O que tem importância não aparece!!!
Nenhum candidato fala daquilo que
realmente importa
Telmo José
Amaral de Figueiredo
Presbítero
Diocesano de Jales – SP
Biblista
e Teólogo
Há um acobertamento do estupro
coletivo do Brasil pelas corporações
que tomaram o Estado de assalto
Tomo
a liberdade de fazer, abaixo, um recorte de algumas notícias e comentários
surgidos na imprensa brasileira nos últimos tempos.
Faço
isso com o intuito de oferecer aos meus leitores uma ideia daquilo que, de
fato, deveria merecer a atenção e preocupação
dos atuais candidatos à Presidência da República do Brasil, assim como, dos
candidatos a Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual e Governador.
Contudo,
não se ouve nenhum deles abordar, com profundidade e seriedade, nenhum desses
assuntos que passarei a destacar logo abaixo.
Comecemos
pelo mais imoral de todos eles:
«Com escandaloso desprezo pelo interesse
público, juízes do Supremo Tribunal
Federal (STF) decidiram por 7 votos a 4 [votaram contra: Cármen Lúcia,
Celso de Mello, Rosa Weber e Edson Fachin] propor a elevação de seus próprios salários de R$ 33.761 para R$ 39.293,32,
com “modestíssimo reajuste” – palavras do ministro Ricardo Lewandowski – de
16,38%. Enquanto isso, 13 milhões de
desempregados tentam sobreviver de qualquer jeito e formam filas de
milhares de pessoas em busca de uma ocupação. No Executivo, ministros das
pastas econômicas batalham para conter o déficit
federal no limite de R$ 159 bilhões, neste ano, sem devastar os gastos com
educação e saúde e sem abandonar outras despesas obrigatórias. [...]
O impacto do aumento pretendido é de R$
3,87 milhões adicionais para os gastos do STF em 2019, com efeito cascata de R$
717,1 milhões para todo o Judiciário. Mas o efeito geral será muito maior,
porque a elevação do teto salarial terá
consequências em todo o serviço público. Já se estima um aumento de
despesas de R$ 1,4 bilhão para o
governo central e de R$ 2,6 bilhões para
as administrações estaduais» (Fonte:
clique aqui].
É
isso mesmo que você leu!!!
São
4 bilhões de reais a mais de gastos,
somente com folha de pagamento, de uma categoria já privilegiada e condizentemente
remunerada dentre os servidores públicos. Enquanto há um estouro das contas do
Governo Federal da ordem de 159 bilhões de reais!!! A dívida do governo é um
dos principais motivos da taxa de juros
ser tão alta no Brasil! Afinal, para financiar sua dívida, o Governo
Federal lança títulos financeiros no mercado, oferecendo altos rendimentos, a
fim de atrair os especuladores, sejam eles privados ou empresas, como os
bancos. Ganhando horrores com os títulos
do governo, por que os bancos se preocuparão em reduzir seus juros para as
empresas e pessoas físicas tomadoras e necessitadas de crédito???
São
esses funcionários do Estado que, tanto na ativa quanto na aposentadoria,
oneram as contas e tornam o Estado brasileiro um refém deles! Jamais sobra
dinheiro para investir em Educação; Saúde; infraestrutura ferroviária,
rodoviária e fluvial. Somos um país que
trabalha para manter uma casta de privilegiados, verdadeiros «marajás».
ALGUNS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF): (Da esquerda para a direita): Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski |
Você
acha que estou exagerando? Então, veja só isto:
«O déficit acumulado pela previdência do setor público de 2001 a
2015 foi de R$ 1,3 trilhão para atender 1 milhão de aposentados! O déficit da previdência privada, atendendo a 33
milhões de aposentados, no mesmo período, foi de R$ 450 bilhões. A média das aposentadorias do setor
privado é de R$ 1,5 mil. No setor
público, a média [das
aposentadorias] é de:
* R$
9 mil no Poder Executivo, o pedaço do marajalato mais sensível ao voto,
* de R$
25 mil no Legislativo,
* R$
29 mil no Judiciário e
* acima
de R$ 30 mil no Ministério Público» (Fonte:
clique aqui).
