«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 27 de agosto de 2017

População rejeita e desaprova autoridades

Onda de rejeição alcança até ministros do Supremo

Daniel Bramatti e Gilberto Amendola

Repúdio ao Executivo e Legislativo chega ao Judiciário,
revela pesquisa Ipsos; apenas Moro e Joaquim Barbosa
mantêm índice elevado, apesar de queda de aprovação
GILMAR MENDES - Ministro do Supremo Tribunal Federal e Presidente do Supremo Tribunal Eleitoral

A onda de rejeição a políticos e autoridades públicas já não se limita ao governo e ao Congresso e chegou com força ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. Pesquisa Ipsos mostra que, entre julho e agosto, houve aumento significativo da desaprovação a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o juiz Sérgio Moro enfrenta desgaste: apesar de seu desempenho ainda ser majoritariamente aprovado pela população, sua taxa de rejeição está no nível mais alto em dois anos.

A pesquisa avaliou a opinião dos brasileiros sobre 26 autoridades de distintas esferas de poder, além de uma celebridade televisiva, o apresentador de TV Luciano Huck. Quase todos estão no vermelho, ou seja, são mais desaprovados do que aprovados. As exceções são Huck, Moro e o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa. Os dois últimos são responsáveis pelos julgamentos dos dois maiores escândalos de corrupção do País: mensalão e Operação Lava Jato.

Para Danilo Cersosimo, um dos responsáveis pela pesquisa, o aumento do descontentamento com o Judiciário pode estar relacionado “à percepção de que a Lava Jato não trará os resultados esperados pelos brasileiros”. Outros levantamentos do Ipsos mostram que o apoio à operação continua alto, mas vem caindo a expectativa de que a força-tarefa responsável por apurar desvios e corrupção na Petrobrás provoque efeitos concretos e mude o País. “Há uma percepção de que a sangria foi estancada, de que a Lava Jato foi enfraquecida”, disse Cersosimo.

Na lista de avaliados pelo Ipsos estão três dos 11 atuais integrantes do Supremo: Cármen Lúcia, a presidente; Edson Fachin, relator dos casos relacionados à Lava Jato; e Gilmar Mendes, principal interlocutor do presidente Michel Temer no Tribunal. Os três enfrentam deterioração da imagem.

Além de Moro e Fachin, há na lista outros dois nomes relacionados à Lava Jato: o do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação em Curitiba. Eles também sofrem desgastes.
EDSON FACHIN - Ministro do Supremo Tribunal Federal e Relator da Lava Jato

Líder

No STF, a pior situação é a de Gilmar: no último mês, sua taxa de desaprovação subiu de 58% para 67%. Desde abril, o aumento foi ainda maior: 24 pontos porcentuais.

O descontentamento com Gilmar cresceu ao mesmo tempo em que ele ficou mais conhecido: até maio, mais da metade da população (53%) não sabia dele o suficiente para opinar. Agora, esse índice caiu para 30%. Já a taxa de aprovação se manteve praticamente estável, oscilando em torno de 3%. A avaliação crítica é maior nas faixas mais escolarizadas: chega a 80% entre os brasileiros com curso superior, e é de 50% entre os sem instrução.

Nos últimos meses, Gilmar, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se notabilizou por constantes e duras críticas ao que classifica como abusos na atuação do Ministério Público Federal em grandes investigações no País, incluindo a Lava Jato. O ministro protagonizou embates com o procurador-geral da República e chegou a chamar Janot de “desqualificado”.

Na pesquisa Ipsos, o chefe do Ministério Público Federal – que vai deixar o cargo em breve – teve seu desempenho reprovado por 52% dos entrevistados. A avaliação favorável ficou em 22%.
CÁRMEN LÚCIA - Presidente do Supremo Tribunal Federal

Evolução

Cármen Lúcia teve aumento de 11 pontos porcentuais em sua taxa de desaprovação entre julho e agosto, de 36% para 47%. Já sua aprovação está em 31% – queda de cinco pontos porcentuais em um mês e de 20 pontos desde janeiro. A avaliação favorável de Fachin caiu, em um mês, de 45% para 38%, enquanto a desfavorável subiu de 41% para 51%.

Conhecido por sua atuação no julgamento de acusados no escândalo da Lava Jato, Moro, titular da 13.ª Vara Federal de Curitiba, tem seu desempenho aprovado por mais da metade da população (55%). Sua taxa de desaprovação, porém, subiu nove pontos porcentuais no último mês, de 28% para 37% – o ponto mais alto na série histórica do Ipsos, que teve início em agosto de 2015.
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Lava Jato afeta avaliação, afirmam especialistas

Gilberto Amendola

Julgamento de políticos, defesa de interesses próprios e relação
com opinião pública influem em resultado de pesquisa
MARIA DO SOCORRO BRAGA - Cientista Política da UFSCAR

A pesquisa Ipsos mostrou que o desgaste não é mais exclusividade dos Poderes Executivo e Legislativo. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também já são vistos com desconfiança por parte da população. Para a cientista política Maria do Socorro Braga, a avaliação negativa de nomes como Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Edson Fachin é resultado da Operação Lava Jato.

“Eles são avaliados por atitudes e decisões tomadas nesse âmbito ou envolvendo personagens que estão sendo julgados pela operação. A opinião pública está muito sensível a esses desdobramentos”, disse. “Toda e qualquer impressão de impunidade recai sobre os ministros”, afirmou a cientista política e professora da Universidade Federal de São Paulo - Campus de São Carlos (UFSCAR).

A sensação da opinião pública, segundo a pesquisadora, é de que os ministros do Supremo atuariam de forma corporativista, decidindo questões do próprio interesse, como o aumento de vencimentos do Judiciário.
MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA - Cientista Político da PUC-SP

Comparação

O também cientista político Marco Antônio Teixeira, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), disse que os ministros mal avaliados também sofrem com uma possível comparação com o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa e Sérgio Moro, juiz de primeira instância.

“Joaquim Barbosa e Sérgio Moro encarnaram de alguma forma um certo ativismo político que agradou à opinião pública”, afirmou. “A sociedade deseja um Supremo que se oponha à classe política, mas Cármen Lúcia e Fachin têm posicionamentos mais moderados. Já Gilmar Mendes demonstra outro lado, aquele em que o Supremo está muito próximo de alguns grupos políticos”, disse Teixeira.
CLÁUDIO COUTO - Cientista Político da FGV

Cláudio Couto, da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirmou que a “boa avaliação alcançada pelo STF no passado estava mais relacionada à espetacularização dos julgamentos transmitidos pela televisão do que por qualquer atração autêntica pelas figuras”. “Nesse ambiente do espetáculo, é natural que juízes como Joaquim Barbosa e Sérgio Moro apareçam travestidos de ‘juízes justiceiros’.”

Já para o professor de Direito Constitucional Oscar Vilhena, também da FGV, é preciso cautela ao avaliar a performance de ministros e juízes na pesquisa. “A qualidade de um juiz não pode ser mensurada pela popularidade nem pela impopularidade. Às vezes, aplicar a lei é impopular. Não se pode avaliá-los pela mesma régua da política.”

Fonte: O Estado de S. Paulo – Política – domingo, 27 de agosto de 2017 – Pág. A4 – Internet: clique aqui e aqui.

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