«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pesquisa mostra 10 práticas de corrupção do brasileiro


Mariana Della Barba


Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa feita pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e o Instituto Vox Populi. 

Os números refletem o quanto atitudes ilícitas, de tão enraizadas em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encaradas como parte do cotidiano.

"Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção. Só levam em conta a corrupção no ambiente público", diz o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira. Ele é coordenador nacional da campanha do Ministério Público. Como lida diariamente com o assunto, Moreira ajudou a BBC Brasil a elaborar uma lista de dez atitudes que os brasileiros costumam tomar e que, por vezes, nem percebem que se trata de corrupção. Veja quais são elas:

- Não dar nota fiscal
- Não declarar Imposto de Renda
- Tentar subornar o guarda para evitar multas
- Falsificar carteirinha de estudante
- Dar/aceitar troco errado
- Roubar TV a cabo
- Furar fila
- Comprar produtos falsificados
- No trabalho, bater ponto pelo colega
- Falsificar assinaturas

"Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções", afirma o promotor. "Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção", diz.

Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.

Fonte: BBC Brasil - Notícias - Atualizado em  4 de novembro, 2012 - 07h54 (Brasília) 09h54 GMT - Internet: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121024_corrupcao_lista_mdb.shtml
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Corrupção no Brasil tem origem no período colonial, diz historiadora

Mariana Della Barba

O motorista que oferece uma cerveja para o guarda não multá-lo. O fiscal que cobra uma "ajuda" do comerciante. O ministro que compra apoio político. A corrupção está enraizada em vários setores da sociedade brasileira. E nada disso é recente, segunda a historiadora Denise Moura, que diz que a prática chegou junto com as caravelas portuguesas.

"Quando Portugal começou a colonização, a coroa não queria abrir mão do Brasil, mas também não estava disposta a viver aqui. Então, delegou a outras pessoas a função de ocupar a terra e de organizar as instituições aqui", afirma a historiadora.

"Só que como convencer um fidalgo português a vir para cá sem lhe oferecer vantagens? A coroa então era permissiva, deixava que trabalhassem aqui sem vigilância. Se não, ninguém viria."

Assim, a um oceano de distância da metrópole, criou-se um clima propício à corrupção, em que o poder e a pessoa se confundiam e eram vistos como uma coisa só, de acordo com Denise, que é professora de História do Brasil na Unesp.
No entanto, a historiadora deixa claro que a corrupção não é uma exclusividade do Brasil, é só uma peculiaridade da formação dessa característica no país.
"Temos enraizado uma tradição muito forte de poder relacionado ao indivíduo que o detém", avalia Denise. "E isso até hoje interfere na maneira como vemos os direitos e deveres desse tipo de funcionário."

Propina

No Brasil colônia, assim como hoje, a corrupção permeava diversos níveis do funcionalismo público, segundo a pesquisadora. Na época, atingia desde o governador, passando por ouvidores, tabeliães e oficiais de justiça, chegando até o funcionário mais baixo da Câmara, que era uma espécie de fiscal de assuntos cotidiano.
A historiadora conta que documentos mostram esse funcionário protegendo ou favorecendo um vendedor mediante propina.

Se a corrupção encontrou um terreno fértil nas instituições políticas do litoral, a situação era ainda mais grave na colonização de regiões como Minas Gerais, Goiás e o sul do país.
Ainda mais longe dos olhos da coroa, esses locais só eram acessíveis após meses de caminhada - o que exigia ainda mais incentivos para os "fidalgos-desbravadores".
"A coroa portuguesa estimulava pessoas e dizia: 'vão para o interior e podem mandar à vontade por lá', na tentativa de garantir a soberania do império com alguém morando no local", diz Denise.

A escravidão, segundo a historiadora, também contribuiu para o desenvolvimento da corrupção no país. Isso porque era a única relação de trabalho existente, deixando o trabalho livre sem qualquer tipo de norma para regê-lo.
Essa realidade criava um ambiente vulnerável, em que não era claro, por exemplo, os deveres de um guarda municipal - abrindo, de novo, possibilidade de suborno e outros tipos de corrupção.

