«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 24 de junho de 2012

Vaticano analisa a ''apostasia silenciosa'' dos católicos [Importante!]


Stéphanie Le Bars
Le Monde (Paris - França)
21-06-2012

Como ocorre muitas vezes nesse tipo de documentos publicados pelo Vaticano, o diagnóstico emitido sobre a situação da Igreja Católica no mundo não é nada suave. Ele poderia ser definido como severo, se não viesse de dentro da instituição

Tornado público no dia 19 de junho, o documento de trabalho preparatório para o sínodo que se realizará entre os dias 7 e 28 de outubro, dedicado à "nova evangelização para a transmissão da fé cristã", que irá coincidir com o início de um Ano da Fé e das comemorações do 50º aniversário do Concílio Vaticano II, não foge à regra.


Os redatores, que sintetizaram as análises recebidas dos bispos das várias partes do mundo, se preocupam com a "apostasia silenciosa" dos fiéis que se afastam da prática religiosa. São listadas as razões, internas e externas, dessa desafeição e questionam-se os meios para implementar a "nova evangelização" que deveria remediar a situação.


Da "insuficiência da fé" ao "afastamento dos fiéis", da "credibilidade das instituições eclesiais" às "espiritualidades individualistas", ou ao "neopaganismo", o clima em que a Igreja está imersa – tanto nos países do Norte, como nos do Sul, especificam os bispos – está longamente descrito no texto.


A situação não é nova. Antes de Bento XVI, Paulo VI, desde 1975, e João Paulo II, em 1983, em particular, haviam reconhecido as transformações sociais e culturais "que modificam profundamente a percepção que o ser humano tem de si e do mundo, e que implicam em consequências sobre o seu modo de crer em Deus", como resume o papa atual. No rastro do Concílio Vaticano II, todos enfatizaram a necessidade de repropor a "missão evangelizadora da Igreja", especialmente nos países de antiga evangelização.


Entre os elementos que tornam dificilmente audível a mensagem da Igreja, os bispos distinguem aqueles que derivam do contexto exterior: "consumismo, hedonismo, niilismo cultural, fechamento à transcendência", os "novos ídolos" (segundo a Igreja "a ciência e a tecnologia "), e aqueles que são próprios da instituição.


Fala-se, por exemplo, de uma "excessiva burocratização das estruturas eclesiásticas", das "celebrações litúrgicas formais", dos ritos repetitivos. Mais em geral, o foco das reflexões dos bispos deveria estar no fracasso da Igreja, sentido por alguns, "para dar uma resposta adequada e convincente aos desafios" econômicos, políticos ou religiosos do momento.


Muitas pessoas, em várias partes do mundo, também deploram "a insuficiência numérica do clero" para o desenvolvimento das missões da Igreja e apontam para o risco de ficar encalhados em problemas de gestão. Parece-lhes necessária uma melhor integração dos leigos. Segundo o Vaticano, "a fé passiva" ou "morna" de alguns fiéis explica também a difícil transmissão da mensagem evangélica.


O texto, contudo, quer enfatizar as vantagens que a Igreja pode obter do contexto atual. A globalização, a secularização, o debate com as outras crenças, em particular com o Islã, obrigam os cristãos "a purificar e a amadurecer a sua fé", afirmam os bispos. Eles também estão felizes com o surgimento de novas comunidades cristãs e carismáticas, especificamente voltadas para a evangelização.


Quanto às respostas, são sobretudo de ordem espiritual. Para o Vaticano, o ecumenismo deve permitir que os cristãos manifestem uma mensagem evangélica comum, enquanto o diálogo inter-religioso tem de levá-los a uma melhor compreensão da sua fé. Os católicos devem também interrogar "a qualidade da sua vida de fé" e ter "a coragem de denunciar as infidelidades e os escândalos que emergem das comunidades cristãs".


Porque, no fundo, a nova evangelização passa sobretudo pelo testemunho de uma vida cristã que, para algumas pessoas e em certos lugares, pode chegar até a "santidade" ou até mesmo ao "martírio". "O martírio dá precisamente credibilidade aos testemunhos", assegura o texto, que lembra, no entanto, que o esforço dos fiéis deve se referir à "caridade, uma vida sóbria, a ajuda os pobres, a implementação da doutrina social da Igreja ou o serviço da Igreja em favor da reconciliação, da justiça e da paz".


No que se refere à forma, os responsáveis católicos admitem que é preciso renovar as modalidades de anúncio do Evangelho: "A Europa hoje não deve pura e simplesmente fazer referência à sua herança cristã anterior".


As novas tecnologias devem ser exploradas evitando os desvios. Também se fala das peregrinações, da valorização dos santuários, da promoção das Jornadas Mundiais da Juventude. Mas a "urgência" está justamente na implementação de "um estilo mais missionário" de comunidades cristãs, seguras da sua fé e chamadas a ir ao encontro dos não crente e dos fiéis "mornos". Evitando todo "proselitismo agressivo".


Tradução de Moisés Sbardelotto.


Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Sábado, 23 de junho de 2012 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/510740-vaticano-analisa-a-apostasia-silenciosa-dos-catolicos

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