«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Importações disparam e País tem o pior resultado comercial em 13 anos

ENCOLHEU

Celso Ming

Este ano-novo começa com o aumento da percepção da deterioração das contas externas. O salto de 1,44% das cotações do dólar no primeiro dia do câmbio do ano mostra a tensão que toma conta dos mercados. Mesmo com as manobras contábeis aplicadas nos últimos meses aos lançamentos de comércio exterior, o saldo comercial foi medíocre: superávit de apenas US$ 2,6 bilhões, o menor em 13 anos.

As principais manobras começaram em dezembro de 2012, quando o governo determinou que importações de combustíveis realizadas naquele ano ficassem para ser registradas em 2013. Nesse ano, outra anomalia: a Petrobrás "exportou" sete plataformas automaticamente alugadas para a própria Petrobrás para reforçar em US$ 7,7 bilhões seu faturamento. Essas plataformas continuam aqui.

O derretimento do superávit comercial ocorre porque o consumo está subindo acima da capacidade de produção da economia: cerca de 5,0% ao ano em comparação com o avanço do PIB de 2,2%.

A resposta do governo é uma mistura de desconversa com tomada de medidas inadequadas para enfrentar as distorções. Continua afirmando que a forte entrada de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs), de cerca de US$ 57,5 bilhões neste ano, vai compensar a hemorragia de dólares. Não é verdade, apenas os Investimentos de Brasileiros no Exterior devem ter fechado 2013 com um fluxo negativo de US$ 53 bilhões. Essa conta reflete a proporção da saída de moeda estrangeira.

Para evitar o impacto da alta do dólar sobre a inflação, o Banco Central vem colocando à disposição do mercado uma proteção cambial cujas proporções vão ficando insustentáveis. Na semana passada, o governo aumentou de 0,38% para 6,38% o IOF sobre as despesas com cartões de débito em moeda estrangeira. É uma providência de resultados práticos irrelevantes para a Conta de Viagens Externas que, no entanto, é um reconhecimento de que o governo começa a ficar aflito com a saída de dólares.

O governo vai tentar convencer os incrédulos de que a desvalorização cambial (alta do dólar) contribuirá para dar mais competitividade à indústria. Se fosse sincero nisso, não permitiria que o Banco Central fizesse jogo oposto a esse.

Outra distorção acontece nas finanças da Petrobrás. A alta do dólar nas últimas semanas (veja gráfico abaixo) reduziu a pó a pequena recuperação do caixa da Petrobrás produzida pela alta interna dos combustíveis.

Hoje, o ministro Guido Mantega pretende anunciar um resultado melhor do que o esperado nas contas públicas. Todos já sabem que só foi conseguido graças a receitas extraordinárias de R$ 30 bilhões. Mantega vai esconder que apenas o represamento dos preços e das tarifas dos combustíveis e da energia elétrica produz outro rombo nas contas públicas dos Estados, porque reflete a quebra de arrecadação de ICMS desses itens.

O governo Dilma inicia o ano no limite das margens de manobra de sua política econômica. Infelizmente, em vez de reconhecer os problemas, ela vai continuar a bater no bumbo de que os analistas econômicos seguem fazendo guerra psicológica contra o governo.

Despencou

O tombo do superávit comercial é mais preocupante porque foi abrupto e não porque foi pequeno (veja gráfico no início deste artigo). O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, mostrou apenas um pedaço da verdade quando disse que o mau desempenho do comércio exterior se deve a mais investimentos, o que exige mais compra de equipamentos e produtos intermediários. O rombo na conta petróleo mostra o impacto do consumo.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - Sexta-feira, 3 de janeiro de 2014 - Pg. B2 - Internet: clique aqui.

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