Fonte: BBC Brasil - Notícias - Atualizado em  4 de novembro, 2012 - 07h54 (Brasília) 09h54 GMT - Internet: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121026_corrupcao_origens_mdb.shtml
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Brasil avança no combate à corrupção, mas ainda perde bilhões

Mariana Della Barba

Apesar de ao longo dos anos o Brasil ter se mantido praticamente estável nos principais rankings de corrupção da Transparência Internacional, a ONG avalia que o país está em um caminho promissor para combatê-la.

"Estamos muito otimistas, mas também cautelosos, já que o Brasil avançou no combate à corrupção, mas ainda são pequenos passos", afirmou Alexandro Salas, diretor para Américas da Transparência Internacional.

Dois grandes avanços no Brasil são responsáveis pela visão promissora de Salas. O primeiro fator citado por ele é uma mudança na política e na legislação, cujos melhores exemplos são as leis da Ficha Limpa e do Acesso à Informação.
"Há algo incrível nas duas: uma (a do Ficha Limpa), por ter sido criada por uma iniciativa da sociedade, que inclusive já teve impacto nesta última eleição, e a outra, por equiparar o Brasil aos seus vizinhos, que já tinham uma legislação mais forte em relação ao acesso a dados", afirma Salas.

Mensalão e Fujimori

O segundo esforço citado pelo especialista diz respeito à vontade política, algo que crucial no combate à impunidade. Segundo Salas, no Brasil e em outros países da América Latina, os ricos e poderosos raramente pagam por seus crimes. Mas ele avalia que o julgamento do mensalão vem passando uma mensagem de que as coisas podem estar mudando.

"Normalmente, o que se vê nesses países é apenas um esforço para melhorar as leis, como no caso do México, mas os ricos seguem sem ir para cadeia", diz o pesquisador. "É importante ver punições, daí a importância do mensalão ou de experiências em países como o Peru, que puniu efetivamente o ex-presidente Alberto Fujimori."
É por o Brasil estar nesse momento-chave que Salas considera extremamente importante o país ser a sede nesta semana da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC), um evento bienal organizado pela própria Transparência Internacional e por sua representante no Brasil, a ONG Amarribo, e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Para Salas, a conferência vai mostrar o quanto o Brasil está sendo observado pelo mundo, colocando mais pressão no país e servindo de incentivo para intensificar o combate à corrupção.


Cautela

Se comparado a anos anteriores, o diretor da Transparência Internacional diz que hoje os brasileiros estão mais conscientes sobre a corrupção. Mas se esse é outro motivo para otimismo, ele justifica a cautela com um alerta relacionado ao momento de euforia que o país vive, relacionado ao crescimento econômico e ao fato de o país receber grandes eventos como a Copa do Mundo.
"Quando um país começa a ter uma economia mais sólida, é mais fácil ver um cidadão comum perdoando atos corruptos, porque ele não faz um vínculo direito de como a corrupção o afeta", diz Salas. "Se agora ele tem um bom trabalho, um carro e se o ministro rouba, ele fica irritado, claro, mas acha que isso não o atinge diretamente."

No ranking de Percepção da Corrupção da ONG em 2011, o Brasil ocupou a 73ª posição, entre 183 países. Já no que lista o grau de propinas pagas, o país ficou no 14º lugar - foram 28 países analisados.

O fato de o Brasil ocupar posições intermediárias nos rankings de corrupção e propina reflete bem, segundo Salas, o que está acontecendo no país: há muitos casos de corrupção, mas também muitas ações para combatê-la.
De qualquer jeito, o Brasil ainda tem muito o que avançar no índice da corrupção, para se aproximar dos países que ocupam os primeiros lugares, como Nova Zelândia, Dinamarca e Finlândia (empatados) e Suécia, e se afastar de seus 'vizinhos' no ranking, como Tunísia e China.

Combater a corrupção no país significa reduzir um custo estimado entre 1,38% a 2,3% do PIB, isto é, de R$ 50,8 bilhões a R$ 84,5 bilhões por ano, de acordo com um estudo feito pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) com base no PIB de 2010.
O menor valor daria para arcar com o custo anual de 24,5 milhões de alunos das séries iniciais do ensino fundamental ou comprar 160 milhões de cestas básicas ou ainda construir 918 mil casas populares.

Fonte: BBC Brasil - Notícias - Atualizado em  4 de novembro, 2012 - 07h44 (Brasília) 09h44 GMT - Internet: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121031_corrupcao_numeros_mdb.shtml


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