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Mostrando postagens de setembro, 2020

26º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 21,28-32   Para ouvir a narração deste Evangelho, clique sobre a imagem abaixo:  O Importante é Fazer não Falar Depois da entrada de Jesus em Jerusalém e a violenta expulsão dos comerciantes do Templo (Mt 21,1-27), a grande «parodia do poder», o evangelho de Mateus coloca três parábolas tremendas, todas elas dirigidas contra os dirigentes religiosos (não contra o povo de Israel): a) a parábola dos dois filhos (Mt 21,28-32); b) a dos vinhateiros homicidas (Mt 21,33-46); c) a do banquete do Reino (Mt 22,1-14). Com essas parábolas, Jesus provoca mais tensão na situação de enfrentamento com os responsáveis pela religião. E chega ao ponto de lhes dizer que eles são: 1) os que não fazem aquilo que Deus quer ; 2) os que se apoderaram do poder e assassinam aqueles que lhes estorvam; 3) os que não entrarão no banquete de Deus .   Compreende-se que, ali mesmo, quiseram matar Jesus (Mt 21,46a). E não o fizeram porque o povo est...

Tributar para progredir

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  Lógicas tributárias fazem do Brasil a “galinha dos ovos de ouro” dos ricos João Vitor Santos Entrevista especial com Rafael Barbosa Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), mestre e doutor em Desenvolvimento Econômico na área de concentração Economia Regional e Urbana pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente é pesquisador e pós-doutor em Política Social da Ufes. Para o economista, “os quase quatro séculos de escravidão foram determinantes para que o Brasil seja hoje um dos países mais desiguais”, onde muitos trabalham para benesse de poucos   RAFAEL DA SILVA BARBOSA IHU On-Line – O que a experiência da pandemia revela sobre a ocupação laboral dos brasileiros? Rafael da Silva Barbosa – Mostrou a extrema fragilidade do mercado de trabalho brasileiro, em que poucas ocupações estão de fato protegidas contra as flutuações do mercado e situações adversas como da pandemia. De acordo com os dados da Pesqui...

A comida do brasileiro

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  A investida do governo em favor da  comida-lixo   Maíra Mathias e Raquel Torres   Em conluio com corporações de refrigerantes e ultraprocessados,  ministérios agem para reescrever o GUIA ALIMENTAR DO BRASIL,  considerado um dos quatro melhores do mundo.  Mudança pode ter efeitos dramáticos nas políticas públicas.   Um golpe no guia alimentar? Começou a circular ontem, no WhatsApp e em redes sociais, uma nota técnica do Ministério da Agricultura que recomenda a “urgente” revisão do Guia Alimentar para a População Brasileira . Como veremos adiante, há detalhes nessa história que merecem tanta atenção quanto o conteúdo do documento. Ele é mesmo chocante. Assinado por Eduardo Mello Mazzoleni e Luís Eduardo Pacifici Rangel (que são, respectivamente, coordenador e diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas da Secretaria de Política Agrícola da pasta), o texto diz por exemplo que o Guia é atualmente “considerado um ...

25º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

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  Evangelho: Mateus 20,1-16a   Para ouvir a narração deste Evangelho,  clique sobre a imagem abaixo:   A Igualdade Acima de Tudo A interpretação mais correta desta parábola nos explica como é o comportamento de Deus com os humanos. Deus não nos trata segundo os lógicos critérios da produtividade laborativa (que se mede pelas horas trabalhadas), mas por motivos que brotam de um coração bom e generoso . O coração que é tão profundamente bom, que privilegia os últimos, os mais desgraçados da vida, aqueles que a lógica dos humanos jamais privilegia. Porém, essa parábola nos remete, hoje, a outra leitura, segundo a qual as leis da «economia humana», para que seja verdadeiramente humana, tem que aprender os projetos da «economia divina» . A economia não é uma ciência exata. E foi levada a excessos que nunca poderíamos imaginar. A economia, tal como funciona , é a «ciência» (?) que privilegia os privilegiados e afunda mais e mais aqueles que já estão afundados . Di...

O dinheiro é a religião

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Como o capitalismo se tornou a religião da modernidade Martin Vasques da Cunha O professor americano Eugene McCarraher tenta explicar o processo de desencantamento do mundo na atualidade   O novo deus não é a cloroquina. É nada mais nada menos que Mammon – o demônio viciado em riqueza e posses materiais. Eis a conclusão a que se chega depois de ler o volumoso tomo (mais de 800 páginas), escrito pelo professor americano Eugene McCarraher, intitulado The Enchantments of Mammon: How Capitalism Became the Religion of Modernity [tradução livre: Os encantos de Mammon: como o capitalismo se tornou a religião da modernidade ] (Harvard University Press, R$ 203,66). Resultado de duas décadas de trabalho minucioso de pesquisa , é possivelmente o livro do ano, já que, se não explica como chegamos à crise sanitária da covid-19, sem dúvida mostra como a negação do real diante do flagelo , feita em particular pelos governos de Jair Bolsonaro, no Brasil, e de Donald Trump, nos...

24º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

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Evangelho: Mateus 18,21-35 Assista à narração do Evangelho deste domingo, clicando sobre a imagem abaixo: José Antonio Pagola Biblista espanhol VIVER PERDOANDO Os discípulos ouviram Jesus dizer coisas incríveis sobre o amor aos inimigos, a oração ao Pai pelos que os perseguem, o perdão a quem lhes prejudica. Seguramente, parece-lhes uma mensagem extraordinária, porém pouco realista e muito problemática . Pedro aproxima-se, agora, de Jesus com uma colocação mais prática e concreta que lhes permita, ao menos, resolver os problemas que surgem entre eles: dúvidas, invejas, enfrentamentos e conflitos. Como devem atuar naquela família de seguidores que caminham atrás de seus passos? Concretamente: «Quantas vezes devo perdoar ao meu irmão que me ofende?». Antes que Jesus lhe responda, o impetuoso Pedro adianta-se a fazer-lhe sua própria proposta: «Até sete vezes?». Sua proposta é de uma generosidade muito superior ao clima justiceiro que se respira na socied...

Para ler o Deuteronômio

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“Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11) Pe. Dr. Telmo José Amaral de Figueiredo Paróquia São Benedito – Urânia (SP) Diocese de Jales – SP Todos os anos, o Mês da Bíblia nos oferece para estudo, reflexão e oração um livro ou uma importante passagem bíblica. Neste ano, é o livro do Deuteronômio que nos é ofertado. Vamos saber o que nos espera ao abrirmos esse quinto livro da Bíblia Sagrada. Comecemos pelo nome do livro , o que significa esse vocábulo “Deuteronômio”? Em língua grega, significa “segunda Lei” ( dêuteros nómos ). Foi a tradução grega do Antigo Testamento, conhecida como Setenta ( Septuaginta ), que deu esse nome ao quinto livro da Bíblia, fundamentando-se em Dt 17,18, entendendo a expressão “uma cópia desta lei”, como sendo uma “segunda lei”. Apesar da interpretação ser imprecisa, não deixa de ser uma verdade. Afinal, o Deuteronômio foi visto pelos judeus como a segunda promulgação da Lei de Deus, nas planícies de Moab, enquanto que, a primeira promulgaçã...