamar Jesus de sacerdote é fruto de uma pobre teologia, feita no estilo de supletivo, própria para formar bispos para a Igreja Universal do Reino de Deus. 

Cardeal Albert Vanhoye - jesuíta francês (2016-2021): um dos maiores especialistas em Carta aos Hebreus em todo o mundo. Foi professor e reitor do Pontifício Instituto Bíblico - Roma.

Reflexão 2 

Sobre o sacerdócio, o templo é o sacrifício na Carta aos Hebreus... em síntese: o autor convida os saudosistas e hesitantes a abandonar de vez o antigo culto, pois em Jesus se realizou a coincidência entre sacerdote, altar e vítima, ofereceu-se a si mesmo, seu próprio corpo. É outro sacerdócio, da vida doada. E está sempre no Santo dos Santos como mediador de muitos irmãos, não há mais repetição nem de sacrifício nem de entrada para mediação. E a carta termina dizendo: portanto saíamos para fora da cidade (portanto do templo, do velho sacerdócio) e vamos com ele onde sofreu humilhação [cf. Hb 13,12-13] Claro que ele não pertencia a famílias sacerdotais, foi chamado de sábio (mestre) e profeta, não sacerdote. O sacerdócio da Carta aos Hebreus é o da vida radicalmente doada, não tem nada a ver com rituais! 

Luiz Carlos Susin – Bacharelou-se em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - Faculdade de Teologia (1979), licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (atual Unijuí — 1971), Mestre e Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1979-1983). Atualmente é professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul como professor permanente e pesquisador do programa de pós-graduação em Teologia. 

Fonte: Enviado pelo próprio autor – Grupo de WhatsApp: Padres da Caminhada Oficial – Acesso em: 24/07/2023.

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