Caríssimo(a)
leitor(a) e contribuite do fisco brasileiro, você tinha conhecimento destes
números? Saiba que não existe país no mundo todo em que o Estado pague o absurdo
de 25 mil a mais de 30 mil reais (cerca de 6.600 a 7.900 dólares ou mais) para
aposentados! Isto somente acontece aqui, no Brasil. Um país com enorme
desigualdade social e uma capacidade
incrível de transferir renda dos mais pobres, que se aposentam com cerca de
1 mil e 500 reais, para os mais ricos!
E
observe que, a causa real do déficit da
Previdência Social brasileira, não é as aposentadorias dos trabalhadores da
iniciativa privada, mas daqueles do setor público (Governos Federal e
Estadual):
* 1 milhão de aposentados do Estado provocam um déficit de 1 trilhão e 300 bilhões de reais!!!
* Enquanto que, 33 milhões de aposentados do setor privado
provocam um déficit de 450 bilhões de
reais.
Essa
realidade faz com que, a maioria dos Estados do Brasil gaste mais com o
funcionalismo aposentado do que com aquele na ativa! Se alguma reforma deve ser feita na Previdência
Social, esta deve começar, sem dúvida alguma, pelas aposentadorias do setor
público. E nenhum, repito, nenhum candidato faz referência a isto!
Outro aspecto fundamental para haver um desenvolvimento brasileiro que se sustente no tempo, não dependendo, apenas, de fatores externos e sazonais, é a questão da PRODUTIVIDADE. Aqui há aqueles que põem a culpa mais sobre o trabalhador brasileiro pouco qualificado e pouco preparado para realizar suas funções, outros, enxergam problemas de ordem mais estrutural. Vejamos, então:
«Segundo dados da consultoria internacional
Conference Board, a produtividade do trabalhador brasileiro
equivale a 25% da produtividade do trabalhador americano. Os Estados Unidos
são usados como a base de comparação entre os países pela entidade, mas têm uma
produtividade menor do que a da Noruega, por exemplo. [...] Segundo Otto Nogami, professor de economia do
Insper, “não se pode analisar apenas o indivíduo”. Para calcular a
produtividade de cada país a Conference
Board compara dados do Produto Interno Bruto - a soma de todas as riquezas
produzidas por um país - com o número de trabalhadores empregados. A capacidade
de trabalho é um dos fatores que influenciam essa produção total, mas fatores
que não têm nada a ver com o trabalhador também pesam. Se trabalhasse sob as mesmas condições de um trabalhador americano -
como infraestrutura de transporte e tecnologia - é provável que o brasileiro
produziria bem mais do que o que consegue produzir no Brasil, diz. [...] Um
dos fatores que determinam a baixa produtividade do brasileiro é a tecnologia defasada em relação a países
mais competitivos, como os Estados Unidos. Ou seja, se um trabalhador
dispõe de instrumentos melhores, acaba sendo mais produtivo. [...] A falta de infraestrutura afeta a eficiência
dos negócios e a produtividade do trabalhador de forma indireta. [...] O
país fica na 116º posição entre 189 países analisados pelo relatório Doing Business 2016, do Banco Mundial, que leva em consideração
dados de 2015. Ele analisa o ambiente de
negócios a partir da facilidade de abrir empresas, obter alvarás de construção
e conseguir crédito, por exemplo. Isso significa gasto de recursos com
atividades que não aumentam o Produto Interno Bruto e, consequentemente, não
têm impacto positivo na produtividade do trabalho. [...] Outro fator
frequentemente destacado quando se fala da baixa produtividade brasileira é a baixa qualificação do trabalhador. “O analfabetismo
funcional [capacidade de reconhecer letras e números, mas incapacidade para
compreender textos simples e realizar operações matemáticas elaboradas] é alto.
O trabalhador tem dificuldade em ler um
manual, por exemplo. E não tem domínio sobre ferramentas de planejamento e
cálculo que poderiam fazer com que seu trabalho rendesse mais. Ao não conseguir dominar isso, fica na base
da tentativa e erro, que consome um tempo danado.”, diz Marisa Pereira Eboli, especialista em
gestão da Universidade de São Paulo. Segundo a professora, ter uma base ruim em cálculo e leitura torna mais difícil para o
trabalhador brasileiro se atualizar durante a sua carreira, algo necessário
conforme a mudança de tecnologia se torna mais constante» (Fonte: clique aqui).
