«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A uma semana da conferência, 78% desconhecem a Rio+20

ANTONIO PITA

Levantamento com 2 mil entrevistados mostra que meio ambiente ocupa só o 6º lugar na lista de prioridades do brasileiro

Um estudo divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente na manhã de ontem revelou que 78% da população desconhece a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A pesquisa "O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável" ouviu mais de 2 mil pessoas em todo o País. 
O levantamento também indicou que 
  • o meio ambiente é apenas o sexto problema do Brasil, apontado por 13% dos entrevistados
  • A saúde (81%) é a maior preocupação, seguida da 
  • violência (65%) e do 
  • desemprego (34%).
Mesmo com os baixos índices, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira destacou que houve melhora. Na Eco-92, quando foi realizada a primeira pesquisa, apenas 6% dos brasileiros conheciam o evento. Hoje, são 22%. " Falando de Brasil, esse índice não é baixo: representa 40 milhões de pessoas", afirmou.


Moema Miranda
De acordo com o novo levantamento, os brasileiros também desconhecem os conceitos discutidos no evento. A noção de consumo sustentável é ignorada por 66% do público e o desenvolvimento sustentável, por 55%.


"É preocupante que a população não conheça. Se ela não assume sua responsabilidade cidadã, nós efetivamente não vamos conseguir alterar o padrão em que a gente vive", afirmou Moema Miranda, uma das organizadoras da Cúpula dos Povos.


Ambiente
Além da percepção sobre a Rio+20, a pesquisa também questionou hábitos a questões ambientais, consumo, separação e reciclagem do lixo. O estudo indicou que 51% da população aceitaria pagar pela preservação da floresta Amazônica e as belezas naturais são apontadas como o principal motivo de orgulho do brasileiro, com 28%.


Por outro lado, mais da metade (52%) dos entrevistados não separa o lixo e 58% não costumam levar sacola retornável ao supermercado
Dentre os problemas identificados pelo público, 
  • o desmatamento é considerado o mais grave (67%). 
  • A poluição dos rios e lagoas (47%) e 
  • do ar (36%), 
  • o volume do lixo (28%) e 
  • o desperdício de água (10%) também foram citados.
A responsabilidade, segundo os entrevistados, é dos governos estadual, municipal e federal, respectivamente. A responsabilidade individual ocupa apenas a quarta colocação, indicada por 46% do público.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida/Ambiente - Quinta-feira, 7 de junho de 2012 - Pg. A21 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-uma-semana-da-conferencia-78-desconhecem-a-rio20-,883400,0.htm
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Avanço de metas ambientais globais em 40 anos é quase nulo, mostra ONU

ROBERTA PENNAFORT


Das 90 metas ambientais mais importantes traçadas pelos países nos últimos 40 anos, só 4 avançaram significativamente. Divulgado ontem, o diagnóstico fez soar o alerta a uma semana do início da Rio+20: de nada adiantam os acordos se não houver prazos, monitoramento e cobrança.


A conclusão é fruto do Panorama Ambiental Global (GEO-5), análise cuidadosa feita por cientistas de todo o mundo a cada cinco anos, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).


O relatório, que consumiu dois anos e meio de trabalho de mais de 300 especialistas, enumera desafios já conhecidos, como as mudanças climáticas, a perda progressiva de biodiversidade e a escassez de água.


O diagnóstico será enviado aos mais de 180 representantes de governos presentes à Rio+20. A ONU espera que os dados - em sua maioria alarmantes, apesar de alguns aspectos positivos na comparação com os GEOs anteriores, como a redução do desmate na Amazônia e o esforço chinês para o reflorestamento, a diminuição da poluição do ar e os investimentos em energias renováveis - impactem as decisões. No entanto, não há garantias.


"Nos últimos 20 anos, muitos desses relatórios foram jogados no lixo. Mas hoje existe uma inquietação na sociedade que não permite que aconteça de novo", disse Achim Steiner, do Pnuma.


"As ações têm que começar ontem. Estamos vindo de uma inércia de 20 anos, e a Rio+20 é o momento de romper com isso. Em muitos aspectos já não há mais volta", disse Carlos Nobre, que representou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.


Entre as 90 metas, as 4 mais bem-sucedidas foram o fim da produção de substâncias que destroem a camada de ozônio, a eliminação do chumbo em comestíveis, a melhoria do acesso à água e o incremento nas pesquisas para reduzir a poluição.


Já nas áreas de preservação de estoques de peixes e de freio nos processos de desertificação, secas e de mudanças climáticas não se avançou. Em 24 metas verificou-se pouco ou nenhum avanço e em 8, entre elas a relacionada às condições dos recifes de coral no mundo, uma piora do quadro em relação aos relatórios anteriores.
Calculando a "Pegada" da Água
Quanta água é necessária, seja usada ou contaminada, para produzir bens de consumo comum


O momento é, portanto, de urgência na reversão de danos e do modelo de desenvolvimento atual para um que contemple a sustentabilidade. Para tanto, o GEO-5 explicita a necessidade de objetivos claros, de curto e longo prazo, com previsão de sanções - justamente um dos pontos frágeis da Rio+20.


