«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Padres para as comunidades

 O sacerdócio fundado no batismo e o sacerdócio de quem é ordenado

 Severino Dianich

Teólogo e padre católico italiano. Publicado por «Vita Pastorale», abril, 2023 

SEVERINO DIANICH

Padres de série A e de série B?

Reportamos a resposta a um leitor da revista que considera teologicamente pouco sustentável a ordenação de viri probati porque correria o risco de criar mais uma discriminação no ministério sacerdotal com padre de série A e de série B (o Deus de Jesus Cristo não faz diferença entre pessoas). 

NOTA: viri probati é uma expressão latina que significa homens de virtude comprovada, isto é, pessoas confiáveis, que possuam uma preparação adequada e sólida, que poderiam exercer o sacerdócio, mesmo sendo já casados.

O comentário é do teólogo e padre italiano Severino Dianich, cofundador e ex-presidente da Associação Teológica Italiana e professor da Faculdade Teológica de Florença. 

O problema dos viri probati não é um problema doutrinário, nem tem em seu pano de fundo uma teologia própria, seja a favor ou contra. É uma questão puramente prática: é conveniente ou não? A lei sobre o celibato sempre teve suas variações, tanto ao longo do tempo quanto na diferença das tradições locais. O leitor levanta, com alguma razoabilidade, o risco de que se crie uma discriminação dentro do ministério ordenado. 

Para dizer a verdade, já existem discriminações. De fato, temos três categorias de ministros ordenados:

* bispos,

* padres e

* diáconos.

Ao longo da história, no início, apenas o bispo presidia a Eucaristia. Quando a Igreja se espalhou pelas vastas áreas do interior, os padres também celebraram a Eucaristia. Os diáconos nem antes nem depois. Não é por acaso que o Concílio Vaticano II distingue ao declarar divinitus institutum (de instituição divina) o ministério ordenado como tal e a distinção dos três graus vigentes iam ab antiquo, ou seja, fundada na antiga tradição (Lumen Gentium, 28). 

Para as comunidades sem padre seria melhor ter um padre não formado em teologia, em tempo parcial, porque tem que trabalhar para ganhar a vida e com família, do que ficar, meses e às vezes anos, sem poder ter uma missa.

O problema teológico é a relação entre o sacerdócio de todos, fundado no batismo, e o sacerdócio daqueles que recebem o sacramento da Ordem. Se há uma “preferência pessoal” nisso, é a favor de todos os batizados, porque...

... os ministros são ordenados para servir o povo de Deus, e não o contrário.

Se somos nós que mudamos as cartas na mesa, façamos um mea culpa. Se o Código de Direito Canônico também faz isso, que seja reformado. 

Traduzido do italiano por Luisa Rabolini. 

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 29 de março de 2023 – Internet: clique aqui (Acesso em: 30/03/2023).

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