O Brasil está se desindustrializando - estamos retornando ao período Colonial! É cada vez menor a sua participação na riqueza do país e sua competitividade internacional! |
Por
estes e outros motivos é que:
A violência é outro tema preocupante para todos. O brasileiro comum sente, na pele, o drama de viver sempre com medo, sempre esperando algo ruim acontecer-lhe, sempre na defensiva, sempre fechado em sua própria casa, sempre aguardando com «o coração na mão» o filho, a filha, o neto, a neta, o sobrinho, a sobrinha chegar em casa depois de ir à escola, especialmente, à noite. Se esse brasileiro, então, for muito humilde, morador de favela (Opa! Deve-se dizer «comunidade»), negro, negra, jovem do sexo masculino, então, corre ainda mais risco de morrer vítima da violência. Veja só isto:
«Em
2016, pela primeira vez na história, o número de homicídios no Brasil
superou a casa dos 60 mil em um ano. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o
número de 62.517 assassinatos cometidos
no país em 2016 coloca o Brasil em um patamar 30 vezes maior do que o da Europa.
Só na última década, 553 mil brasileiros perderam a vida por morte violenta. Ou
seja, um total de 153 mortes por dia. [...]
Os homicídios, segundo o Ipea, equivalem à
queda de um Boeing 737 lotado diariamente. Representam quase 10% do total das
mortes no país e atingem principalmente
os homens jovens: 56,5% de óbitos dos brasileiros entre 15 e 19 anos foram
mortes violentas. O número de mortes violentas é também um retrato da
desigualdade racial no país, onde 71,5%
das pessoas assassinadas são negras ou pardas. [...]
Dentre os afetados pela crescente no número
de homicídios no Brasil, um grupo de destaca: o dos jovens. Representando 53,7%
das vítimas totais no país (ou seja, 33.590 óbitos), eles ainda são
majoritariamente homens. Mais especificamente, 94,6% deles são homens» (Fonte:
clique aqui].
Essa
violência que torna o Brasil um dos lugares com mais assassinatos do mundo,
ganhando, até mesmo, de países em guerra, tem várias causas. Contudo,
seguramente, uma das principais é a escandalosa
desigualdade social que existe por aqui! Pasme:
«Quase
30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes do país, a
maior concentração do tipo no mundo. É o que indica a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, coordenada, entre outros, pelo
economista francês Thomas Piketty. [...]
O Brasil
também se destaca no recorte dos 10% mais ricos, mas não de forma tão
intensa quanto se observa na comparação do 1% mais rico. Os dados mostram o
Oriente Médio com 61% da renda nas mãos de seus 10% mais ricos, seguido por Brasil e Índia, ambos com 55%, e a
África Subsaariana, com 54%» (Fonte:
clique aqui).
Você
não entendeu mal! É isso mesmo! No
Brasil há a maior concentração de renda do mundo! Onde o 1% mais rico tem
quase 30% da renda produzida no país. E os 10% mais ricos detêm 55% de toda a
riqueza nacional! Ora, em um país assim, salta aos olhos a seguinte
desigualdade social:
1) Favelização: «As primeiras favelas
brasileiras surgiram no século XIX, após a abolição da escravatura, de forma
que os escravos foram segregados da população branca, os quais permaneceram em
zonas de risco, ou seja, próximos aos morros, córregos, etc. Contudo, o termo “favela”
surge no contexto da Guerra de Canudos (1896 a 1897), para se referir ao
“Arraial de Belo Monte”, que existia no “Morro da Favela”... De acordo com
pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-2010), o Brasil apresenta 6.329 favelas em todo o
país, sendo que 6% da população vive
em moradias irregulares, processo comum nos grandes centros (maiores
capitais) como São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Salvador, Recife e São Luís...
11% da população de São Paulo vivem em favelas, enquanto 22% da população do
Rio de Janeiro habitam tais moradias» (Fonte: clique aqui).
2) Fome e subnutrição. «O retorno ao mapa
da fome da ONU, que ronda o Brasil, foi tema de aula inaugural nesta
segunda-feira da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz).
Na avaliação dos participantes, o país pode sim retornar ao vergonhoso mapa: de 2014 a 2016, o número de pessoas em
extrema pobreza no Brasil saltou de 5.162.737 para 9.972.090» (Fonte: clique aqui).