Segundo o relatório, decisões de governos são responsáveis por 39% das políticas que se provaram bem-sucedidas; enquanto isso, só 22% dependem de empresas e comunidades


"Não tivemos mais avanços porque os governos não abraçaram o desenvolvimento sustentável. Essa é a primeira vez que, desde o início da discussão, as áreas econômica e ambiental estão juntas", apontou Henrietta Elizabeth Thompson, coordenadora executiva da ONU para a Rio+20.
O capítulo dedicado à América Latina e Caribe - região detentora de um terço da água do planeta e um quarto das florestas - lista como maior problema a desigualdade social.


Desafio
Em Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pressionou ontem os países integrantes das Nações Unidas a intensificarem os esforços para a conferência ser um sucesso. "A Rio+20 é uma chance em uma geração para conseguir progressos em direção à economia sustentável no futuro", disse Ban em entrevista coletiva na sede da ONU. Apesar de seu perfil tradicionalmente reservado, ele fez a advertência de que, "se a perdermos, precisaremos esperar por muito tempo" para ter uma oportunidade semelhante.


Na avaliação do secretário-geral, "este tem sido um processo muito difícil, o que é comum em negociações multilaterais".


COLABOROU GUSTAVO CHACRA.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida/Ambiente - Quinta-feira, 7 de junho de 2012 - Pg. A21 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,avanco-de-metas-ambientais-globais-em-40-anos-e-quase-nulo-mostra-onu-,883404,0.htm
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30% das ameaças à biodiversidade vêm do comércio global

HERTON ESCOBAR


Estudo mapeou como o consumo de produtos em um país impacta a conservação de espécies em outros


O comércio internacional é responsável por 30% das ameaças à biodiversidade global, segundo um estudo publicado hoje na revista Nature. A conta inclui desde commodities primárias, como soja, carne, leite, madeira e minérios, até produtos finais industrializados, como iogurtes, chocolates, chapas de aço, móveis e materiais de construção.


Barney Foran - pesquisador
Os pesquisadores cruzaram dados ecológicos de espécies ameaçadas com dados logísticos de comércio internacional e mapearam como o consumo de produtos em um país afeta a sobrevivência de espécies em outro. Por exemplo, como tomar um café colombiano num restaurante na Alemanha afeta a conservação de macacos nas florestas da Colômbia. Ou como comer um bife de carne brasileira na Rússia influencia o desmatamento da Amazônia no Brasil.


Foram analisadas mais de 5 bilhões de relações comerciais, envolvendo 15 mil produtos de 187 países e relacionadas a 25 mil registros de espécies ameaçadas. Os resultados classificam os países como "importadores ou exportadores líquidos de biodiversidade", dependendo do número de espécies que são ameaçadas pelas suas importações versus suas exportações.


Estados Unidos, Japão e Alemanha aparecem como os três maiores importadores de biodiversidade - o que significa que o consumo de produtos importados nesses países coloca mais espécies em risco fora do país do que a exportação o faz dentro do próprio país. Indonésia, Madagascar e Papua Nova Guiné são os maiores exportadores.


O Brasil aparece como um importador líquido de biodiversidade. Segundo o estudo, os produtos importados pelo País impactam negativamente 76 espécies, versus 35 espécies que são afetadas domesticamente por suas exportações - principalmente de commodities como carne e grãos. Ou seja, o País coloca mais espécies em risco com o que compra do que com o que vende.


"Eu diria que o Brasil se saiu muito bem, considerando o tamanho do País e a pressão que ele recebe internacionalmente", disse ao Estado o pesquisador Barney Foran, da Universidade de Sydney (Austrália), um dos autores do estudo. "Porém, não há espaço para complacência."


Isso porque muitos dos impactos ambientais associados à indústria e ao comércio no País estão relacionados a demandas do mercado interno. Apesar da pecuária ser o setor mais envolvido no desmatamento da Amazônia, por exemplo, cerca de 85% da carne produzida no País é para consumo interno, segundo o pesquisador Paulo Barreto, da ONG Imazon. Situação semelhante ocorre com a madeira amazônica. "A responsabilidade maior é nossa mesmo", avalia Barreto.


"Não dá para jogar a culpa toda no comércio internacional. Muitas das nossas commodities são consumidas aqui mesmo", diz Thiago Uehara, pesquisador do Programa Consumo Sustentável do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces).


Para os autores do estudo, a responsabilidade recai sobre os dois lados, produtores e consumidores. A mensagem, segundo eles, é que as ameaças à biodiversidade devem ser avaliadas em escala global, e não apenas local. Os resultados, segundo eles, dão embasamento para medidas de rastreamento, certificação e até penalização de produtos nocivos à biodiversidade.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida/Ambiente - Quinta-feira, 7 de junho de 2012 - Pg. A21 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,30-das-ameacas-a-biodiversidade-vem-do-comercio-global-,883467,0.htm

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