Sem bons professores, sem boa educação!
Piso salarial de professores brasileiros é o mais baixo entre 40 países
Júlia Marques
Jornalista
Remunerações dos docentes ficam abaixo da
média e atrás de outras nações latino-americanas, como Chile e México
De acordo com o relatório Education at a Glance 2021, os professores brasileiros têm salário inicial de 13,9 mil dólares anuais. Na Alemanha, por exemplo, o valor passa de 70 mil dólares. E é maior do que 20 mil dólares em países como Grécia, Colômbia e Chile. A conversão para comparação dos salários é feita usando a escala de paridade do poder de compra, que reflete o custo de vida nos países.
Em relação ao salário real, que inclui pagamentos adicionais, o valor médio recebido pelos brasileiros também está aquém da maioria dos países avaliados no relatório - só ultrapassa o que recebem os professores na Hungria e na Eslováquia. Os salários dependem de fatores como idade, nível de experiência e qualificação profissional.
No Brasil, segundo a OCDE, os salários reais médios dos professores são de 25.030 dólares anuais no nível pré-primário (que corresponde à educação infantil) e 25.366 dólares no nível primário (anos iniciais do ensino fundamental). Na média dos países da OCDE, os valores para as mesmas etapas são 40.707 dólares e 45.687 dólares, respectivamente.
“Igualdade de
oportunidades é um ingrediente chave para uma sociedade democrática forte e
coesa. Diferentemente de políticas que podem combater as consequências, a
educação pode atacar as raízes da desigualdade de oportunidades",
disse nesta quinta-feira, 16, o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.
«Reforçar investimentos em uma educação
melhor e mais relevante será fundamental para ajudar os países a oferecer
prosperidade social e econômica de longo prazo», completou ele, durante o
lançamento do relatório em Paris.
Para a OCDE, o ambiente escolar influencia na decisão dos professores brasileiros de entrar e permanecer na profissão. “O tamanho das turmas diminuiu nos últimos anos no Brasil, mas os salários dos professores permanecem abaixo da média”, aponta o relatório.
Em relação ao tamanho das turmas, o estudo indica que o número de alunos nas salas tem caído de 2013 a 2019, passando de 23 para 20 estudantes nos anos iniciais do ensino fundamental - abaixo da média da OCDE (21). Nos anos finais do fundamental, também houve queda, de 28 para 26, mas o número de alunos ainda é superior à média dos outros países (23).
Fonte: O Estado de S. Paulo – .Edu – Sexta-feira, 17 de setembro de 2021 – Pág. A14 – Internet: clique aqui (Acesso em: 17/09/2021).
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