3) Falta de saneamento básico: metade da
população brasileira, ainda, não tem o esgoto de sua residência coletado, sendo
que o esgoto tratado não atinge nem metade daquele que é recolhido; quase 20%
da população brasileira ainda não possui água tratada em casa! (Fonte: clique aqui). Esta triste realidade é um dos fatores mais importantes para que haja tanta doença no Brasil que já foi extinta em países mais desenvolvidos. E onera, em muito, os gastos do Estado com a saúde da população!
4) Ensino de baixa qualidade: «Mais de 70% dos alunos
brasileiros entre 15 e 16 anos não alcançam sequer o nível básico de
proficiência em Matemática, isto é, são incapazes de resolver problemas simples
envolvendo números» (Fonte: clique aqui).
E tem mais: «Dados do Pisa, prova feita em 70 países, foram divulgados nesta
terça; Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª
colocação em matemática» (Fonte: clique aqui). No Brasil, de hoje, finge-se que se ensina e finge-se que se aprende!
5) Menos formação: «Apenas 14% dos adultos
brasileiros chegaram ao ensino superior, percentual considerado baixo se
comparado à média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), de 35%» (Fonte:
clique aqui).
Isso é importante porque: «Os baixos
índices de acesso à universidade refletem nos salários. Hoje, trabalhadores
com nível superior no Brasil ganham mais do que o dobro do que aqueles com
ensino médio completo. O valor também tende a ser quatro vezes maior para quem tem mestrado ou doutorado em
comparação a quem tem apenas o ensino médio, segundo o relatório» (Fonte: clique aqui).
6) Desemprego: prejudica muito mais os
que já são mais pobres. «A taxa de
subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, pessoas
que gostariam de trabalhar mais e aqueles que desistiram de buscar emprego,
bateu recorde no primeiro trimestre, chegando a 24,7%, informou nesta quinta (17/05/2018) o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao
todo, são 27,7 milhões de pessoas nessas condições, o maior contingente
desde o início da série histórica, em 2012. Destes, 13,7 milhões procuraram emprego mas não encontraram» (Fonte: clique aqui).
7) Precariedade na saúde pública: isso é
sentido por toda a população de mais baixa renda. A falta de medicamentos
essenciais, a demora para realizar exames, a falta de leitos nos hospitais, a
falta de médicos especialistas, a demora no agendamento de cirurgias, o custo
elevado dos medicamentos etc. A população vive uma eterna Via-Sacra em busca de cuidados para a sua saúde!
8) Precariedade no transporte
público: o
rendimento, a produtividade, o desempenho de uma pessoa que necessita passar de
duas até quatro ou cinco horas no interior de um ônibus, metrô ou trem
superlotados é bem inferior àqueles de uma pessoa que não passa por essa
verdadeira «maratona» todos os dias! Sem falar, que sobra para esta pessoa
muito mais tempo para dedicar-se ao estudo, ao lazer, à sua família etc. O
governo, ao invés de investir pesado na solução que seria o metrô para as
cidades de grande porte, o que faz? Veja só: «as obras da Linha 6 - Laranja do
Metrô de São Paulo serviram para abastecer o esquema de propina da Odebrecht
para influenciar políticos e financiar o caixa dois de campanhas eleitorais.
Nas delações, os executivos da Odebrecht citaram que o dinheiro desviado do
Metrô beneficiou o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) e o ministro Gilberto
Kassab (PSD). O projeto da linha tem 15 estações e 15 km de extensão e
ligaria o Centro à Zona Norte de São Paulo. O contrato para a construção, uma
Parceria Público Privada estimada em R$ 9 bilhões, foi assinado no final de
2013, mas as obras estão totalmente
paralisadas desde 2016 por falta de financiamento» (Fonte: clique aqui).
E até conserto de trens tem maracutaias: «O Ministério Público do Estado de São
Paulo divulgou na tarde desta terça-feira, na capital paulista, o relatório de
um ano e meio de investigações que apontam superfaturamento
de quase R$ 1 bilhão em contratos para reforma de trens da Companhia do
Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP)» (Fonte:
clique aqui).
