«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Como se elege um Papa


Antonio Gaspari

A história dos Conclaves contada por Ambrogio Piazzoni
vice-prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana

AMBROGIO M. PIAZZONI
Como se elege um Papa? Quem inventou o Conclave? Quais são os métodos e características que marcaram as eleições dos Papas na história?

Dr. Ambrogio Piazzoni, vice-prefeito da Biblioteca do Vaticano, autor de vários livros, incluindo História das eleições papais (Piemme, 2005) responde a essas e a outras questões.

Convidado na Sala de Imprensa do Vaticano, Dr. Piazzoni explicou que os procedimentos atuais para a eleição do Papa é resultado de 2000 anos de história.

Nos primeiros anos da história os Papas eram eleitos pelas comunidades cristãs e pelo povo de Roma. No início se tratava de uma pequena comunidade. Com o tempo, eles começaram a ser nomeados por representantes que posteriormente elegiam o Papa.

O período mais complicado para a eleição do Pontífice foi por volta do século X, pois era grande a influência das autoridades de fora da Igreja.
"Imaginem que - disse o vice-prefeito da Biblioteca do Vaticano - reis e imperadores tinham o direito de apresentar ou vetar os candidatos ao Pontificado”.

Este é o período conhecido como luta das investiduras, com vários antipapas que se opunham aos eleitos.
E é evidente que o poder político tinha um peso sobre a eleição do Papa. Por essa razão, foi feita a primeira grande reforma que determinou que o eleitorado fosse constituído apenas por cardeais.

Em 1059, o Papa Nicolau II, estabeleceu a bula In Nomine Domini, que limitou a eleição apenas aos cardeais bispos.

Em 1179, o Papa Alessandro III estendeu a eleição a todos os cardeais e o eleito deveria ter pelo menos 2/3 dos votos.

A eleição por parte dos cardeais e a maioria de dois terços são condições válidas ainda hoje.

O primeiro Conclave oficialmente reconhecido foi instituído pelo Papa Gregório X que promulgou a constituição apostólica Ubi periculum (1274) estabelecendo que os cardeais eleitores, cada um com um único acompanhador, dez dias após a morte do Papa, deveriam se reunir em uma grande sala do palácio onde morava o falecido Papa e  ali permanecerem isolados.

Se depois de três dias a eleição não tivesse acontecido, aos cardeais era reduzida a refeição para apenas uma opção da lista de alimentos, e depois de cinco dias, a comida era reduzida a pão, vinho e água.

Além disso, durante todo o período da Sede Vacante as rendas eclesiásticas dos cardeais eram transferidas para as mãos do Camerlengo, que posteriormente as colocava a disposição do novo Papa.

Tudo isso para evitar o prolongamento do período da Sede Vacante e para evitar situações como a reunião eleitoral de Viterbo, que durou 33 meses.

Mas nem todos concordavam, então, o Papa Adriano V suspendeu a Ubi periculum e o Papa João XXI a revogou.

Foi Celestino V que em 1294 a restaurou com a bula Quia in futurum.

Em 1298 o Papa Bonifácio VIII a inseriu integralmente no Código de Direito Canônico.

Ao longo dos séculos, houve várias tentativas para mudar as regras, até que o Papa Gregório XV (1621-1623) sentiu a necessidade de publicar duas Constituições, em que enfatizou o conclave, o claustro, a maioria de dois terços e o voto secreto. Nos séculos anteriores o voto era manifestado de maneira aberta.

Ainda no início de 1900 existia o direito de veto por parte dos soberanos católicos, que poderiam indicar uma lista de cardeais indesejados.

A Áustria tentou impor um veto sobre a eleição do cardeal Mariano Rampolla de Tíndaro, que se dizia próximo às posições da França.
Até que em 1904, o Papa Pio X com a Constituição Commissum nobis, aboliu o direito de veto das nações católicas.

No que diz respeito à conservação das atas e formulários para votação, que inicialmente eram queimados, o Dr. Piazzoni explicou que, ao longo dos séculos, os Pontífices decidiram uma forma ao invés da outra.

A este respeito, o Papa João XXIII decretou a preservação das atas, dos formulários e até mesmo das anotações dos cardeais escritas durante o Conclave.

O Beato Papa Roncalli também pediu a simplificação dos procedimentos e da votação e a possibilidade de que o Papa eleito publicasse a notícia do Conclave.

João XXIII foi o primeiro Papa que excedeu o número de 70 cardeais. Setenta são os anciãos do povo de Israel.

Em consonância com o crescimento da Igreja universal em 1970, o Papa Paulo VI estabelece o direito de votar e de participar do Conclave até os oitenta anos de idade e um número máximo de 120 cardeais eleitores.
DOMUS SANCTAE MARTHAE
"Casa de Santa Marta" - Vaticano
Com a Universi dominici gregis de 1996, o Papa João Paulo II estabeleceu na Domus Sanctae Marthae um lugar em clausura para os cardeais, eliminou a possibilidade de eleição por aclamação e por comprometimento (em desuso há vários séculos) e indicou uma função espiritual para os cardeais que completaram 80 anos. Eles participam nas fases preliminares da eleição e conduzem as orações da Igreja universal.

Bento XVI, que já havia decretado que a partir do 34º passaria a um segundo turno entre os dois cardeais mais votados na última eleição, sempre com 2/3 dos eleitores, com a condição de que os dois candidatos perdessem o direito de voto.

O Pontífice, Bispo de Roma, anunciou que antes de 28 de fevereiro emitirá um Motu Proprio sobre a modalidade do Conclave.

Fonte: ZENIT.ORG - 21 de fevereiro de 2013 - Internet: http://www.zenit.org/pt/articles/como-se-elege-um-papa?utm_campaign=diarioportughtml&utm_medium=email&utm_source=dispatch

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