«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O engano de enganar


JANIO DE FREITAS

Em vez de esconder, é preciso mostrar o quanto é difícil, no Brasil, tocar em interesses de qualquer das forças que compõem o poder econômico

Janio de Freitas - jornalista
O GOVERNO se divide, seus congressistas também: é melhor apressar para antes da Rio+20 ou adiar, para depois da conferência, o exame das mais de 600 emendas que os ruralistas apresentam ao Código Florestal, em reação aos 12 vetos de Dilma Rousseff no texto aprovado. Trata-se, porém, de mais do que divergência de táticas possíveis.


É o traço de hipocrisia presente e influente, aqui, sem distinção de classe e de lugar. A preferência por aparentar o que não é. Costume a que o país nada deve de bom.


Deixar que se mostre aos visitantes a reação do Congresso, contrária a avanços na defesa do meio ambiente e do patrimônio natural brasileiro, é a única atitude honesta e inteligente. Tentar tapeá-los é inútil.
Assim que o Congresso se ocupe das emendas e seu teor tétrico, os presentes à conferência, já de volta a seus países, logo terão conhecimento do que se passa em Brasília. Europeus, americanos e asiáticos fazem pouco em defesa da Terra, mas falam muito a respeito e acompanham tudo.


Em vez de esconder, é preciso mostrar aqui mesmo e no exterior o quanto é difícil, no Brasil, tocar em interesses de qualquer das forças que compõem o poder econômico.
Caso dos ruralistas, para os quais não houve, ainda, legislação capaz de detê-los na invasão de imensidões do Estado, em reservas indígenas, em áreas de proteção permanente definidas por lei, e no desmatamento criminoso.


Breve ilustração: os levantamentos mais recentes indicam que Mato Grosso perde mais 19% da cobertura florestal; em Rondônia, o desmatamento aumentou 99%.


As leis vigentes há muito tempo, ou seja, à parte o novo e incerto Código Florestal, dão ao Estado os instrumentos para reprimir e punir esses crimes todos.
Tudo comprova que não acontece uma coisa nem outra. Os vencidos são o Estado e a lei.


O pacote ambiental lançado por Dilma Rousseff, às vésperas da Rio+20, seguiu o mesmo vício das aparências, da imagem.
As medidas que o compõem poderiam estar assinadas há muito tempo. Exceto a que contraria posição anterior da própria presidente, quando de sua defesa intransigente do sacrifício florestal, fluvial e humano (indígenas e famílias rurais) para construção de hidrelétricas nos rios Madeira e Xingu.


O pacote, pelo menos, trouxe medidas importantes.


Greves de professores se multiplicam no país.


Os docentes das universidades federais estão em greve desde 17 de maio. A UERJ, estadual, decidiu-se pela greve a partir de segunda-feira. Na Bahia, a greve de professores já vai para 60 dias.
Em país onde se fala de educação com e sem motivo, greves de professores são uma condenação explícita aos respectivos governantes.


Educação com professores precisando fazer greve para atenuar suas precárias condições de trabalho e de vida é farsa. Continuação de séculos de farsa.


Fonte: Folha de S. Paulo - Poder - Quinta-feira, 7 de junho de 2012 - Pg. A8 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/47349-o-engano-de-enganar.shtml

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