9) Falta de acesso à cultura: «A população mais
favorecida tem mais oportunidade para usufruir de uma variedade alargada de
atividades. São exemplos viagens, concertos e visitas a museus e exposições. Esses
acessos, infelizmente, são restringidos a uma grande parte da população
brasileira. Isso porque certas
atividades têm um grande peso no orçamento de uma família e, assim, entram
na lista das prioridades menores, que acabam não sendo usufruídas. Acontece que
essas atividades aumentam a qualidade de
vida das pessoas, além de que alarga
o seu nível cultural» (Fonte: clique aqui).
ESTAÇÃO DA CPTM - SÃO PAULO - LOTADÍSSIMA!!! Cena muito comum e cotidiana!!! |
Há
uma outra realidade que não é enfrentada com a devida urgência e seriedade, a violência brutal praticada contra mulheres
no Brasil. Violência que não é de hoje, mas integra uma cultura
extremamente machista, misógina e autoritária que, ainda, existe em nosso país.
Vejam só:
«Segundo
o anuário da violência, divulgado
ontem (09/08/2018), 2017 registrou um
recorde de assassinatos no País, com impressionantes sete mortes de homens e mulheres por hora. Por hora! Mas os dados
sobre as vítimas mulheres têm um lado particularmente assustador. Foram 221 mil casos de violência doméstica no
ano, 60 mil estupros e 4,5 mil assassinatos. O que que é isso,
minha gente? Estão tratando as mulheres como coisa para usufruir e jogar fora a
qualquer hora! E justamente quando a Lei
Maria da Penha – um marco no combate à violência contra a mulher – completa
12 anos. Como “comemoração”, vimos, além do crime bárbaro e nojento do Paraná,
uma onda de feminicídios e o cotidiano de mortandade de mulheres no Rio, nas
demais capitais e no interior do País afora» (Fonte: clique aqui).
E o
pior, é que existe toda uma cumplicidade, uma indiferença de nossa sociedade para
com esse tipo de violência. Confira:
«Mas, duro mesmo, é a complacência da
própria sociedade. Não sai da minha
cabeça como nenhum vizinho, vizinha, porteiro, ninguém ouviu os gritos de
desespero da Tatiane Spitzner? Ela apanhou no carro, entrando no prédio,
dentro do elevador, tentou escapar num andar, foi empurrada no seu próprio
andar. E ninguém percebeu ou ouviu em
nenhum minuto?
Há poucos anos, eu estava no salão quando a
cabeleireira chamou a secretária: “Olha!
Ele está dando nela de novo!”. A sequência de sopapos e chutes, num quarto
do outro lado da rua, era acompanhada com uma espécie de torcida: “Ih! Agora
foi na cara”, “Caiu, ela caiu!”. Ficaram
as duas se distraindo com a cena, enquanto as clientes olhavam placidamente,
lavavam as mãos.
Diante da minha
perplexidade, reagiram com duas máximas que rondam a sociedade: 1) “Eu não vou me meter em briga de marido e
mulher”; 2) “Se ela vive apanhando e continua com ele é porque gosta”» (Fonte: clique aqui).
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER - ÚLTIMOS DADOS (2017) |
Eu
sei que me excedi neste artigo!
Escrevi
demais!
Porém,
a minha intenção é ajudar você a perceber o
quanto é importante se interessar por política e pela vida econômica e social
de seu país!
É
de fazer pena (e medo!), a expressão que se ouve muito frequentemente pelas
ruas brasileiras: «Eu não estou nem aí pra política! Não me interesso por nada
disso! Afinal, nada vai mudar, mesmo! Todo político é igual! Tudo ficará como
sempre foi!»
Esse derrotismo, essa visão
pessimista e fatalista é o que mais agrada e faz a alegria dos maus políticos,
daqueles que não querem que o povo se envolva nas atividades deles! As pessoas não percebem que
é de propósito que se fala tão mal dos políticos, pois isso faz todos se contagiarem com uma espécie de
«alergia» contra aqueles que atuam no Congresso Nacional (deputados
federais e senadores), nas Assembleias Legislativas (deputados estaduais), nas
Câmaras de Vereadores, na Presidência da República, nos Governos estaduais e
assim por diante.
Comece
a acompanhar melhor aquilo que o
seu, o meu, o nosso representante faz com o mandato que lhe demos e que, agora,
lhe daremos novamente! Pois, ninguém faz nada de graça para ninguém! Você, eu,
nós devemos cobrar ações e atitudes dos políticos que elegemos! Isso vale e é
igual para qualquer país do mundo, não somente o nosso.
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