«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O CRISTIANISMO NA ENCRUZILHADA DO ORIENTE MÉDIO



Entrevista com 
Samir Khalil
Especialista no diálogo inter-religioso *

Mark Riedemann
"Deus chora na Terra" 
em cooperação com a 
Fundação pontifícia internacional "Ajuda a Igreja que sofre"

Pe. Samir Khalil - jesuíta
Gostaria de dar uma idéia da situação dos cristãos no Oriente Médio. De que número estamos falando?
- Pe. Khalil: Eu diria que são cerca de 16 milhões. O maior número está no Egito, de 8 a 10 milhões. No Líbano temos a maior proporção de cristãos. Então temos cristãos na Síria, Jordânia, Palestina e Iraque, esta é a área onde estão os cristãos nativos. O grande número de cristãos do Egito está, na verdade, na Arábia; são filipinos, do Sri Lanka e indianos ...


Trabalhadores estrangeiros que chegam...
- Pe. Khalil: Trabalhadores estrangeiros que são trazidos e estão sofrendo muito por causa da situação nesses países. No Egito a situação é difícil porque não há perseguição, mas eu diria que sim, há discriminação. E depois temos as áreas devastadas pela guerra como Iraque e, por mais de 60 anos, a Palestina. Estas duas situações fazem que seja muito difícil para os cristãos... Na Palestina, os cristãos perderam a esperança e deixam o país, se podem. Encontramos a mesma situação, mais ou menos no Iraque. Os cristãos estão emigrando desta área para o norte, o norte curdo do Iraque.


Podemos dizer que é um espelho que reflete a maior parte dos países do Oriente Médio?
- Pe. Khalil: Não, nem tanto, embora, obviamente, na Península Arábica isso é o que se reflete. Estou falando desses países onde o cristianismo existia antes do Islam como Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Palestina, onde os cristãos nativos sempre existiram; Egito é o pior. No outro extremo está o Líbano, que não é um país muçulmano, mas um país árabe. É o único país árabe que não é muçulmano, mas é religioso, onde cristãos e muçulmanos são iguais; o que significa que reconhecemos que a religião é uma parte essencial da sociedade, do sistema e do estado, tanto que no Parlamento libanês você pode encontrar 64 cristãos e 64 muçulmanos, cristãos de diferentes denominações e muçulmanos de três ou mais denominações.


Isso seria de fato um modelo para um ideal de convivência ...
- Pe. Khalil: E no meio estão os países como a Síria e o que era antes o Iraque, que pretende ser laico no âmbito do partido político, o Partido Baath, que ainda está na Síria. O Estado é consciente da sua religião, mas você é livre e a política não muda. O presidente da Síria é sem dúvida um muçulmano, mas o sistema é laico.


Gostaria de voltar à questão da imigração dos cristãos, como consequência deste horizonte da discriminação à perseguição aberta. De que números você está falando?
- Pe. Khalil: Isso é difícil de dizer. Temos que falar por países, mas a verdade é que a migração está crescendo e o número de cristãos a cada ano está diminuindo em todos os lugares. Acabo de ouvir o bispo de Tier, no Líbano, onde não há discriminação, que disse: "Quando eu era criança nos anos 50 no Tier, havia 10.000 habitantes, 5.000 cristãos e 5.000 muçulmanos. Hoje, existem 3.000 cristãos nos 80.000 habitantes.


Esta entrevista foi realizada por Mark Riedemann para "Deus chora na terra", um programa semanal de rádio e de televisão produzido por Catholic Radio and Television Network em colaboração com a Fundação Pontifícia Internacional Ajuda a Igreja que Sofre.
Para mais informações:  http://www.wheregodweeps.org/  e  http://www.acn-intl.org/pg/home.html?p=EN,,,1.2,,,.


[Traduçao Thácio Siqueira]


* O sacerdote Samir Khalil Samir, jesuíta, é professor de História da Cultura Árabe e Estudos Islâmicos e especialista em diálogo inter-religioso em Roma e em Beirute.


Fonte: ZENIT.ORG - 07/05/2012 - Internet: http://www.zenit.org/article-30250?l=portuguese - Acesso em 08/05/2012 - às 10h55.

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