«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Católico é contra a pena de morte

Papa Francisco incentiva católicos a se oporem ativamente à pena de morte

Thomas Reese
Religion News Service
07-08-2018

O Papa Francisco decidiu mudar o catecismo da Igreja Católica
para esclarecer a oposição da Igreja à pena de morte
PAPA FRANCISCO

Ao incluí-la no catecismo, o Papa garante que o ensinamento da Igreja contra a pena capital se espalhará por toda a Igreja.

Mas Francisco vai além de simplesmente ensinar que a pena de morte é errada. Ele está comprometendo a Igreja a trabalhar com determinação para a abolição da pena de morte em todo o mundo. Embora muitos países já tenham feito isso, ele enfrentará forte oposição nos Estados Unidos, onde 54% da população apoiou a pena capital, de acordo com o Pew Research Center, e 39% se opuseram a ela em 2018.

Entre os católicos, a maioria também é pró pena de morte (53% a favor, 42% contra). Uma maioria de católicos brancos (57%) apoia a pena de morte, mas eles são menos favoráveis do que os evangélicos brancos (73%) e protestantes brancos (61%).

Será interessante ver se Francisco conseguirá modificar esses números.

O ensinamento da Igreja sobre a pena de morte vem evoluindo nos últimos 25 anos, especialmente desde que o catecismo foi publicado pela primeira vez. A primeira edição reconheceu que a pena capital havia sido aprovada pela Igreja durante séculos. De fato, papas executaram criminosos nos Estados Papais antes que a Itália os assumisse em 1870.

São João Paulo II, que era papa quando o catecismo de 1992 foi publicado, não gostava da pena de morte e gostaria de a ver encerrada. Mas alguns no Vaticano estavam preocupados sobre como a Igreja explicaria sua mudança no ensino. Como resultado, João Paulo II fez o catecismo dizer que a pena de morte só era permitida «se esta for a única forma possível de defender efetivamente vidas humanas contra o injusto agressor». O catecismo cita João Paulo, que afirmou que os casos que exigem a execução do ofensor «são muito raros, se não praticamente inexistentes».

Francisco deu o passo final e disse que esses casos de exceção são inexistentes. A pena capital deve terminar.

A hierarquia está sempre preocupada em como explicar a mudança na Igreja porque, no passado, a Igreja se orgulhava de ser imutável. No caso da pena capital, João Paulo e agora Francisco argumentaram que as circunstâncias mudaram - há outras maneiras de proteger o público - e, portanto, a pena de morte não é mais necessária e deve ser abolida.

Além disso, ambos pensaram que era uma afronta à dignidade humana. Como João Paulo II escreveu: «Nem mesmo um assassino perde sua dignidade pessoal, e o próprio Deus se compromete a garantir isso». A nova versão do catecismo afirmará que «a dignidade da pessoa não está perdida mesmo após a prática de crimes muito graves». O respeito pela vida humana inclui a vida dos criminosos.

Outra razão para a oposição é que a Igreja sempre espera que um pecador se arrependa e peça perdão. Uma execução corta o tempo disponível para o pecador se arrepender.

Os bispos dos Estados Unidos, agora, vão adicionar oposição à pena de morte a suas outras questões de lobby. Essa lista já inclui posições controversas, como o apoio à reforma abrangente da imigração, assistência médica universal e programas para ajudar os pobres e sua oposição à proibição muçulmana, ao aborto e ao casamento gay.

Assim como alguns políticos católicos divergiram dos bispos sobre essas questões, certamente haverá alguns que se oporão ao apelo dos bispos para a eliminação da pena de morte. Uma das coisas interessantes sobre os bispos é que eles deixam as duas partes políticas desconfortáveis.

Enquanto a discussão da pena de morte for conduzida em abstrato, ela pode permanecer bastante acadêmica. Mas uma vez que se concentrem em um criminoso individual, as paixões se inflamam. Se o criminoso é um assassino em série, um assassino estuprador ou alguém que tenha atirado em crianças em idade escolar, o apelo dos bispos por clemência enfrentará feroz oposição.

No passado, alguns bispos se opuseram à execução de criminosos específicos em seus estados e pediram aos governadores que comutassem suas sentenças para prisão perpétua. Agora podemos esperar que todos os bispos participem desses esforços, e também podemos esperar oposição vocal. Esta é uma luta que os bispos não vão ganhar a menos que seu povo se junte a eles. [Afinal, o desejo de vingança do povo deve ser maior que o de Justiça verdadeira e autêntica? A vida humana é sempre sagrada ou não?]

Traduzido do inglês por Victor D. Thiesen. Acesse a versão original deste artigo, clicando aqui.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 8 de agosto de 2018 – Internet: clique aqui.

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