«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 27 de março de 2020

O que dá certo contra o vírus

Estudo vê eficiência em confinamento e
no aumento de testes

Roberta Jansen

Artigo de cientistas de Oxford, Harvard e Pasteur
aponta que medidas de chineses detiveram a covid-19
Wuhan coronavirus outbreak: What you need to know - Axios
Cidade de Wuhan, China
Durante as drásticas medidas que impediram a mobilidade de pessoas

“As drásticas medidas de controle implementadas na China reduziram substancialmente a disseminação da covid-19.” Essa é a principal conclusão de um estudo internacional divulgado nesta quarta-feira, 25 de março, na “Science”, assinado por cientistas de alguns dos principais centros de pesquisa do mundo, como Universidade de Oxford, no Reino Unido, Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e Instituto Pasteur, na França.

Os autores enfatizaram que as medidas de distanciamento social funcionam, mas é necessário esperar algum tempo para que os seus efeitos positivos sejam notados. Em pronunciamento oficial na noite desta terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro exortou a população a não cumprir as medidas de isolamento.

Entre outras medidas drásticas adotadas pela China, estão:
* a quarentena de cidades inteiras,
* o fechamento de serviços não essenciais e
* a restrição nas viagens aéreas.
O estudo foi feito com dados de plataformas móveis, obtidos em tempo real, na cidade de Wuhan [China], epicentro da epidemia.

O novo coronavírus foi detectado no fim de dezembro do ano passado e rapidamente se espalhou pela China. Os especialistas rapidamente perceberam que, no ínicio da epidemia, a distribuição dos casos de covid-19 em Wuhan acompanhava a mobilidade da população. Depois da implementação das medidas de controle, essa correlação cai drasticamente, comprovando que as iniciativas drásticas de restrição de mobilidade foram eficazes.

“As intervenções implementadas incluem o aumento da testagem,
o rápido isolamento dos casos suspeitos, dos casos confirmados e
das pessoas que tiveram contato com eles”, diz o estudo.

“Notadamente, foram adotadas medidas de restrição na mobilidade impostas em Wuhan já no dia 23 de janeiro. Restrições de viagem foram impostas em 14 outras cidades da província de Hubei logo depois.”
Moritz Kraemer (@MOUGK) | Twitter
Primeira página do artigo publicado pela revista Science

De acordo com o estudo, as restrições de viagens são particularmente eficientes nos primeiros estágios, quando a epidemia está ainda confinada a uma determinada área que funciona como a fonte da disseminação do vírus. Entretanto, dizem, podem ser menos eficazes depois que epidemia já está mais espalhada.

“A combinação de intervenções adotadas na China foram claramente bem sucedidas em reduzir a disseminação e a transmissão local da covid-19”, concluíram. Os cientistas calcularam que a adoção dessas medidas atrasou a disseminação do vírus em pelo menos três dias.

As províncias chinesas e outros países que já conseguiram deter a transmissão interna da covid-19 devem considerar cuidadosamente como pretendem liberar as viagens e a mobilidade para que a doença não retorne à população”, afirmou Moritz Kraemer, da Universidade de Oxford, principal autor do estudo.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Metrópole / Especial Pandemia do Coronavírus – Quinta-feira, 26 de março de 2020 – Página A13 – Internet: clique aqui

Brasil teria mais de 17 mil casos de coronavírus
do que o notificado oficialmente

Roberta Jansen

«Estamos vendo a ponta de um grande iceberg»,
diz Roberto Medronho, da UFRJ
 Faculdade de Medicina - Mensagem de agradecimento do Diretor da ...
O Brasil teria hoje mais de 17 mil casos do novo coronavírus – 9 vezes mais do que os 1.891 registrados oficialmente [até este momento, já são 2.915 casos confirmado]. O número de mortes poderia passar de 300, hoje oficialmente são 34 [77 mortos, até o presente momento]. A estimativa é do Centro para Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas da London School of Tropical Medicine, do Reino Unido, que fez uma estimativa da subnotificação da covid-19 em vários países. O levantamento mostra que no Brasil apenas 11% do total de casos foram diagnosticados.

Estamos vendo a ponta de um grande iceberg”, afirmou o epidemiologista Roberto Medronho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que não participou do estudo, mas analisou os dados a pedido do jornal O Estado de S. Paulo. “As minhas estimativas eram bem similares, cerca de 10%, mas isso não é, necessariamente, uma falha do sistema.” Isso acontece, segundo especialistas, porque a maioria (cerca de 80%) dos casos da infecção pelo novo coronavírus é assintomática ou apresenta sintomas muito leves e acaba não sendo diagnosticada. Atualmente, no Brasil, apenas os casos mais graves, que chegam aos hospitais e são testados, recebem o diagnóstico oficial."

"Dentre os casos que apresentam sintomas, apenas uma parte procura o sistema de saúde", explicou Medronho. "Desses que vão ao hospital, apenas parte é diagnosticada como covid-19 e outra parte pode receber um diagnóstico impreciso. E ainda tem casos que não são notificados oficialmente."

O mesmo estudo mostra que na Itália, que enfrenta uma das piores epidemias, o percentual de casos diagnosticados corresponderia a apenas 4,6% do total real. Número parecido com o da Espanha, 5,3%. França e Bélgica têm percentuais similares ao do Brasil, respectivamente 9,2% e 12%.

Por outro lado, nos países que tiveram resultados melhores na contenção da epidemia, como a Coreia do Sul e a Alemanha, os percentuais de casos diagnosticados seriam bem mais próximos do número real, respectivamente 88% e 75%. Isso ocorre porque esses países tiveram condições de testar a grande maioria de sua população – mesmo a que não apresentava sintomas – isolando imediatamente todos aqueles cujo teste deu positivo.

Por isso a Organização Mundial de Saúde (OMS) insiste que a testagem em massa é fundamental. O problema é que não há testes disponíveis na escala que seria necessário para o Brasil, com 210 milhões de habitantes. "Esse levantamento mostra que a estratégia de testagem em massa e isolamento daqueles que testam positivo tem um grande impacto na redução da curva de crescimento da doença", explicou Medronho. "A redução da subnotificação é importante e é crucial que o ministério esteja se adequando a essa diretriz, e aumentando a testagem."

Embora o estudo tenha sido feito por uma das mais respeitadas instituições científicas do mundo, ele não foi ainda publicado em uma revista científica, o que significa que também não foi revisado por outros especialistas. Esse procedimento é aceitável em um momento de pandemia, em que a rapidez na divulgação de informações como essa pode ser importante para elaborar e aprimorar políticas públicas.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Saúde – Especial Pandemia do Coronavírus – Segunda-feira, 23 de março de 2020 – Publicado às 16h54 – Atualizado em 26 de março de 2020 às 18h39 – Internet: clique aqui.

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