«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Rosas de abril [muito estranho!]


Dora Kramer
ROSEMARY NORONHA
A sindicância interna do Palácio do Planalto cujo resultado - parcial ou integral - está na revista Veja desta semana revela mais detalhes sobre a sem cerimônia com que Rosemary Noronha tratava de seus interesses no governo Luiz Inácio da Silva valendo-se de mordomias e destratando subordinados com a arrogância tosca dos deslumbrados e a insolência decorrente da segurança das costas mantidas quentes por ninguém menos que o presidente da República.

A história cria uma situação e suscita duas indagações. Primeiro, é mais um fator de constrangimento para o ex-presidente.

Acrescenta-se à abertura de inquérito na Procuradoria da República no Distrito Federal para esmiuçar o depoimento de Marcos Valério de Souza sobre a participação de Lula no mensalão e à investigação do Ministério Público da Costa Rica em contratos da construtora Odebrecht no País obtidos com o apoio assumido de Lula.

Afinal de contas, Rose só agia como agia, só tinha todas as portas abertas, só operava livremente, só era bajulada por autoridades, lobistas e aspirantes a beneficiários de traficâncias, só foi mantida pela presidente Dilma Rousseff na chefia do gabinete da Presidência em São Paulo em função de sua proximidade com o homem que governou o Brasil por oito anos, carrega uma popularidade imensa e dita os rumos do partido locatário (que se considera proprietário) do poder central.

Não por outro motivo que a intenção de amainar o desconforto de tal ligação entre causa e efeito, assim que encontrou uma brecha no escândalo Rosemary, Lula entrou em cena falando na eleição presidencial de 2014 a fim de mudar o assunto e atrair para o campo da política as atenções até então voltadas para um caso de polícia.

Vamos às indagações: 
Uma que fica no ar diz respeito às razões pelas quais o governo, tão avesso a sindicâncias, notadamente as produtivas em termos de resultados, de alguma forma possibilitou que as informações chegassem à imprensa.

A outra dúvida é se essas informações chegaram completas ou incompletas. O relatório fala sobre mordomias, favorecimento indevido a amigos e parentes, obtenção de vantagens pessoais, falsificação de documentos, mas não se sabe se há neles alguma narrativa sobre outras e mais ações ilegais.

Rosemary Noronha, não se pode esquecer, é alvo de pedido de indiciamento em inquéritos da Polícia Federal, acusada por falsidade ideológica, corrupção ativa e tráfico de influência. Quer dizer, tem passivo policial substantivo.

A oposição cobra do governo a divulgação da íntegra do resultado da sindicância e tem razão. É preciso que o Planalto diga se é só isso ou se há mais. Se não há, a investigação não se deu por completada. Caso haja, trata-se de pasta de dente que não volta ao tubo.

Se o Planalto ajoelhou, tem que rezar. A recusa levaria à suposição de que aceitou revelar uma parte da história apenas para dar uma satisfação a cobranças inevitáveis na campanha eleitoral, com o intuito real de encobrir o restante de uma narrativa bem mais familiar ao Código Penal que afagos indevidos de diplomatas subservientes, escambo de favores com postulantes a benesses de governo e grosserias que em altos escalões da República são vistos como sinal de autoridade.

Síntese
Em seu artigo de domingo no Estado sobre Margaret Thatcher, o prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa inclui entre os atributos que admirava na "Grande Dama" a capacidade de dizer sempre aquilo em que acreditava e agir sempre de acordo com o que dizia.

Vargas Llosa diz ter conhecido poucos políticos com essa característica. Teve sorte de conhecer algum, porque nós - para falar só do Brasil - não conhecemos nenhum. 

Fonte: O Estado de S. Paulo - Política - Terça-feira, 23 de abril de 2013 - Pg. A6 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,rosas-de-abril,1024412,0.htm

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