«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 21 de março de 2012

JOVENS COM MAIS DÍVIDA [Leia!]

DA REDAÇÃO

Dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) revelam que 17% dos jovens entre 20 e 25 anos encerraram 2011 enrolados em dívida e sem condições de pagar 

A quantidade de inadimplentes nessa faixa etária aumentou 7% em relação a 2010. E a corda no pescoço continuou apertando em 2012. Pesquisa do SPC Brasil mostra que, no mês passado, 30,4% dos consumidores entre 18 e 29 anos estavam com débitos em atraso, 6% mais do que em janeiro e 2% acima de igual mês de 2010. 


O gerente de negócios do SPC Brasil, Gustavo Guimarães, vê o rescimento da inadimplência entre os mais jovens como reflexo da falta de maturidade no consumo. “O alto índice de empregabilidade é um fator favorável à inadimplência nesse caso. O jovem tem dívidas, não por ter menos dinheiro na conta, mas por dispor de mais renda em mãos e não saber como administrar os gastos”, constata Guimarães.


DESCONTROLE 
O estudante João Thiago Stilben, de 22 anos, engrossa a estatística dos jovens que se descontrolam com suas contas. Para ele, o fim do mês é sinônimo de dor de cabeçaMesmo com uma mesada de R$ 500 e o salário de R$ 750 recebido pelo estágio na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o saldo das despesas, muitas vezes, é bem superior à renda mensal, destinada à alimentação, lazer e combustível.


O descontrole dos gastos levou o estudante a se enrolar em dívidas. Há quatro meses, ele acabou estourando o limite do cartão de crédito e do cheque especial, de R$ 300 cada. Desde
então, foi obrigado a reduzir drasticamente as despesas para colocar o orçamento em dia.


O educador financeiro Mauro Calil [foto ao lado], concorda que a desorganização dos gastos entre jovens é fruto de um deslumbramento com o aumento repentino de renda. “São pessoas que tinham uma mesada de não mais do que R$ 100 por mês e, de repente, começam a ter salário ou uma renda maior dos pais. Quando veem o dinheiro, acham que estão ricos e dão vazão a todos os desejos de consumo de uma só vez”, analisa.


João Thiago conta que teve que regular o orçamento para conseguir quitar o rombo na conta após ter estourado o limite do cartão de crédito e do cheque especial. “No mês seguinte, fiquei com apenas R$ 150 para gastar. Não dava. Acabei sendo obrigado a recorrer ao crédito de novo. Tive que reduzir em muito os gastos durante os últimos quatro meses”, afirma.


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ILUSÃO
O consultor Mauro Calil diz que avançar sobre o cheque especial é arriscado em razão dos juros altos. O melhor é evitar esse crédito fácil. “O valor do limite não deve ultrapassar 10% da renda. É para ser pouco mesmo, só deve ser utilizado em emergências”, diz.


O educador financeiro Reinaldo Domingos [foto ao lado] esclarece que o crédito não é um inimigo se bem administrado. “O grande problema é que o jovem se ilude com o parcelamento e compra o que não precisa com o dinheiro que não tem”, explica. Domingos ensina que, se o jovem possui apenas um emprego, deve se limitar a ter um cartão de crédito, de cujo limite não ultrapasse
50% da renda. “Isso inibe a pessoa a gastar mais do que ganha”, afirma. O vencimento deve ser programado para o prazo entre cinco e dez dias após o recebimento do salário.


A real armadilha para Domingos é o débito em conta, definida pelo educador como demonstração de “preguiça financeira”Ele defende que o consumidor tenha compromisso e
agende todos os gastos mensais. “A facilidade do débito em conta já levou muita gente ao
prejuízo. Se uma fatura de telefone vem errada, pode acabar consumindo todo o dinheiro
disponível na conta, inclusive o cheque especial. O consumidor fica no prejuízo porque o ressarcimento pode demorar até um ano”, explica.



Famílias com o pé atrás


ANA CAROLINA DINARDO


Sem espaço para novas prestações no bolso, os consumidores estão mais cautelosos em relação a futuras compras. Não à toa, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou queda de 3,8% de fevereiro para março, atingindo 135,6 pontos. Nem mesmo o aumento de 14% no salário mínimo, o recuo do desemprego, a queda dos juros e a desaceleração da inflação foram capazes de reverter o temor de se fazer novos débitos.


Para o governo, esse pé atrás das famílias só confirma o fraco desempenho da economia no primeiro trimestre do ano. Indicadores preliminares que circulam pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda apontam que o Produto Interno Bruto (PIB) está crescendo abaixo de 3% ao ano. No intuito de reverter esse quadro mais rapidamente, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar a taxa básica da economia (Selic) em abril, de 9,75% para 9%mantendo os juros nesse patamar por até dois anos.


Além disso, o Palácio do Planalto quer que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduzam os custos dos empréstimos e dos financiamentos para forçar as instituições privadas a seguirem na mesma direção. O governo acredita que, com encargos menores, a valor da prestações cairá, animando os consumidores a abrirem o bolso. “As famílias estão menos eufóricas em relação ao consumo. O lado bom dessa história é que não há risco de a inadimplência disparar”, afirmou Bruno Fernandes, economista da CNC.


A tendência, no entender da equipe econômica, é de as famílias reforçarem a confiança a partir do segundo semestre, quando, efetivamente, todos os estímulos dado à atividade, sobretudo a queda dos juros, estarão fazendo efeito. “Com certeza, o consumo dos lares fará diferença para que o PIB feche o ano com crescimento mais próximo de 4%”disse um assessor da Fazenda.


Fonte: Jornal do Commercio - Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2012 - Pg. A-2.

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