«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 29 de março de 2020

5º Domingo da Quaresma – Ano A – Homilia

Evangelho: João 11,1-45

Para ouvir a narração deste Evangelho,
clique sobre a imagem abaixo:


A Vida Acima de Tudo

O tema central deste relato, como fica evidente, é a VIDA. Mais exatamente: o triunfo da vida sobre a morte. E é o triunfo da vida sobre a morte, como efeito de um carinho intenso. É o carinho de um amigo, que ama tanto a Marta, Maria e Lázaro, que não suporta sua dor, sua pena, suas lágrimas. E se emociona e chora ao experimentar, de perto, a ausência do amigo, do qual sente a falta.

A lição é clara: a humanidade de Jesus é fonte de vida. Jesus foi um ser humano, tão profundamente bom, fiel à amizade, tão carinhoso, que não pôde suportar o sofrimento de seus amigos, possivelmente, os amigos aos quais mais amou nesta vida.

Por isso, porque Jesus amava tanto a seu amigo e lhe doía tanto a profunda pena daquelas duas amigas, por essa razão (segundo os dados que traz o detalhado relato deste evangelho) devolveu a vida a Lázaro. Falamos da “vida” sem adjetivos. As religiões e suas teologias não cessaram de pôr adjetivos à vida: “sobrenatural”, “divina”, “religiosa”, “consagrada”, “espiritual”, “eterna”...

E as teologias deram tanta importância aos adjetivos que, por exemplo, em nome da vida “eterna” não duvidaram de tirar a vida de muita gente! Isso é o que fizeram todos os “religiosos” fanáticos. Pode haver maior aberração? Pode haver uma negação mais brutal de Deus?

Não nos esqueçamos que o capítulo 11 do evangelho segundo João, em sequência ao relato de Lázaro, termina com esta patética afirmação: “naquele dia, concordaram em matá-lo” (Jo 11,53). Jesus dá VIDA. A religião (aquela forma de entender e dirigir a religião) dá a MORTE.

E a história continuou: desde os inquisidores [católicos] até os talibãs [muçulmanos], passando por todos os que, por motivos religiosos, amargam a vida das pessoas. A atualidade do capítulo 11 de João segue sendo tão apaixonante e dolorosa.

Para além disso, deste fato prodigioso [a revivificação de Lázaro] e às vésperas da Paixão e Morte de Jesus, pode-se e deve-se extrair ensinamentos importantes relacionados à “ressurreição eterna”. Porque nessa esperança encontramos “sentido para as nossas vidas”. Porém, não nos esqueçamos que aquela de Lázaro não foi uma questão de ressuscitar para a “outra vida”, mas a recuperação e a volta a “esta vida”.

É a força e o poder do “divino”, postos ao serviço do “humano”. O mais humano, a VIDA e nada mais!

Fonte: CASTILLO, José María. La religión de Jesús: Comentario al evangelio diario – 2020. Bilbao: Desclée De Brouwer, 2019, páginas 116-117.

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