«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Isso é muito sério!

 Algoritmos são de direita e dá para provar

 Pedro Doria

Jornalista 

Ideias de direita viralizam mais do que as de esquerda? Ou há um viés nos algoritmos?

A ordem de prisão do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e a demissão do central Maurício Souza após comentários homofóbicos fizeram explodir, nas redes, o debate sobre os limites da liberdade de expressão. Não custa lembrar: os casos são muito distintos. Allan faz parte de uma engrenagem de desinformação que ameaça a democracia. E a pergunta por responder é ligada a ele:

... o quanto uma democracia deve permitir livre expressão para aqueles que usam o direito para dar cabo da própria democracia?

É difícil criar uma regra geral. Afinal, como se mede o que ameaça e o que não ameaça uma democracia? Pois temos informação nova para digerir. Informação que comprova a existência do problema. 

O Twitter tornou público na última sexta um estudo interno realizado em sete países. Veículos de imprensa e políticos ligados à direita tiveram seus tuítes muito mais amplificados do que os do outro lado. Mesmo quando governantes são tirados da amostra, o viés do algoritmo permanece lá. Isto não quer dizer que tudo seja desinformação, mas comprova que o sistema tem viés ideológico. É o próprio Twitter que o reconhece. 

Não é só lá. O Tech Transparency Project, um think-tank dedicado a compreender como o digital impacta nossas vidas, publicou outro estudo esta semana. Seu time avaliou quais vídeos o algoritmo do YouTube recomenda a usuários que buscam conteúdo político. E o que descobriu, nos Estados Unidos, é que o público de direita e o de esquerda têm experiências muito distintas.

Quem é de direita fica preso na bolha, não é exposto a pontos de vista distintos pelo algoritmo.

Com quem é de esquerda isto não ocorre — a variedade da exposição é muito maior. 

VIVENDO DENTRO DE UMA BOLHA - é assim que acontece com aqueles que acessam as redes sociais sem se darem conta que são manipulados pela inteligência artificial!

Um aspecto pouco compreendido dos algoritmos de inteligência artificial é que não dá para seguir de trás para frente o ‘raciocínio’ feito pelo computador. Os engenheiros do Twitter sabem o resultado: distribuir mais a direita do que a esquerda. Mas não sabem por que o programa leva a este resultado. 

De onde vêm os efeitos colaterais? Ideias de direita viralizam mais do que as de esquerda? Ou há um viés escondido no algoritmo que provoca isto? 

O efeito prático é que um pedaço da sociedade foi radicalizado. Não é só no Brasil.

A liberdade de expressão, que inclui a de exprimir ideias profundamente impopulares, tem uma razão de ser. Permitir que democracias questionem tudo, permitir a sociedades que revejam seus valores. Só que a máquina de desinformação não apenas desinforma. Ela também isola do debate público, da exposição a pontos de vista diferentes, um pedaço grande dos eleitores. O mecanismo que esta liberdade deveria promover travou. A democracia está quebrada. 

Fonte: O Estado de S. Paulo – Link – Sexta-feira, 29 de outubro de 2021 – Pág. B11 – Internet: clique aqui (Acesso em: 04/11/2021).

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