«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

LIGEIRAMENTE DESONESTOS [Interessante!]


Hélio Schwartsman

Acaba de ser lançado nos EUA o instigante livro "A (Honesta) Verdade Sobre a Desonestidade", em que o economista comportamental Dan Ariely escarafuncha nossas pequenas trapaças do dia a dia. Ele chega a conclusões profundas, que deveriam nos fazer repensar boa parte do sistema de Justiça.


No paradigma clássico, que Ariely batiza de Smorc, acrônimo inglês para Modelo Simples de Crime Racional [Simple Model of Rational Crime], três fatores influem na decisão de cometer ou não um delito: benefício esperado, probabilidade de ser apanhado e pena cabível. É nesse tripé que se assenta o direito penal.


A dificuldade é que esse modelo não funciona. O pesquisador e seus colaboradores desenvolveram uma série de experimentos nos quais estudantes que resolvessem rapidamente problemas matemáticos seriam remunerados pelo número de acertos. Manipularam as situações para descobrir quais variáveis levavam as cobaias a burlar mais. Descobriram que quase todo mundo tapeia e que aumentar o valor da recompensa não muda quase nada.


Para os pesquisadores, nossa desonestidade é o resultado de uma contínua negociação entre dois elementos. De um lado, gostamos de obter vantagens (para nós, nossos próximos e, surpreendentemente, também para desconhecidos). De outro, precisamos manter para nós mesmos a imagem de que somos razoavelmente honestos, como convém a toda pessoa digna. O cérebro resolve essa contradição de uma maneira quase infantil: roubamos só um pouquinho. Na média, as pessoas se sentem confortáveis trapaceando em algo entre 10% e 15%.


Desde que não extrapolemos nos cambalachos, nossa incrível capacidade de racionalizar faz com que nos beneficiemos do logro e ainda consigamos nos ver no espelho como seres humanos maravilhosos
Para os detalhes das descobertas, os limites desse tipo de pesquisa e suas implicações, vale conferir a obra.


Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Domingo, 17 de junho de 2012 - Pg. A2.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.